Coluna Propaganda&Arte

Somos eternos caçadores da Beleza, seja ela boa ou má

A beleza está em tudo, quase como um ente a ser descoberto. Quem nunca olhou para um céu de fim de tarde e achou as cores singulares e especiais? Quem nunca despertou de um sonho incrível e achou a experiência extremamente bela e poética? Quem nunca se admirou com o design de uma bela arquitetura, de um carro, de um produto específico ou até da roupa que você veste retratada na moda? Muito mais do que cultural, a beleza é. Não acredita?

A natureza é bela por natureza

Eu sei que pode soar óbvio, mas é muito mais que isso. Eu já escrevi sobre proporção áurea e como a matemática está no mundo e ao nosso redor. Isso já nos dá uma pista de que nossa percepção de beleza independe do mundo ou de histórico de vida. E a beleza independe de nós. Portanto, não é cultural, pois isso seria logicamente um condicionante. Por exemplo, alguns defendem que a beleza só pode ser considerada olhando o aspecto da cultura. Eu confesso que entendo que podemos ser treinados a ver coisas de formas diferentes, mas também entendo que isso é algo “imposto” culturalmente e que devemos pensar muito além do que nossa sociedade aponta como belo.

A beleza é boa ou má? Pode ser e não ser

Indo além disso, vamos chegar à Beleza que é absoluta. Não é boa ou má. Ela existe nas situações mais diversas:

Na vida: com uma foto linda do seu filho recém-nascido e daquele momento marcante para sua vida; Ou na morte: com a foto de uma criança fugindo da guerra em um local esquecido.

Compreende? O fotógrafo que capturou estes dois momentos, conseguiu “pegar” a beleza em seu estado puro. Um filme que retrata parte dessa beleza que estou falando chama-se “Beleza Oculta” e está na Netflix para quem quiser sentir o que eu digo.

Calma, não estou dizendo que é bonito ver uma criança em estado de fome, desespero ou tristeza, mas reconhecemos que há algo ali. Algo sutil e quase “divino” já que estamos entrando no campo das percepções externas e além.

A beleza é retratada em todas as artes, mas nem sempre está completa

Com essa nova definição em mente, a arte então seria a busca de registrar um pedaço dessa sensação, dessa visão, dessa ideia que existe independente de todos. Como se o mundo existisse, mas antes dele a ideia de Beleza, de perfeição filosófica ou estética (pode ser visual ou não).

A perfeição que também pode ser imperfeita no sentido de equilíbrio, o que explicaria acharmos linda ou emocionante uma imagem triste de uma criança e seu sofrimento esquecido.

A beleza não necessariamente desperta felicidade. Ela pode gerar reflexão ou tristeza se assim quiser.

A propaganda entra para unir tudo que a beleza pode gerar

Textos, imagens, filmes, histórias… para nos levar a estados novos, contemplativos.
Se no fim das contas, estamos vendendo um produto, tudo bem. Existe beleza até no produto, no design, na sensação de uso, na forma de falar, na mídia que escolhemos, no tema que abordamos, na escolha de cores da campanha, na escolha das formas e nos atores.

Somos eternos pesquisadores que tentam ver a vida de um outro olhar. Tentamos extrair do cotidiano o belo, mostrando que existe muito mais além do que podemos perceber.

A propaganda é uma forma de dizer: olha pra isso desse ângulo!

A vida tem muitos significados, tem outras imagens, tem outras belezas dentro da grande Beleza. Você precisa se olhar no espelho e achar belo cada defeito seu, pois assim foi feito.

Não à toa, estamos tendo discussões tão atuais sobre identidade, gênero, questões estéticas, dentre outras nas propagandas e no mundo.

No fim, estamos todos buscando a beleza que há dentro de cada um de nós, pois é isso que nos move a querer viver. Somos eternos caçadores da Beleza, pois no fim, a beleza é a própria vida, o próprio Deus.

*(Você pode não acreditar em Deus, mas na Beleza aqui definida, você vai acabar concordando comigo).

Então, não há nada mais bonito do que contemplar a Humildade de Deus que de tão humilde em si, não obriga que o reconheçam e se faz presente em tudo de forma sutil, sacou? Tudo bem, estamos entrando em ritmo de Natal e não quero forçar uma reflexão mais profunda, mas veja se esse pensamento não é filosoficamente belo? Pois é. Até as ideias são belas, os sentimentos, as boas ações. E em tempos obscuros como os de hoje, precisamos embelezar um pouco mais nossos pensamentos e espíritos, concorda?

Viva o Natal e a beleza numérica do ano de 2020!
Viva à Beleza viva!