O Brand Publishing e a LGPD

por Paulo Henrique Ferreira *

Finalmente entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD. Inspirada na GDPR europeia, a lei formaliza a questão dos cuidados e regras com dados pessoais. Em linhas gerais, a LGPD determina que toda e qualquer marca que solicita, trata, controla e armazena dados de seus clientes tenha uma política declarada para o uso de dados. Inclusive, dá a prerrogativa de eliminação dessas informações por parte dos clientes.

Pertinente neste momento de transição midiática, a LGPD vai exigir esforço conceitual e técnico das marcas. Daqui pra frente, a lei vai estimular a minimização de solicitação de informações, bem como coibir a acumulação indiscriminada e uso indevido de dados.

A partir de agora, gestores das áreas de Tecnologia e Relacionamento com Cliente poderão, finalmente, construir processos bem estruturados. O mesmo vale para profissionais e equipes de comunicação das marcas, que terão a oportunidade de protagonizar a cultura de dados na empresa, sobretudo com projetos de mídia proprietária.

Diga-se de passagem, no longínquo ano de 2016, o estudo “Global Communications Report”, da Holmes Report, já previa que a área de Owned Media seria a frente de maior crescimento nas empresas até 2020. Acertaram na mosca. Mesmo antes da LGPD, muitas empresas já buscavam a desintermediação da relação com seu público, através de ativos digitais proprietários.

Ativos como, por exemplo, portais de conteúdo especializado, assinados por marcas relevantes. Esse tipo de projeto – conhecido como brand publishing – consiste no desenvolvimento de propriedades completas de conteúdo digital, com programas consistentes de publicação e distribuição de notícias, análises e informações, em plataforma própria.

A partir de agora, a marca que tiver legitimidade para se posicionar como publisher, além de reforçar sua autoridade e notoriedade, terá também a oportunidade de tornar sua plataforma uma fonte permanente de dados, em compliance com a LGPD.

Afinal, com a LGPD, a questão não fica restrita apenas à produção, curadoria e distribuição de conteúdo. Extrapola para a capacidade de transformar third party data em first party data. Ao atrair audiência de forma sistemática para uma plataforma própria, a marca estabelece uma fonte estruturada de dados, com processos técnicos bem definidos.

Processos integrados com o CRM das empresas, com clara distinção das fontes de origem e usos estritamente relacionados a cada ação. Muito mais que um programa permanente de conteúdo, a disciplina de brand publishing é capaz de desenvolver uma plataforma que transforma, de maneira lícita, dados terciários em dados primários.

Grupos como L’Oreal, GE e Amex são referências globais em brand publishing, com portais proprietários relevantes, pioneiros e longevos. No Brasil, marcas como ENGIE, PROTESTE e Transfero Swiss, também já estabeleceram suas plataformas de conteúdo, em linha com as boas práticas da LGPD.

Image by Wynn Pointaux from Pixabay

Com tudo isso, da mesma maneira que equipes técnicas vão ter que lidar com as novas regras, as equipes de comunicação também terão que amadurecer seus processos. Cabe aos profissionais da área desenvolverem portais proprietários de marcas, que serão verdadeiros ativos de negócios – inclusive para o tratamento adequado de dados.

Afinal, antes da LGPD, projetos de brand publishing – estado da arte em owned media – eram verdadeiros diferenciais competitivos de marcas relevantes. Com a LGPD, esse tipo de projeto passa a ser uma necessidade operacional.

*Formado em jornalismo pela PUC-Campinas, Paulo Henrique Ferreira também é mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP e possui MBA em Gestão pela Fundação Getúlio Vargas. É fundador e Diretor Executivo da Barões Digital Publishing, primeira empresa brasileira especializada em brand publishing, que tem entre seus clientes, o QuintoAndar, PROTESTE, ENGIE e Transfero. Paulo Henrique começou sua carreira em 2000, na Compera (atual Movile), desenvolvendo produtos editoriais para telefones celulares. De 2008 a 2015 liderou a área digital do LANCE!, o maior diário desportivo do Brasil. Dentre outras posições no mercado de publishing digital, também foi membro do Comitê de Estratégias Digitais da ANJ. Ferreira é pai do Pedro e marido da Márcia, além de sócio, na Barões, do Bruno Costa e João Gabriel dos Santos.

‘Estudo MARCO Hábitos de Consumo Pós-COVID-19’

54% dos brasileiros realizarão mais compras online após o isolamento

  • 65% dos brasileiros afirmam ter feito mais compras via internet durante o período de distanciamento social, consolidando o ‘boom’ do e-commerce e a reinvenção obrigatória do comércio tradicional
  • A televisão é o canal de informação preferido por 75% dos brasileiros durante a crise, seguido pela imprensa online (58%), Facebook (38%) e WhatsApp (34%)
    Quase metade dos brasileiros (47%) acredita haver censura ou controle da mídia e das redes sociais

A futura retomada das atividades será o início de um “novo normal” após a pandemia da COVID-19. Essa nova realidade será marcada por importantes mudanças adotadas pelos cidadãos no Brasil e em outros países afetados pelo novo coronavírus. Visando conhecer em detalhes a evolução dos hábitos de consumo pós-COVID-19, a agência de comunicação MARCO elaborou o ‘Estudo MARCO de Hábitos de Consumo Pós-COVID-19’. A sondagem internacional foi realizada entre mais de 4.500 pessoas no Brasil, Espanha, Itália, Portugal, México e Colômbia. Uma de suas principais conclusões aponta que 76% dos cidadãos que vivem nos países pesquisados mudaram definitivamente seus hábitos de consumo.

Hábitos de consumo

O crescimento vertiginoso do e-commerce chegou para ficar após o isolamento. O Brasil se destaca como um dos mercados com maior número de consumidores (65%) que afirmam ter feito mais compras online durante esse período. Essa tendência se repete na Espanha (60%) e nos outros países da América Latina (ao menos 65%), ficando abaixo da Itália (81%).

65% dos brasileiros afirmam ter feito
mais compras online durante o isolamento

Do mesmo modo, depois do distanciamento social, 54% dos brasileiros farão mais compras online do que antes. Essa tendência de alta também é perceptível no mercado latino (ao menos 51%), mas novamente tem destaque na Itália (82%). Consequentemente, esse crescimento tem impacto no setor de varejo, resultando na aposta obrigatória em canais online de vendas e marketing. Isso também gera consequências para a adaptação dos varejistas a um novo modelo de logística.

Canais de informação

No período de isolamento, 75% dos brasileiros escolheram a televisão como o principal meio para se manterem informados. Em seguida está a imprensa online, com 58%. Tanto a TV quanto os portais de notícias ocupam as duas primeiras posições em todos os países pesquisados. No Brasil completam o ranking Facebook (38%), WhatsApp (34%), rádio (17%), LinkedIn (5%) e jornais impressos (4%).

Em paralelo, também houve um grande crescimento em várias plataformas de streaming. As que tiveram maior aumento na utilização pelos brasileiros foram Netflix (73%), Amazon Prime (32%) e Globoplay (26%). Os consumidores também optaram pelos videogames (50% entre os homens e 37% entre as mulheres) como uma das principais opções de lazer durante o isolamento.

Controle dos meios de comunicação e redes sociais

De acordo com dados do ‘Estudo MARCO de Hábitos de Consumo Pós-COVID-19’, quase metade dos brasileiros (47%) acredita que há censura ou controle da mídia e das redes sociais desde o início da crise da COVID-19. Colômbia e México, os outros países da América Latina pesquisados, registram os maiores percentuais (61% e 59%, respectivamente), seguidos pela Espanha, com 54%. Dos seis países pesquisados, Portugal (30%) é o único cuja população não aponta um controle governamental relevante sobre meios de comunicação.

Quase metade dos brasileiros (47%) acredita em censura ou
controle da mídia e das redes sociais desde o início da crise

Em relação à volta das aglomerações em atividades presenciais, como aulas nas escolas de período integral, 53% dos brasileiros consideram apropriado manter aulas em meio período, com o restante do tempo de estudo sendo realizado em casa.

Didier Lagae, CEO e fundador da MARCO e Profissional Global e Europeu de Relações Públicas de 2019, faz a seguinte observação: “Há um ‘boom’ do comércio eletrônico que veio para ficar. Além disso, vemos que quase metade dos brasileiros acusa o governo de exercer controle ou censura sobre a mídia e as redes sociais”.

Fonte: Agency – Douglas Meira e Camilla Ginesi

Reabertura dos shoppings na segunda feira

Taubaté Shopping e Shopping Colinas falam da reabertura

Dois importantes shoppings da região comunicaram oficialmente sua reabertura a partir desta segunda próxima, dia 01/06. Vejam o que os dois shoppings tem a dizer sobre a retomada.

Taubaté Shopping reabre em 1º de junho

Centro de compras e lazer segue em linha com os decretos estadual e municipal e adota diversas ações, como horários reduzidos, aferição de temperatura, cuidados reforçados com a higienização e controle para evitar aglomerações

O Taubaté Shopping reabre ao público a partir desta segunda-feira, dia 1º de junho, seguindo orientações de órgãos públicos e decretos governamentais, bem como as recomendações dos órgãos nacionais e internacionais de saúde. O empreendimento funcionará temporariamente em horário reduzido, de segunda a sexta, das 12hs às 20hs; já os estabelecimentos de alimentação seguem funcionando exclusivamente no sistema “drive-thru” e “delivery”.

Para garantia da segurança à saúde de todos os visitantes, o centro de compras e lazer adotou diversas medidas de controle, alinhadas às recomendações do decreto municipal. “Trabalhamos intensamente em um plano para essa reabertura e estamos adotando práticas que visam a essa retomada consciente do funcionamento dos setores econômicos”, destaca a Gerente Geral do Taubaté Shopping, Ana Cristina Ribeiro.

Veja a lista de ações adotadas pelo Taubaté Shopping para a fase de reabertura:

– Cuidados redobrados com a higienização e desinfecção rotineira de todas as áreas do empreendimento;
– Eventos e atividades que possam gerar aglomeração permanecem suspensas; por isso, seguem fechadas áreas de lazer, de jogos, de boliche, parques infantis e o cinema;
– Os estabelecimentos de alimentação seguem funcionando exclusivamente no sistema “drive-thru” e “delivery”;
– Incremento de mais pontos de álcool em gel a 70% para utilização dos clientes e dos funcionários do local;
– Sinalizações internas reforçadas, como a demarcação de espaço para filas;
– Orientações reforçadas junto aos lojistas e funcionários quanto aos cuidados na prevenção;
– Redução dos acessos de entrada ao empreendimento;
– Obrigatoriedade do uso de máscaras por funcionários e clientes;
– Displays com indicação e orientação em relação ao respeito ao distanciamento e às boas práticas de higiene.

Fonte: Communicare – Giovanni Romão

Sobre a reabertura do Colinas Shopping

Com base nos decretos do governo estadual e da Prefeitura de São José dos Campos, publicados na quarta-feira (27) e quinta-feira (28), respectivamente, autorizando a reabertura de shopping centers e outros setores, o Colinas Shopping informa que retomará as atividades a partir da próxima segunda-feira (1º de junho).

A reabertura irá seguir todas as normas e diretrizes especificadas pelas autoridades, com medidas extras de proteção à saúde que serão adotadas pelo Colinas Shopping.

O Colinas já se preparou para que a reabertura e as atividades sejam organizadas priorizando a segurança e a saúde dos clientes e colaboradores, baseando-se também no protocolo de operações da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), além dos decretos estadual e municipal.

Entre as ações adicionais, estão medidas como controle de entrada e saída – por portas diferentes –, aferição de temperatura e uso de tapetes antibacterianos, entre outras.

Além disso, o Colinas Shopping já mantém torneiras, papeleiras e dispensers de sabão e álcool em gel automatizados. No estacionamento, o plano adotado prevê a utilização de vagas alternadas, mantendo uma distância segura entre os automóveis.

As praças de alimentação permanecem fechadas, pois o atendimento no balcão dos estabelecimentos está proibido. As operações de alimentação continuam por meio do sistema drive-thru e delivery.

Todas as iniciativas também serão comunicadas aos clientes, a partir de uma campanha de comunicação visual no shopping e nas redes sociais do Colinas, com foco em orientações úteis para prevenção individual, visando a garantia da saúde de todos.

O Colinas Shopping reforça que seguirá todas as determinações dos órgãos governamentais. Neste momento de reabertura, salões de beleza, academia, cinema, teatro, espaço kids, bares e restaurantes permanecem fechados. O shopping também não promoverá atividades promocionais ou campanhas que possam causar aglomerações.

O funcionamento do shopping será de segunda a sexta, das 12h às 20h.

Fonte: CABANA – Alexia Silva