Sete temas cruciais para o marketing em 2024

Desafios globais tornam imperativo que os profissionais de marketing estejam adequadamente preparados para obstáculos e oportunidades

Por Patricia Artoni*

Em um ambiente macroeconômico permeado por crescente instabilidade e desafios geopolíticos, vislumbramos a chegada do ano de 2024. Nesse contexto, os desafios globais continuam a modelar a paisagem econômica, tornando imperativo que os profissionais de marketing estejam adequadamente preparados para os obstáculos iminentes e vigilantes às oportunidades emergentes. Desta forma, vemos sete temas essenciais que demandam a atenção cuidadosa de empresários e profissionais de marketing no ano vindouro.

1. Criação de Valor em um Ambiente Competitivo

O aumento da inflação e a crescente competição exigem que as marcas e fornecedores estejam atentos à elevação dos preços das mercadorias. Apesar dos desafios, este cenário também oferece oportunidades para a criação de valor, à medida que os consumidores exploram novos estilos, gostos e prioridades. A gestão precisa dos preços torna-se imperativa para equilibrar a competitividade e a rentabilidade.

2. Responsabilidade Ambiental e Resiliência na Cadeia de Abastecimento

A crise climática ganha urgência em 2024, com eventos climáticos extremos em evidência. Profissionais de marketing devem estar conscientes e responsivos, liderando iniciativas contra emissões e construindo resiliência nas cadeias de abastecimento. A sustentabilidade não é apenas uma opção ética, mas também uma estratégia de negócios crucial para a lealdade do consumidor.

3. Experiências como Diferencial Competitivo

Embora as compras de produtos continuem relevantes, a preferência por experiências continua em ascensão. Empresários e profissionais de marketing devem capitalizar essa tendência, oferecendo experiências memoráveis.

4. Influenciadores em Alta: Parcerias com Ênfase em Vídeos

A colaboração com influenciadores continuará a ser uma estratégia eficaz em 2024, com uma mudança de ênfase para conteúdo em vídeo. A autenticidade e a conexão emocional serão essenciais, exigindo parcerias mais profundas e genuínas.

5. A Fusão de Saúde e Estilo de Vida

Com a adoção de estilos de vida mais saudáveis, as marcas de estilo de vida devem integrar elementos técnicos em suas coleções, desafiando as fronteiras entre funcionalidade e estilo. A busca por produtos que promovam o bem-estar continuará a influenciar as decisões de compra.

6. Investimentos Otimizados: IA Generativa e Eficiência nos Investimentos

Após o lançamento da IA generativa em 2023, os profissionais de marketing devem explorar o potencial dessa tecnologia para aprimorar a criatividade e eficiência nos investimentos comerciais e de marketing. Superar o desafio da diminuição da fidelidade à marca em cenários incertos exigirá uma abordagem estratégica e inovadora.

7. Inovações para Todos os Bolsos: Soluções Acessíveis e Rentáveis

Para conquistar novos consumidores, os profissionais de marketing devem buscar inovações que tornem os produtos mais acessíveis e rentáveis. Redução de embalagem, versões econômicas por meio de refil e ajustes nas fórmulas são estratégias que podem atrair um público mais amplo.

Em um ambiente dinâmico como o de 2024, a agilidade e a inovação constante serão os diferenciais dos profissionais de marketing. A capacidade de antecipar tendências, responder a desafios e criar experiências autênticas será crucial para o sucesso. Esteja atento aos sinais do mercado, ajuste suas estratégias conforme necessário e, acima de tudo, mantenha a paixão pela criação de valor para os consumidores.

*Patricia Artoni é professora da FIA Business School

Ações personalizadas tiram o marketing do senso comum nas datas comemorativas

*Por Silvana Torres

Eventos comemorativos são um fenômeno entre consumidores do mundo inteiro. Entre os brasileiros, a situação não é diferente. A Black Friday, por exemplo, acontece no país nas últimas sextas-feiras de novembro desde 2010 e, este ano, registrou mais de R$ 1,1 bilhão em transações no e-commerce brasileiro entre a quinta-feira (24) e a manhã de sexta-feira (25), de acordo com levantamento da Confi Neotrust e da ClearSale.

Está claro que datas comemorativas como essa são ótimas oportunidades de ativação junto ao cliente. Porém, para as marcas realmente serem efetivas nessas ações, é preciso conhecer o público com profundidade e saber quais são os seus desejos. Isso significa que uma maior personalização da ação tende a gerar um maior impacto no mercado. Caso contrário, as empresas podem cair no famoso “mais do mesmo” e não alcançar os resultados esperados.

Dentro desse espectro, ganha força o conceito de Clientocentrismo, que, como o próprio nome diz, significa colocar o cliente no centro de qualquer ação. Essa prática vem sendo adotada já há algum tempo por parceiros de comunicação mais atentos, embasados na maioria das vezes por estratégias data-driven, em que dados relacionados a preferências, necessidades e hábitos de consumo são interpretados e traduzidos em ações individuais mais efetivas, por fazerem muito mais sentido para determinado perfil de cliente.

O consumidor tem buscado experiências inesquecíveis e tangíveis no momento de adquirir um produto ou serviço, o que fez com que as marcas pensem em soluções disruptivas e personalizadas. E, nessa tarefa específica, elas contam com o expertise dos especialistas, que são seus parceiros de comunicação, o que pede uma atuação e um olhar mais amplo desses parceiros, considerando a estratégia de negócios como um todo, nos moldes de uma consultoria.

Nesse sentido, observar atentamente os movimentos do consumidor e avaliar de que forma tornar o portfólio das empresas mais relevantes para eles, muitas vezes, representa o fator de sucesso mais relevante para uma determinada estratégia ou ação de comunicação. E claro, propor soluções exequíveis, construídas junto com os clientes. Eis a fórmula que, de mágica, não tem nada, mas tem muito de trabalho, confiança e inteligência de negócios.

Em outras palavras, é preciso utilizar estrategicamente dados de mercado para realizar um trabalho a quatro mãos com o cliente, de modo a pensar em ideias que ultrapassam o limite do briefing. Muito mais que atender, entender para então, proceder.

É levar para as marcas o entendimento completo do seu público e das suas necessidades, compreendendo não só a estrutura da campanha que deseja exatamente fazer, mas também a adequar o seu produto ou serviço às últimas tendências do mercado, se sobressaindo à concorrência.

Não à toa, o marketing de incentivo se sobressai diante desse escopo, seja no sentido de estimular a equipe de vendas das marcas, seja no momento de resgate de prêmios, que pode ser feito em plataformas digitais, permitindo aproveitar inúmeras promoções. E ainda, dentro dessa disciplina, podemos destacar as viagens de incentivo. Comprovadamente, são consideradas soluções de reconhecimento inigualáveis em termos de memória residual, muito mais efetivas do que itens habituais, como dinheiro ou pagamento de contas, de aspecto bastante efêmero.

As lembranças das viagens ficam por anos e anos. E claro, de quem proporcionou essa viagem ao premiado, também! Melhor ainda quando essa experiência pode ser atrelada a ganchos como datas sazonais, por exemplo a Copa do Mundo.

Em 2018, organizamos uma viagem de incentivo para a Johnson & Johnson, levando 15 participantes e seus acompanhantes para assistirem a uma partida da Seleção Brasileira na Copa da Rússia, mesmo sem que a empresa fosse patrocinadora oficial do evento. Independentemente disso, a viagem de oito dias foi planejada especificamente para aquele público, levando em cona seus gostos, suas expectativas e características próprias. O resultado foi um golaço! Promovemos uma experiência única e marcante que fortaleceu o relacionamento com os principais clientes e distribuidores da marca.

Portanto, ações personalizadas trazem oportunidades claras de gerar negócios repletos de valor, indo além de ideias básicas de descontos e preços reduzidos; são chances das empresas estabelecerem uma forte interação com os clientes, culminando na tão desejada fidelização do público. Para isso, o marketing sazonal abre portas de atendimentos, serviços e produtos mais individualizados e direcionados, que fogem do senso comum.

*Silvana Torres é presidente e fundadora da Mark Up, uma das principais referências em live marketing no Brasil e criadora da metodologia proprietária nomeada de Construtoria Estratégica, que alia estratégias data driven de uma consultoria a execuções assertivas e criativas de uma agência.

Empresas nativas digitais e a necessidade de conexão e experiências

por Lyana Bittencourt*

A sigla pode não ser tão conhecida, mas com certeza você já se deparou com uma dessas empresas: as “Digital Native Virtual Brands” ou “nativas digitais” são aquelas empresas, geralmente indústrias, que escolheram o canal digital para operar sua estratégia de Direct to Consumer, ou seja, o canal direto ao consumidor final.

E o que elas têm de especial? Uma cultura bastante própria. Para começar, elas focam na sustentabilidade e responsabilidade social. Já nascem com uma consciência ambiental, social e de impacto econômico que muitas das empresas ainda estão lutando para adquirir. Como forma de expressar isso, programas de recompra e reforma de itens, reciclagem e reuso são parte do seus processos.

Ao mesmo tempo que focam nesses pontos, valorizam a cadeia produtiva, se apegando às origens de seus insumos e respeitando cada elo dessa cadeia. Com isso, acabam por contar belas histórias. O storytelling faz parte de suas estratégias de marketing, pois sua forma genuína de fazer acontecer por si só atraem a atenção e engajam os consumidores. Isso tudo como resultado de um propósito, uma razão de existir muito claras.

Como exemplo, a Ugly uma marca de bebidas carbonatadas sem ingredientes artificiais. Super irreverente e que busca a quebra do status quo, pois foi criada com o propósito de quebrar “a verdade feia” em um mundo de notícias falsas, ingredientes artificiais e buscam promover o bem social. A cada bebida vendida, eles doam uma parcela para entidades que buscam reduzir a desigualdade de gênero e a conservação dos oceanos. Ou ainda a Soylent, que tem o propósito de “descomplicar o que é complicado” e promete nutrição em uma garrafa. Por meio de produtos baseados em soja, garantem que seus produtos substituem uma refeição completa – em diferentes formatos e de forma funcional.

Os exemplos acima já mostram como essas marcas também buscam alavancar negócios disruptivos. Como é o caso da Rent the Runaway que tem como modelo de negócio a assinatura de roupas. Ou seja, por um período você recebe em casa algumas roupas, usa e depois devolve, recebendo novas em seguida. Ou ainda a Peloton que é uma assinatura de streaming de aulas de ginástica – ou vivo ou sob demanda – tudo isso associado à venda de produtos como esteiras e bicicletas que se conectam ao streaming.

Como no caso da Peloton, o conteúdo é rei. A produção de conteúdo está na essência dessas marcas, como forma de se aproximar e engajar consumidores. As redes sociais são sua principal forma de divulgação e nelas contam histórias, trazem depoimentos e mostram como podem ajudar a solucionar problemas e dores da sua audiência. É tudo pensado em como o consumidor vai receber a mensagem e se conectar com ela. Afinal, também são maníacos pela experiência do consumidor – reviews, avaliações e recomendações fazem parte do negócio como forma de obter insights, melhorar a experiência e fornecer um atendimento personalizado.

E o atendimento personalizado vai além de chamar pelo primeiro nome. É uma estratégia 100% centrada em dados e amparada por tecnologia para se relacionar com o consumidor durante toda a sua jornada e em todos os pontos de contato de forma a oferecer sempre solução e experiência. É fazer com que o cliente sinta que a empresa o conhece tão bem que consegue antecipar suas necessidades antes mesmo que ele perceba.

Como mentalidade, as nativas digitais sabem que precisam realmente abraçar as mudanças do ambiente e das necessidades de conexão e experiências. Elas investem em tecnologia e estão sempre na vanguarda. E como resultado, alavancam seu negócio. Muitas participam de rodadas de investimento e acabam por crescer de forma exponencial, alcançando e ultrapassando muitas empresas tradicionais do mercado.

Se você olha para tudo e pensa “isso não é pra mim” saiba que está perdendo tempo. Porque isso é o que o consumidor espera e se você quer se conectar com ele, é isso que sua empresa precisa fazer.

*Lyana Bittencourt, CEO do Grupo BITTENCOURT – consultoria com mais de 3 décadas de experiência de mercado especializada em desenvolvimento, expansão e gestão de redes de franquias e negócios

Como fazer divulgação por buzz marketing

Três passos para iniciar uma divulgação através do Buzz Marketing

por Achiles Batista Ferreira Junior

O conceito do Marketing boca a boca é simples e na maioria das vezes acontece de forma natural e espontânea. Há algum tempo, o mercado percebeu que a prática até então inocente e natural pode ser induzida a formar opinião de grupos específicos e esses, posteriormente, geram notícia e opiniões sobre suas experiências.

Achiles Batista Ferreira Junior

Antes, ao divulgar um produto ou serviço de forma isolada, a consequência natural era gerar o marketing boca a boca, resultado de uma boa experiência ocorrida sem programação prévia. Agora, recebeu uma nova roupagem e passou a ser uma estratégia direcionada a públicos que podem ser considerados “chaves” para fomento de opinião em relação a sua experiência. Assim surge o Buzz Marketing que consiste em criar um boca a boca positivo em torno de um produto, transformando consumidores selecionados em veículos espontâneos de mensagem. Esta, a seguir, espalha-se em círculos concêntricos, dos geradores de tendências, ao público consumidor.

O conceito de Buzz Marketing é originário dos circos que precisavam divulgar seus espetáculos e usavam de pequenas demonstrações nas cidades para gerar movimentação e “falatório” sobre a novidade e assim, garantir a curiosidade das pessoas em relação as atrações circenses.

Imagine então, que você tem um bom produto ou presta um bom serviço, com certeza alguém vai lhe indicar; porém, o desafio é manter um padrão para ser sempre lembrado de forma positiva e contínua pela sua qualidade e não pelas suas deficiências.

É possível estimular de forma estratégica essa prática para gerar o Buzz Marketing:

1 – Reunir pessoas chaves, podem ser de micro a grandes influenciadores, ou mesmo dependendo do seu negócio, líderes comunitários, pessoas que exercem algum tipo de influência sobre o público desejado, essas pessoas selecionadas serão voluntárias e farão uso de seu produto/serviço.

2 – Tão logo essas pessoas experimentarem seus produtos/serviços através de uma degustação bem elaborada, iniciam a fase de relato de experiência, e se no caso, for uma experiência positiva, isso pode ser reforçado, seja por postagens em grupos de interesse virtuais ou físicos, assim logicamente será gerado o boca a boca positivo, dando maior crédito para empresa e possivelmente aumentando as vendas.

3 – Com o tempo você terá conhecimento de seu mercado e as melhores formas de divulgação, escolhendo o público formador de opinião com mais assertividade. Imagine, por exemplo, que você seja um profissional de vendas de produtos de estética, ter o testemunho positivo de alguém que forma opinião perante esse mercado e assim gera todo um “buchicho” ou “burburinho” sobre seus produtos, logicamente sempre com a preocupação de obter comentários positivos, porque o contrário também funciona, mas nesse caso seria para acabar com seu negócio, portanto, caso opte pelo Buzz Marketing tenha certeza da qualidade sempre.

Achiles Batista Ferreira Junior é coordenador dos cursos de Marketing e Marketing Digital do Centro Universitário Internacional Uninter