Coluna “Discutindo a relação…”

As grandes holdings de propaganda/comunicação

Por Josué Brazil

O cenário mundial da propaganda é dominado já há algum tempo pelas grandes holdings.

Antes de falar mais sobre isso vamos explicar o que é uma holding. Holding é uma empresa que detém participação acionária majoritária em outras empresas. Uma holding é uma empresa que comanda várias outras empresas por ter comprado a maior parte de suas ações. Deste modo, centraliza o controle sobre elas.

No mundo da propaganda há grandes holdings que controlam grandes redes de agências de propaganda em diversos países.As redes de agências normalmente giram em torno de uma marca, como a McCann Erickisson por exemplo, que possui unidades em vários países

As maiores holdings de propaganda ou comunicação no mundo são, por ordem de grandeza, as seguintes: WPP, Interpublic, Omnicom, Publicis, Havas e Dentsu Aegis Network.

De acordo com matéria publicada em Meio&Mensagem em 28 de fevereiro de 2023, com informações do Ad Age, WPP, Interpublic, Publicis Groupe e Omnicom, as maiores holdings de comunicação e publicidade do mundo, registraram crescimento na receita no ano passado em comparação com 2021.

Esses grandes grupos procuram reunir, além das agências de propaganda tradicionais, empresas de comunicação de diferentes especialidades de forma que possa oferecer aos clientes um cardápio completo de soluções de marketing e comunicação. Elas aglutinam empresas de mídia, de pesquisa, de dados, de marketing digital, de relações públicas, de design e até de tecnologia.

Coluna “Discutindo a relação…”

Virar o jogo

Um dos pontos mais comentados em congressos, palestras, artigos, textos, podcasts e etc é a perda de valor das agências de propaganda. Podemos traduzir essa perda de valor por perda de importância e/ou relevância.

Há uns cinco ou seis anos esse tema passou a ser mais frequente e as mudanças recentes que vimos acontecer nas grandes holdings de propaganda parecem corroborar o ponto de vista defendido por muitos: as agências perderam relevância.

Isso se deu muito especificamente na relação com os anunciantes.

Há muitos fatores que são apontados para que esse recuo de importância no cenário de marketing e comunicação acontecesse. Concordo com a maioria deles. Mas vou destacar um que ouvi ou li recentemente e que acredito ser o mais decisivo: as agências não desenvolveram outros músculos além da criatividade ligada à comunicação.

Imagem de Lukas Bieri por Pixabay

Sim! O que é o maior trunfo das agências também pode ser visto como fator limitador. Vejamos: as agências não perceberam que os clientes tinham demandas que estavam além de uma boa ideia e de uma boa campanha traduzida em belas peças publicitárias.

As novas demandas dos clientes passavam e passam pela solução de problemas de negócios. Trata-se do já famoso e repetido “fazer o ponteiro de resultados mover-se para cima”. Trata-se de pensar na experiência total e completa do consumidor, em resolver gargalos e antecipar saídas a partir de novos comportamentos, usos e necessidades do consumidor.

Está bem além de ter ideias de comunicação! É pensar com cabeça de “resolvedor de problemas do cliente”. O que o fará bater as metas? Atingir os resultados? Virar líder do segmento? Ganhar consumidores novos? Ter novos produtos? E novos serviços?

E foi neste ponto crucial que as consultorias acharam a brecha de ouro para fazer sangrar ainda mais o já combalido grau de relevância das agências. Eles discutem isso: soluções voltadas para incrementar o negócio. E agora as consultorias, para o temor geral dos publicitários, investem também em comunicação e criatividade.

Calma lá, entretanto. Não é o fim do mundo das agências. Boa parte delas, principalmente as menores, independentes e ágeis já percebeu o que está rolando. Já sacaram. E estão jogando o jogo dentro do novo esquema tático. Tem mais facilidade porque são rápidas, enxutas e com poucos níveis hierárquicos. Algumas das grandes agências ligadas às grandes holdings também já sacaram. Mas tem mais dificuldades porque são lentas, grandes e com muitos níveis hierárquicos.

Imagem de rawpixel por Pixabay

Eu acho que dá pra igualar e até virar o jogo. As agências ainda voltarão a jogar bonito. E com eficácia! Eu boto fé!

“Afinal de contas, não tem cabimento. Entregar o jogo no primeiro tempo.
Nada de correr da raia, nada de morrer na praia.
Nada, nada, nada de esquecer.
Do balanço de perdas e danos.
Já tivemos muitos desenganos.
Já tivemos muito que chorar.
Mas…”

As holdings de propaganda

Novo conteúdo de áudio fala sobre as holdings

Desta vez trazemos um tema muito importante e interessante para o cenário da propaganda brasileira e mundial: as holdings.

Lembrando sempre que estes programetes de rádio são exibidos todas as terças em primeira mão no programa Panorama, da Rádio Unitau.

O Panorama vai ao ar de segunda a sexta das 14h00 às 16h00.

Saiba um pouco mais sobre esse assunto. Escute agora: