Coluna “Discutindo a relação…”

Uma estratégia para um propósito ou um propósito para uma estratégia?

Sim, eu sei.. num primeiro momento isso lembra aquele famosíssimo slogan: “A Tostines vende mais porque tá sempre fresquinha ou tá sempre fresquinha porque vende mais?”.  Além de bom, esse slogan sempre me soou muito engraçado…

O papo aqui, entretanto, é sério. Muito sério!

Muita gente tem dado entrevista, falado em podcasts e em lives que as marcas que tiverem um propósito firme e verdadeiro se darão bem neste momento de crise. E eu concordo 100%. Super! Mas o que ninguém consegue dizer com clareza é que devemos buscar uma estratégia que gere um propósito ou se devemos ter um propósito que gere uma estratégia de marketing e comunicação?

Eu digo que fico com a segunda hipótese. E não estou apenas chutando ou dando palpite (o que também está muito em alta nos dias atuais). O que eu penso e verbalizo está apoiado (e muito bem apoiado) nas ideias de Cynthia A. Montgomery, professora da Harvard Business School e autora do ótimo livro “O Estrategista – Seja o líder de que sua empresa precisa”.

A “roda da estratégia”

Neste livro a Cynthia (desculpa a intimidade) defende que o propósito deva ser o ponto central de toda empresa de destaque em seu segmento de atuação. Ela propõe o que chama de “roda da estratégia”, um sistema de criação de valor pensado em torno do propósito e que direciona toda a estratégia da empresa. Incluindo marketing e comunicação.

Ela traz exemplos bastante práticos de empresas como Ikea, Nike, Gucci e outras, que
estabeleceram estratégias de mercado e comunicação a partir de uma forte compreensão de seu propósito.

O interessante da proposta da autora é que ela não fecha um modelo único da “roda da estratégia”. Ao contrário. Ela propõe que cada empresa e cada propósito demandem um sistema diferente de apoio e consecução da estratégia.

Então, acredito que devemos ter o propósito para depois ter uma estratégia de comunicação do mesmo. Ache seu propósito e crie sua estratégia em torno dele.