MASCOTES: Semiótica da Vida Imaginária
Clotilde Perez
O século XXI se apresenta por meio de uma sociedade atravessada pelo consumo, em que cada um dos produtos disponíveis no mercado busca se impor de forma distinta e sedutora para ser captado pelos consumidores sedentos por momentos de volúpia e de prazer sem culpa. A publicidade incrementa e diversifica seu poder e se converte em poderoso fenômeno comunicacional, capaz de transmitir e demonstrar atributos e valores simbólicos sem precedentes. Ao mesmo tempo, como manifestação privilegiada da contemporaneidade – é a antítese do cenário de crise, caos e sofrimento, apoiandose em temas como escapismo, surrealismo, nonsense, ludicidade, humor, sensualidade -, é a promessa do paraíso ?definitivamente? perdido. Um caminho possível para o equilíbrio fugidio e cambiante, mas sempre desejado.
Nesse contexto, as mascotes e os personagens ganham contornos mais evidentes, uma vez que contribuem, de forma singular, para amplificar a capacidade de marcas construírem vínculos afetivos duradouros decorrentes de sua essência fetichista e perturbadora! Seres limiares, prontos para performar na cenografia do consumo.