Queda na confiança levanta alerta sobre a necessidade de mais autenticidade, transparência e responsabilidade entre os criadores de conteúdo
Apesar do marketing de influência ser uma das estratégias mais utilizadas pelas marcas nos Estados Unidos, um novo estudo mostra que a confiança dos consumidores nesse modelo caiu em relação à publicidade tradicional. O levantamento “Influencer Trust Index”, realizado pelo BBB National Programs, aponta que enquanto 87% dos consumidores expressam confiança em anúncios veiculados em canais tradicionais de mídia — como TV, rádio e revistas —, apenas 74% confiam nas recomendações feitas por influenciadores. O estudo mostra também que 26% dos consumidores não confiam em influenciadores, mais que o dobro dos 11,3% que desconfiam da publicidade em geral.
A pesquisa revela ainda que, para 71% dos consumidores, transparência e honestidade sobre a associação à marca são os fatores mais cruciais para estabelecer confiança, ao passo que 79% valorizam avaliações honestas, mesmo que não sejam positivas sobre o produto/serviço anunciado. No entanto, a percepção de que muitos influenciadores promovem produtos nos quais não acreditam ou omitem que se trata de publicidade tem gerado desconfiança, dificultando a conversão e o engajamento do público. 80% dos respondentes perdem a confiança quando os influenciadores não são genuínos, honestos ou transparentes. A não divulgação dos relacionamentos com as marcas também gera desconfiança para 64% dos entrevistados.
Para Fabio Gonçalves, diretor de talentos brasileiros e norte-americanos da Viral Nation e especialista no mercado de marketing de influência há mais de dez anos, essa queda na confiança é um reflexo direto da saturação e da falta de profissionalismo de parte do mercado. “A banalização das publis sem contexto ou conexão real com o influenciador enfraqueceu a credibilidade de muita gente. Hoje, o público está mais exigente, percebe quando a recomendação é forçada e cobra coerência entre o discurso e a prática”, avalia.
Ele reforça que a confiança é o principal ativo de um criador de conteúdo: “Diferente da publicidade tradicional, que se apoia na autoridade de um veículo, o marketing de influência depende da relação construída com a audiência. Quando essa relação é quebrada — seja por excesso de publicidade, falta de posicionamento ou escolha equivocada de campanhas —, a consequência vem em forma de desengajamento e perda de valor comercial.”
Na avaliação de Fabio, o caminho para reconquistar a confiança está na coerência entre conteúdo e produto, transparência nos acordos comerciais e foco em experiências reais. “As marcas precisam investir em influenciadores que conhecem de verdade seu público e que só promovem aquilo que faz sentido dentro de sua narrativa. A era da publi pela publi está chegando ao fim — e isso é positivo, porque abre espaço para um marketing mais maduro, ético e sustentável.”
Ele finaliza destacando como as agências precisam se adaptar a esse novo momento. “Na Viral Nation, temos trabalhado com nossos talentos para fortalecer a confiança com a audiência, posicionando-os como marcas pessoais com valores bem definidos. Incentivamos que digam ‘não’ a campanhas que não têm fit e que cultivem parcerias de longo prazo com as empresas. Nosso foco é ajudar os criadores a entregarem resultados reais sem comprometer a relação com quem mais importa: sua comunidade.”
METODOLOGIA
O estudo Influencer Trust Index foi conduzido pelo BBB National Programs, em parceria com a University of Georgia e o McLean Hospital. A pesquisa analisou as percepções dos consumidores norte-americanos sobre autenticidade, transparência e confiança no marketing de influência, comparando os resultados com o desempenho da publicidade tradicional. O relatório completo está disponível aqui.
Mediadora do Talk Nexus, Carmem Alvim, idealizadora da DWalk – Semana de Design do Vale do Paraíba Foto: divulgação
São José dos Campos se prepara para receber a ” 5ª DWalk – Semana de Design do Vale do Paraíba” , que será de 27 a 30 agosto. Mas, antes disso, haverá um bate papo, que será um preview do que será o evento. A idealizadora da Semana do Vale do Paraíba, Carmem Alvim, a convite do Grupo Nexus, será a mediadora do “Talks Nexus” que contará com os curadores da DWalk 2025. O tema deste encontro será “ As Semanas de Design pelo Mundo”. O evento será no dia 12 de julho, às 16h, no Condomínio Jardim das Nações, Av. Maria Lourdes Friggi, 950, no bairro Urbanova.
Os curadores da DWalk 2025: o arquiteto, Gustavo Martins (Curadoria Inspiracional); a empresária de moda, Mônica Monteiro (Curadoria Fashion Design); a publisher e jornalista, Sandra Leise (Curadoria Food & Design) e o galerista, Sérgio Gonçalves (Curadoria de Arte) que já estiveram presentes nas mais importantes Semanas de Design, vão falar sobre suas experiências e os conceitos de cada uma delas. Essas personalidades abordarão as semanas: Design Week de São Paulo, Salone del Mobile di Milano, Paris Design Week e Maison & Objet, entre outras.
“É com muita alegria que recebo este convite para mediar uma conversa com especialistas e conhecedores das Semanas de Design Mundiais. Será um bate papo qualificado, de alto nível e que será uma pequena mostra do que será a 5ª DWalk do Vale do Paraíba, que reunirá ações, experiências, talks, exposições na programação”, contou Carmem Alvim.
DWalk 2025– Semana de Design do Vale do Paraíba
A “DWalk 2025″ será realizada de 27 a 30 de agosto, em São José dos Campos. Toda a programação da DWalk é realizada no “Distrito do Design” que compreende o quadrilátero formado pelas avenidas Barão do Rio Branco, Madre Paula, Anchieta e São João.
O evento tem o apoio dos poderes públicos: Prefeitura Municipal, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Secretaria de Mobilidade e Diretoria de Turismo. No lançamento contou com a presença do Secretário Mário Muniz, da Diretora Aline Arantes e com Fábio Barata, representando a Secretaria de Comunicação.
Confirmaram presença na edição de 2025: Ekomall, Boutique da Casa, Dalmobile, Mobile Top, Namô Boutique, Quartmo, Breton, Sleep House, Valeflex, Florense, Arantes Marmoraria e Dimare Planejados.
Os lojistas interessados em participar e ter informações: Teaser Comunicação Criativa – 12 99194 6632 / 12 991419276 bruno@teaser.com.br
Relacionamentos saudáveis são feitos de gestos cotidianos — e com a propaganda não é diferente. A boa propaganda, aquela ética, criativa, pertinente e eficaz, não nasce num raio de inspiração divina nem numa reunião relâmpago com pizza fria e post-it na parede. Ela é construída no dia a dia. No respeito às boas práticas, na escuta ativa do cliente e do consumidor, na responsabilidade com o que comunicamos e na disciplina criativa que move agências e departamentos de marketing.
Sempre disse e sempre defendi (e sigo defendendo) que boa propaganda é consequência do somatório de boas práticas de todo, ou da maior parte, do setor.
Sim, propaganda também tem rotina. E não estamos falando só de prazos, briefings e reuniões infinitas de alinhamento. Estamos falando da rotina que forma caráter: revisar o que se escreve, pensar no impacto social de uma campanha, lembrar que criatividade não justifica tudo, e que “ousado” não é sinônimo de “inconsequente”. A propaganda que queremos ver por aí começa com o cuidado que temos com o que fazemos aqui, agora, todo dia.
É claro que tem dias em que a inspiração brilha e tudo flui como numa grande ideia de Cannes. Mas a maior parte do tempo, o que temos é transpiração — e decisões éticas. A escolha por uma imagem mais representativa, por uma linguagem mais inclusiva, por uma piada que não humilha ninguém. A boa propaganda é feita dessas pequenas escolhas. É aí que se constrói uma reputação de verdade.
E quando todo o setor adota essa consciência no cotidiano, a entrega melhora para todo mundo. O cliente ganha mais que uma peça bonita — ele ganha confiança. O consumidor recebe mais que uma mensagem — ele se sente respeitado. E a gente, que trabalha nesse meio, passa a fazer parte de algo maior que a próxima campanha: a construção de um mercado mais saudável, coerente e relevante.
Se propaganda é reflexo da sociedade, então que sejamos o reflexo do que há de mais responsável e criativo nela. Não só nas premiações, mas no planejamento de mídia. Não só no post viral, mas no e-mail que pouca gente vai ler. A boa propaganda está nos detalhes — e eles são cultivados na rotina.
Portanto, se é para discutir a relação, que seja com honestidade: amar a propaganda é também cuidar do que ela diz e do jeito que diz. Todo dia. Porque ética, assim como criatividade, é prática diária.