A Inteligência Artificial Generativa e a transformação da propaganda digital

Por Adilson Batista*

A Inteligência Artificial Generativa está mudando radicalmente o jeito que se faz propaganda digital. No dia a dia, percebo que essa tecnologia transformou cada etapa do processo criativo, desde o primeiro insight até a validação final das campanhas.

Na fase de ideação, ferramentas de geração de texto oferecem brainstormings instantâneos, dando sugestões rápidas e criativas de slogans, roteiros ou conceitos visuais. Isso amplia e acelera muito o processo criativo, permitindo explorar milhares de ideias em poucos minutos, sem depender exclusivamente da inspiração pessoal.

Durante a criação do conteúdo, a mudança fica ainda mais evidente. Existem ferramentas avançadas que geram anúncios completos, desde textos bem elaborados até imagens personalizadas para diferentes tipos de público. A IA finalmente entregou algo que o mercado buscava há muito tempo: a hiperpersonalização em escala. Isso permite entregar a mensagem certa, no momento certo e para a pessoa certa com uma eficiência que seria impossível manualmente.

Esses avanços não significam apenas ganhos de eficiência, mas também um salto quantitativo nas campanhas. Anúncios que antes levavam semanas para serem lançados agora ficam prontos em dias ou até horas. Grandes anunciantes já perceberam isso, destacando que a IA generativa reduziu muito o tempo necessário para produção criativa, liberando mais tempo para a equipe focar em decisões estratégicas.

Além disso, a qualidade dos anúncios aumentou porque algoritmos inteligentes analisam comportamentos anteriores e otimizam cada detalhe, desde títulos até imagens e chamadas para ação, aumentando o engajamento geral. Na prática, muitas empresas de alto desempenho já estão adotando essas tecnologias.

Outro ponto interessante é que essa revolução não se limita apenas à criação dos anúncios. Na etapa de distribuição e veiculação, plataformas como o AI Sandbox do Meta já usam a IA para ajustar dinamicamente os conteúdos com base nas reações do público em tempo real, gerando diversas versões adaptadas automaticamente para cada canal. Mas para aproveitar tudo isso, é essencial ter uma base sólida de conhecimento. As empresas devem estruturar cuidadosamente suas informações internas – desde guias de estilo, históricos de campanhas anteriores e catálogos de produtos até interações de clientes em redes sociais, avaliações e pesquisas de mercado. Tudo isso funciona como combustível para a IA, permitindo que ela crie conteúdos mais precisos e alinhados à identidade da marca.

Hoje já existem plataformas e tecnologias como o Retrieval Augmented Generation (RAG), que conseguem acessar rapidamente essa base de dados e gerar conteúdos coerentes e personalizados. Empresas líderes, como a Coca-Cola, já mostraram o potencial dessa abordagem ao combinar modelos como GPT-4 e DALL-E com seu próprio acervo, garantindo que a IA capture e reproduza o verdadeiro espírito da marca. Conectada a uma boa base de dados, a IA generativa também vira uma máquina poderosa de insights. Ela analisa volumes gigantescos de informações para identificar tendências e oportunidades que muitas vezes passariam despercebidas. Um exemplo é como grandes marcas conseguem prever tendências de consumo analisando milhões de interações online, gerando insights úteis para campanhas muito mais eficientes.

Foto de Levart_Photographer na Unsplash

Em seguida, a IA entra em cena produzindo conteúdos altamente personalizados. Os resultados são impressionantes: textos e imagens gerados instantaneamente e adaptados a diferentes perfis de público, aumentando drasticamente a eficácia das campanhas. Um exemplo claro é o da Michaels Stores, que alcançou níveis de personalização quase totais em suas comunicações, melhorando significativamente seus resultados.

A criatividade também ganha novos horizontes com a IA permitindo até mesmo cocriações entre marcas e consumidores. A campanha “Create Real Magic” da Coca-Cola é um ótimo exemplo, com consumidores usando a IA para gerar artes únicas, alcançando níveis altíssimos de engajamento.

Vale reforçar que, mesmo com toda essa automação, o fator humano continua essencial. O papel dos profissionais passa a ser de curadoria e refinamento, selecionando e aprimorando as ideias que a IA gera, garantindo alinhamento estratégico e emocional das campanhas. Outro ganho importante é a validação prévia de ideias. Hoje, modelos de IA simulam o desempenho das campanhas antes delas irem ao ar, ajudando a identificar rapidamente o que funciona melhor e reduzindo muito o risco. Empresas como a Kantar já fazem isso em minutos, prevendo o impacto real dos anúncios antes mesmo de serem lançados.

Essas simulações vão além dos números, fornecendo também insights qualitativos que ajudam a entender como diferentes públicos podem reagir a uma campanha, funcionando como verdadeiros grupos focais virtuais.

A chave para tudo isso funcionar bem são os dados corretos. Dados proprietários, mídias sociais, relatórios de mercado, conversas de atendimento e conteúdo produzido anteriormente são fundamentais para que a IA entregue resultados realmente personalizados e eficazes.

Essa transformação chegou para ficar. Hoje é possível fazer muito mais com menos, lançando campanhas mais assertivas, rápidas e com alto potencial de retorno. Claro, desafios existem, como garantir ética e qualidade, mas o caminho já está claro: a propaganda digital será cada vez mais guiada pela Inteligência Artificial, e o profissional de marketing terá um papel estratégico fundamental em pilotar e refinar esses resultados.

*Adilson Batista é especialista em IA Generativa e CIO da Cadastra

Tem vaga para Designer Gráfico

Vaga para Designer Gráfico

Agência busca Designer Gráfico altamente técnico, ágil e proativo, que domine o Pacote Adobe e tenha grande habilidade em manipulação de imagens. O profissional será responsável pela criação de materiais gráficos digitais e impressos para o mercado imobiliário, atuando em uma agência especializada no setor.

Responsabilidades:

  • Criar peças gráficas para campanhas digitais (redes sociais, anúncios, e-mails marketing, banners, apresentações, etc.).
  • Desenvolver materiais para mídia offline, como folders, flyers, placas, sinalizações e demais impressos imobiliários.
  • Manipular e tratar imagens com alto nível de qualidade.
  • Garantir a identidade visual dos clientes, aplicando corretamente branding e diretrizes visuais.
  • Antecipar demandas e propor soluções criativas de forma independente, sem esperar briefing detalhado.
  • Cumprir rigorosamente prazos e otimizar fluxos de trabalho.
  • Ter noções de edição de vídeo simples (Capcut | After Effect).

Requisitos obrigatórios:

  • Domínio avançado do Pacote Adobe (Photoshop, Illustrator e InDesign).
  • Experiencia na área comprovada.
  • Alta capacidade de organização e comprometimento com prazos.
  • Perfil proativo, capaz de antecipar demandas e propor soluções criativas.
  • Atenção extrema aos detalhes e refinamento estético.

Diferenciais:

  • Experiência com motion design (After Effects).
  • Experiencia no Mercado Imobiliário.
  • Conhecimento básico de edição de vídeos.
  • Experiência em diagramação e branding.

Remuneração:

Prestação de Serviço Remota, podendo ter reuniões quinzenais em loco em Taubaté-SP
Contratação PJ – Enviar pretensão da remuneração.

Se você é um profissional rápido, criativo e técnico, com paixão pelo design e agilidade na entrega de resultados, essa vaga é para você!

Envie seu portfólio e currículo com valor da remuneração pretendida para squetinicomunica@gmail.com

Coluna Propaganda&Arte

Anúncios no Streaming: Como as Marcas Podem Sobreviver ao Terror da Nova TV

Por R. Guerra Cruz

As grandes plataformas de streaming, que surgiram como alternativas revolucionárias à TV tradicional, estão agora se aproximando perigosamente do que costumávamos odiar: comerciais.

O que está por trás disso? O crescimento estagnou, os custos de produção dispararam, e os acionistas querem ver resultados. A solução mais óbvia para equilibrar essa equação foi a boa e velha publicidade. No entanto, essa transição não foi suave, e o público — que paga para evitar comerciais — percebeu, e como não poderia deixar de ser, reclamou.

Para entender essa mudança, basta olhar os números. As gigantes do streaming estão investindo bilhões de dólares em conteúdo original, ao mesmo tempo em que o crescimento de novos assinantes está desacelerando em mercados-chave.

O resultado é um buraco nas finanças que precisa ser preenchido. E os anúncios, que já eram comuns em plataformas como Hulu, se tornaram a bala de prata dessas empresas. Mas isso trouxe outro problema: como equilibrar o desejo por rentabilidade com a experiência de quem já paga para evitar exatamente isso?

A Percepção dos Usuários: Frustração à Vista

E então vem a frustração. O público, já pagando uma assinatura, não entende por que agora também tem que ser “bombardeado” por anúncios. E essa frustração não vem apenas da interrupção em si, mas da sensação de ser traído por uma promessa inicial. Afinal, os streamings sempre se venderam como alternativas à TV paga, que era cheia de comerciais. Agora, parece que a linha entre os dois mundos está cada vez mais borrada.

Para muitos, a questão não é só o anúncio em si, mas o fato de que essa mudança foi imposta sem uma transição suave ou uma explicação clara.

O Dilema das Marcas: Como Anunciar Sem Ser Odiado?

Diante desse cenário, surge uma questão crucial para as marcas: como se destacar em um ambiente em que a audiência não quer te ver? O desafio é claro: o usuário já está frustrado. Ele quer voltar para o episódio que estava assistindo o mais rápido possível. Se o anúncio for irritante ou descontextualizado, a associação negativa vai ser imediata.

Então, como contornar essa situação? Aqui estão algumas dicas rápidas para as marcas que precisam sobreviver no campo minado dos anúncios em streaming:

Dicas Rápidas para Criar Anúncios em Streaming (e Evitar a Fúria do Usuário)

1. Seja Breve e Direto: O público de streaming quer velocidade. Seu anúncio precisa ser curto, direto e, de preferência, resolver alguma dor ou oferecer algo interessante no menor tempo possível. Os 15 segundos mais bem gastos da sua vida.
2. Contexto é Rei: Anúncios descolados do que o espectador está assistindo criam frustração. Se o usuário está imerso em uma série dramática, seu anúncio de uma nova bebida energética precisa reconhecer o tom, talvez até brincar com o fato de que ele não queria te ver. Timing é tudo.
3. Use a Personalização a Seu Favor: Plataformas de streaming sabem muito sobre seus usuários. Então, use isso! Crie anúncios que falem diretamente com os interesses do público que está assistindo. Quanto mais personalizado, mais aceitável será o conteúdo publicitário.
4. Humor é uma Arma Poderosa: Um bom anúncio com humor pode reverter a situação. Se a interrupção for divertida o suficiente, o público vai perdoar. Pense como as marcas podem ser inesperadamente engraçadas, sem perder de vista a mensagem principal.
5. Não Prolongue o Sofrimento: Anúncios longos são a morte certa para a atenção do espectador. Seja rápido e relevante. Entregue a mensagem, deixe a curiosidade no ar e saia de cena.
6. Atenção ao Timing das Plataformas: As empresas de streaming costumam inserir anúncios em momentos-chave — entre episódios ou em transições de cenas. Aproveite esses momentos e não desperdice o tempo do espectador. Ele já está pronto para um intervalo, então, se você for eficiente, ele não vai te odiar.

O Novo Normal dos Streamings (e Como Jogar Esse Jogo)

A realidade é que anúncios vieram para ficar no mundo do streaming. As plataformas precisam dessa receita para continuar entregando os shows e filmes que amamos.

Para as marcas, isso abre uma nova janela de oportunidade, mas exige um jogo delicado. O público não está lá para ver anúncios, então, para ser aceito — ou, pelo menos, não ser rejeitado —, a comunicação precisa ser estratégica, criativa e o mais amigável possível.

Com criatividade e respeito ao momento, dá até para garantir que o espectador, ao invés de pular o comercial, vai ficar de olho e, quem sabe, te convidar para a próxima maratona! Afinal, todo bom enredo merece um final feliz… até o intervalo.

O desafio de obter atenção. Ou vencer a desatenção!

Por Josué Brazil

A publicidade enfrenta um desafio crescente: capturar e manter a atenção de um público consumidor cada vez mais disperso e bombardeado por uma infinidade de estímulos e pontos de contato. Com a proliferação de dispositivos digitais, plataformas de mídia social e outras formas de comunicação, a concorrência pela atenção do consumidor nunca foi tão grande. Para romper essa barreira de desatenção, as marcas precisam adotar estratégias inovadoras e altamente eficazes.

Imagem de guy Keve por Pixabay

Tentei listar aqui algumas abordagens que podem ser decisivas para se destacar neste cenário saturado:

1. Personalização e Relevância
A personalização é fundamental para captar a atenção do consumidor moderno. Utilizar dados para criar anúncios altamente segmentados e personalizados aumenta a relevância da mensagem para o público-alvo. Estudos mostram que os consumidores são mais propensos a interagir com anúncios que parecem atender às suas necessidades e interesses específicos. Segundo a McKinsey, a personalização pode aumentar a eficiência de marketing em até 30% .

2. Storytelling Autêntico
Histórias autênticas e emocionantes têm o poder de captar a atenção e criar uma conexão emocional com o público. Em vez de apenas promover produtos ou serviços, as marcas devem contar histórias que ressoem com os valores e experiências de seu público. Uma narrativa bem construída pode diferenciar uma marca e torná-la mais memorável.

3. Conteúdo Interativo
O conteúdo interativo, como quizzes, enquetes, vídeos interativos e experiências de realidade aumentada, pode aumentar significativamente o engajamento do consumidor. Esse tipo de conteúdo não apenas atrai a atenção, mas também incentiva a participação ativa, tornando a experiência publicitária mais envolvente e memorável.

4. Uso de Influenciadores
Colaborar com influenciadores que possuem uma audiência fiel e engajada pode ser uma maneira eficaz de romper a desatenção. Os consumidores tendem a confiar mais nas recomendações de influenciadores do que nas mensagens diretas das marcas. Segundo a Nielsen, 92% dos consumidores confiam mais em recomendações de indivíduos do que em publicidade direta de marcas .

5. Criatividade e Inovação
A criatividade ainda é uma das ferramentas mais poderosas para se destacar. Campanhas publicitárias inovadoras e surpreendentes têm maior probabilidade de captar a atenção e gerar conversas. Investir em ideias criativas e fora do comum pode resultar em campanhas virais e de grande impacto.

6. Foco no Tempo e Lugar Certos
Entender o comportamento do consumidor e saber o momento e o local certos para entregar a mensagem é crucial. A publicidade programática e a utilização de big data permitem às marcas veicularem anúncios no momento exato em que o consumidor está mais receptivo. Esta abordagem, chamada de “publicidade contextual”, garante que as mensagens publicitárias sejam vistas em contextos relevantes e oportunos.

7. Transparência e Valores Éticos
Os consumidores modernos valorizam a transparência e os valores éticos das marcas. Publicidade que reflete um compromisso genuíno com questões sociais e ambientais pode captar a atenção de consumidores que buscam alinhar suas escolhas de compra com seus valores pessoais.

8. Medição e Ajuste Contínuos
O uso de análises de dados para medir o desempenho das campanhas em tempo real permite que as marcas ajustem suas estratégias rapidamente para otimizar a eficácia. Esta abordagem ágil garante que os recursos publicitários sejam usados de forma eficiente, concentrando-se nas táticas que realmente funcionam.

Uma tarefa que exige o cumprimento de várias tarefas

Romper a desatenção do consumidor em um ambiente saturado de informações exige uma combinação de personalização, storytelling autêntico, interatividade, colaboração com influenciadores, criatividade, contextualidade, transparência e análise contínua.

Adotar essas estratégias pode ajudar as marcas a se destacarem e capturarem a atenção do público de maneira eficaz e duradoura.

Fontes:
McKinsey & Company. “The value of getting personalization right—or wrong—is multiplying.” Maio de 2020.
Nielsen. “Global Trust in Advertising.” Setembro de 2015.