IA na Creator Economy: avatares não irão substituir interação humana nas redes

Por Rapha Avellar*

Em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) está remodelando o cenário da Creator Economy. Mas, apesar do avanço dessa tecnologia, surge uma pergunta crucial: as máquinas realmente conseguirão substituir o toque humano nas redes sociais? Hoje já é comum se deparar com perfis seguidos por milhares de pessoas que são, na verdade, avatares feitos por IA. Porém, na minha visão como estudioso desse tema, essa tendência não passa de um efeito de curiosidade.

Rapha Avellar, CEO e fundador da BrandLovrs

Como alguém que tem acompanhado de perto essas inovações, posso dizer que, por mais avançada que a IA se torne, há algo que ela nunca poderá replicar: a capacidade humana de criar laços genuínos e significativos. Nas redes sociais as pessoas buscam conexão com outros seres humanos, e não com bots de IA. A utilização de avatares de IA pode até atrair a atenção inicial, mas o verdadeiro valor das redes sociais reside na interação genuína. A autenticidade é um dos pilares mais importantes para a construção de comunidades engajadas e leais. Mesmo com as possibilidades oferecidas pela IA, como automação de tarefas e geração de conteúdo em escala, a relação emocional que os criadores constroem com seus seguidores não pode ser replicada por algoritmos. Criadores humanos trazem experiências, emoções e narrativas que ressoam profundamente com o público, algo que a IA, por mais avançada que seja, ainda não consegue capturar ou substituir completamente.

Por outro lado, enxergo na IA o potencial exponencial de impulsionar a produção de conteúdo, oferecendo suporte em tarefas repetitivas e permitindo que os criadores se concentrem na criatividade e na construção de relacionamentos com seus seguidores. Hoje ferramentas de construção de roteiro e edição baseadas em IA já facilitam o trabalho de quem gera conteúdo, trazendo mais agilidade e eficiência para o processo.

Em paralelo a isso, a IA é capaz também de abrir novas possibilidades para os criadores, oferecendo insights valiosos sobre preferências do público e tendências emergentes, permitindo que os conteúdos sejam mais estratégicos e alinhados com as expectativas dos seguidores. Essa tecnologia também pode ajudar a otimizar a distribuição do conteúdo, alcançando um público maior e mais segmentado, o que reforça o impacto das campanhas.

Para as marcas o valor da IA também é significativo. Imagine fazer uma campanha simultânea com 1.000 creators de todo o Brasil. Sem tecnologia, aprovar milhares de vídeos demandaria um tempo enorme e um time dedicado a avaliar se os conteúdos seguem o briefing proposto. Isso sem falar sobre toda a burocracia de negociação, assinatura de contratos e pagamentos que em processos sem tecnologia se tornam uma grande dor de cabeça para os gestores de marketing de influência.

Mirando o futuro, eu vejo que embora a Inteligência Artificial ofereça um grande suporte na automação de processos e ampliação da produção de conteúdo, o valor fundamental das redes sociais reside e vai continuar residindo na conexão humana. A interação genuína e autêntica entre criadores e suas comunidades é insubstituível. No entanto, a combinação da criatividade humana com a eficiência da IA tem o potencial de transformar a Creator Economy, permitindo que os criadores mantenham o foco no que realmente importa: a construção de relacionamentos profundos e autênticos com seus seguidores. Para as marcas, o desafio e a oportunidade são claros: abraçar a IA para otimizar processos, mas nunca perder de vista o que realmente conecta: o fator humano. Aquelas que conseguirem equilibrar tecnologia e autenticidade estarão à frente na criação de campanhas que não só atraem, mas também ressoam profundamente com seus públicos.

*Rapha Avellar é fundador e CEO da Brandlovrs, plataforma líder de Creator Marketing que usa tecnologia para unir criadores de conteúdo e marcas. Creator com mais de 400 mil seguidores e milhões em alcance mensal nas mídias sociais, Rapha é um empreendedor em série, fundou a Jones em 2019, que se tornou a agência digital de crescimento mais rápido no Brasil, ajudando marcas icônicas a executar estratégias lideradas por criadores. Dois anos depois, ele lançou a Adventures ao lado do ex-CMO da ABinBev, Ricardo Dias, uma empresa especializada em criar marcas digitais com celebridades, creators e atletas. Atualmente Rapha é presidente do conselho administrativo na Jones e na Adventures, e líder da operação da BrandLovrs. Lançada em janeiro de 2023, a empresa opera como um marketplace, eliminando os custos de intermediação e tornando escalável a colaboração entre marcas e criadores de conteúdo. A BrandLovrs é apoiada por grandes fundos globais como Kaszek, Canary (LatAm), The Venture City (Global) e Endeavor (Global), além de investidores de alcance mundial, como Will I Am (Black Eyed Peas) e J. Balvin. Em apenas um ano de operação, a startup captou R$ 45 milhões em investimentos. Rapha tem MBA pela FGV, especialização em Value Investing pela Columbia Business School e está cursando o Owner President Management Program (OPM) de Harvard.

 

IA na automatização de campanhas: tendências e impactos

Por Camilla Veiga*

A evolução da inteligência artificial (IA) tem revolucionado diversos setores, e a publicidade não é exceção. De acordo com uma pesquisa da Research and Market, o uso de IA para marketing e publicidade está avaliado em mais de US$ 12 bilhões no mercado global, com previsão de atingir US$ 107 bilhões até 2028. Em um futuro próximo, campanhas totalmente automatizadas, movidas pela IA, não só serão possíveis, mas inevitáveis. A pergunta já não é mais se um dia isso acontecerá, mas, sim, quando.

No presente, a IA já desempenha um papel fundamental na pesquisa de consumidores, segmentação de audiências e direcionamento de campanhas. Ferramentas de IA têm facilitado a identificação de públicos-alvo e a análise de tendências de consumo em tempo real. A capacidade dessas ferramentas de realizar consultas em linguagem natural, simplificando a interface de usuário, já está em desenvolvimento e promete transformar significativamente o setor.

Outro avanço importante é a criação de texto, áudio e imagens com a IA generativa. A tecnologia é capaz de reduzir o tempo e os custos associados à produção de campanhas publicitárias, permitindo ajustes rápidos e personalizados. Modelos generativos avançados podem modificar imagens, criar conteúdos e até gerar vídeos, democratizando o acesso a campanhas em mídias tradicionais e digitais.

Além disso, a IA também está otimizando campanhas, analisando desempenho e gerando relatórios detalhados. Algoritmos de machine learning analisam grandes volumes de dados, ajustam estratégias em tempo real e fornecem insights valiosos. Para 2030, imagina-se um cenário em que um anunciante possa simplesmente comandar uma assistente virtual para criar campanhas específicas e personalizadas em segundos.

Esse processo automatizado permite que os profissionais de marketing se concentrem na elaboração de estratégias e na criatividade, áreas nas quais a intervenção humana ainda é insubstituível. Embora a automatização proporcionada pela IA traga eficiência, escalabilidade e precisão, essa inovação ainda levanta questões sobre a necessidade de um equilíbrio entre automação e intervenção humana.

Enquanto a tecnologia avança rapidamente, é pertinente considerar os aspectos éticos e estratégicos de sua implementação. A discussão sobre até onde a automação deve ir será central nos próximos anos, à medida que o setor publicitário aprende a integrar e equilibrar as capacidades da IA com a expertise humana.

É preciso reconhecer as limitações da IA e complementar seus recursos com o olhar humano. Ainda que a automação total seja uma possibilidade no futuro, é necessário avaliar se isso é realmente desejável. Enquanto aprendemos a trabalhar em conjunto com a tecnologia, o pensamento estratégico e criativo humano continuará desempenhando um papel fundamental na criação de campanhas relevantes e autênticas, assim como na conexão com os consumidores.

*Camilla Veiga é Head of Sales da plataforma global de publicidade MGID no Brasil.

Enquete do Procon-SP sobre a percepção do consumidor quanto ao atendimento automatizado

Consumidores ainda não se sentem à vontade com atendimento por chat e I.A.

Segunda enquete do Procon-SP sobre a percepção do consumidor quanto ao atendimento automatizado, mostra que 97% dos participantes ainda precisam de atendimento humano para interagir com as empresas – percentual é ainda maior do que na consulta anterior

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

O segundo levantamento feito pelo Procon-SP sobre a percepção do consumidor quanto ao uso da Inteligência Artificial (I.A.) no atendimento automatizado ao consumidor, por parte de empresas de comércio eletrônico, revela que apesar de ser uma ferramenta que traz benefícios, ainda é preciso ser aperfeiçoada e melhor implementada.

Um total de 824 pessoas que acessaram o site do órgão paulista de defesa do consumidor entre os dias 18 de junho e 19 de julho, responderam espontaneamente ao questionário com treze questões de múltipla escolha.

Acesse aqui o relatório completo com todas as informações sobre a pesquisa

Apesar de os resultados indicarem uma necessidade de aprimoramento nas ferramentas de atendimento automatizado, quando perguntados sobre as vantagens da I.A. para as relações de consumo no comércio eletrônico, do total de participantes que responderam à nova enquete, quase 51% afirmaram que a pode trazer tanto vantagens como desvantagens; outros 26% apontaram mais desvantagens e 23% opinaram que traria mais vantagens.

Já 24% (198 participantes) afirmaram ter sido vítimas de golpes ou fraudes em função do uso da ferramenta, citando situações como: perfis falsos, valores bem abaixo do mercado, entre outros. A percepção revelada pelos consumidores com relação aos golpes atribuídos ao uso da I.A., aponta para a necessidade de atenção por parte das empresas e dos órgãos de defesa do consumidor na prevenção contra este tipo de problema, que é cada vez mais frequente no mercado de consumo.

Necessidade de recorrer ao atendimento humano

Dos 591 consumidores que revelaram ter interagido com um chatbot durante uma compra online, mais de 97% informaram que posteriormente foi necessário buscar um atendimento humano. As razões apontadas foram: respostas da I.A. eram imprecisas, insatisfatórias, incompletas ou a I.A. não entendeu o que estava sendo solicitado.

Este percentual é ainda maior do que na consulta anterior, realizada em setembro do ano passado, quando 92% dos consumidores que responderam afirmaram precisar de atendimento humano para concluir sua interação com as empresas.

Perfil do consumidor

O levantamento aponta ainda que quase 80% (657) já identificaram publicidade direcionada ao seu perfil nas redes sociais em função da I.A.

Quando perguntados a respeito do uso da I.A. para a empresa traçar o perfil do consumidor por meio de cadastros e históricos – coleta de dados, acompanhamento e análise do comportamento do consumidor –, dos 719 entrevistados que compram via internet, 50% informaram serem desfavoráveis em função da invasão de privacidade e insegurança; 30% declararam ser favoráveis por facilitar e agilizar a busca e 19,75% informaram não ter opinião formada.

Sobre a pesquisa 2024

Esta segunda pesquisa sobre Inteligência Artificial feita pela equipe do Procon-SP ficou disponibilizada no site da instituição de 18 de junho a 19 de julho; os consumidores que acessavam a página eletrônica e as redes sociais eram convidados a participar.

Um total de 824 pessoas responderam espontaneamente ao questionário com treze questões de múltipla escolha, com perguntas sobre o uso da I.A. na coleta de dados e análise de comportamento, publicidade personalizada para o seu perfil, fraude após a interação com I.A., entre outras.

Já na primeira consulta feita pelo Procon-SP sobre a experiência dos consumidores com Inteligência Artificial, em setembro do ano passado, foram 1.043 pessoas que responderam ao questionário: veja aqui

Estudos e pesquisas

As enquetes comportamentais sobre a opinião e experiência do consumidor são usadas para implementação de ações de educação para o consumo – como palestras, materiais educativos etc. –, além de fornecerem subsídios aos trabalhos da Instituição voltados ao segmento.

Para os consumidores interessados no tema das relações de consumo e as novas tecnologias, o Procon-SP realiza mensalmente a palestra gratuita Relações e Consumo na Era Digital; a iniciativa é gratuita e as datas podem ser conferidas no site

Além da palestra, o órgão paulista de defesa do consumidor disponibiliza em seu site o Guia de Comércio Eletrônico que traz informações e dicas importantes; leia aqui

Fonte: Assessoria de Imprensa | Procon-SP – Ricardo Muza

O Uso da Inteligência Artificial na Indústria será o debate do Café Empresarial da ASSECRE em Agosto

O evento que é gratuito com inscrição prévia contará com professores do SENAI e com o CEO da DB9 Tecnologia, Luiz Gustavo Fernandes

A ASSECRE trará para o Café Empresarial deste mês de agosto, no dia 28, a partir das 8h30, um tema em alta entre os empresários e associados que é a Inteligência Artificial na Indústria. O tema do debate será “ Desmistificando a Inteligência Artificial”.

Para falar sobre a Gestão Empresarial com IA, e como as ferramentas de IA podem simplificar processos, melhorar a tomada de decisões e gerar resultados expressivos, o convidado será o CEO da empresa DB9 Tecnologia, Luiz Gustavo Fernandes. O CEO cursou processamento de dados pela Univap, fez Imersão Definitiva em Inteligência Artificial na faculdade XP e Alura, tem certificado em Generative AI for Educators, pelo Google e Curso de Extensão de IA pela USP. Tem mais de 28 anos de experiência em TI e profundo conhecimento em soluções tecnológicas e inovadoras, especialista em desenvolvimento e implementação de algoritmos de IA para análise de dados de alto volume.

Luiz Gustavo Fernandes

Para trazer a parte prática do uso da Inteligência Artificial participará do Café Empresarial da ASSECRE também o time de professores e palestrantes do SENAI, Leonardo Dos Santos Marcondes, Marco Rogério da Silva Richetto, Orlando Rosa Junior e Taiana She Mir Mui.

Eles abordarão a Produtividade com IA em dois momentos: com exemplos práticos de como a IA pode otimizar tarefas diárias e liberar tempo para atividades estratégicas, e ainda, sobre a Indústria 4.0, IOT e IA: ficando por dentro das últimas tendências e inovações que estão revolucionando a indústria e abrindo novas oportunidades de negócio.

“O uso da Inteligência Artificial é visto nas indústrias, nos setores de serviços e no dia a dia das pessoas. Cada vez mais as empresas veem os avanços da tecnologia como uma alternativa para modernizar as operações. A transformação digital da indústria global já está em andamento, reduzindo custos e com atenção para que a qualidade dos produtos se mantenham e vimos por bem trazer informações e tirar dúvidas sobre esse tema, comentou Wagner Siqueira, um dos diretores executivos da ASSECRE

Serviço – Café da ASSECRE – “ Desmistificando a Inteligência Artificial”.

Dia: 28/08/2024 (quarta)

Horário: 8h30 às 12h

Local: sede da ASSECRE – Rua Loanda, 895 – Chácaras Reunidas – José dos Campos.

Gratuito, com ingresso solidário (doação de 1kg de alimento não perecível ou produto de limpeza)

Informações: (12) 3931-6844 ou assecre@assecre.org.br

Inscrição Gratuita