A ressignificação dos anúncios no ambiente digital

Consumidores buscam praticidade e resultados satisfatórios dentro da jornada de experiência da compra de um produto ou uso de algum serviço na Internet

por Alberto Blanco, fundador e CEO da Veek

Se o digital vem transformando praticamente todo tipo de processo, dentro da comercialização de um produto existirá alguma fronteira entre os consumidores e as empresas? Diariamente a tecnologia nos prova que ela é um dos principais condutores no que diz respeito à construção de satisfatórias experiências daqueles que acabam por dar uma finalidade ao produto comercializado.

Com isso, a relação entre marcas, empresas, propagandas e anúncios com esses consumidores também evoluiu ao longo dos últimos anos. Este “novo” consumidor fica quase em tempo integral dentro dos canais digitais. E, se aplicativos de geração de conteúdo acabam por oferecer serviços dentro de uma estrutura de troca com seus usuários, por que não pensar em uma ação semelhante dentro de um contexto em que basicamente tange a consolidação do que muitos brasileiros usam e necessitam todos os dias: a internet móvel em um celular.

Evolução dos anúncios

Até alguns anos atrás, o outbound marketing, que se caracteriza por ser um tipo de marketing de interrupção, era a principal forma conhecida de se fazer publicidade. Como o nome já indica, essa ação dentro do marketing se destaca por interromper o público-alvo em um momento de interação com outro conteúdo com alguma mensagem publicitária, mais ou menos o que acontece nos comerciais de televisão. Entretanto, com o tempo e com a popularização da internet, os consumidores passaram a ter mais controle sobre o que querem ver. Por isso, o marketing se alterou saindo de uma posição voltada para a interrupção para uma posição de atração.

Com isso, o objetivo do anúncio mudou. Agora, ele é muito mais focado em oferecer valor ao usuário para atraí-lo e, aos poucos, conduzi-lo por uma jornada positiva de compra ou pelo menos de uma possibilidade de fidelização com a marca. Assim, aplicativos de produção de conteúdo, ferramentas de edição, canais, pacotes de internet – e tudo o que envolve o digital de alguma forma – se adaptou a essa forma de venda.

Em alguns, há a possibilidade de pular o anúncio em determinado momento da experiência com a ferramenta e em outros, a troca do consumidor para com o serviço se baseia justamente nessa interação. São pequenas ações com grandes anunciantes feitas diretamente pela própria plataforma que literalmente irão bancar o serviço ou o produto em questão. O usuário desprende alguns segundos do seu tempo, passa a agregar algum tipo de valor com aquela publicidade que lhe foi alcançada e ganha algo em troca para o uso dentro de um espaço de tempo.

A publicidade por si só passa a ser tratada como um bem do qual os consumidores irão tirar algum benefício. Se é algo que te interessa, você já acumula conhecimento com aquilo que é divulgado. Caso contrário, depois de assistir a propaganda, basta ignorá-la gratuitamente dentro da sua rotina. Em um mundo cada vez mais conectado e ao mesmo tempo fluido e regido pela falta de tempo da maioria das pessoa, a ressignificação dessa troca entre os anunciantes e os consumidores se mostra mais necessária, pois se a pessoa não quer desprender sua atenção com algo que é proposto como um bônus que antecede o serviço e/ou o conteúdo que ela pretende usar em determinado momento. Talvez, a única forma de conseguir o contrário é oferecendo essa compensação.

Nesse cenário, o consumidor também precisará ser reeducado. Ele tem que se sentir confortável em estar assistindo uma propaganda sabendo que aquele anunciante lhe dará um benefício real e tangível em troca, por exemplo, o pagamento de uma conta de telefone. Ao mesmo tempo dessa reestruturação dos consumidores, os anunciantes e os responsáveis pelas plataformas também podem se colocar no lugar de quem irá concluir o processo.

Em um país repleto de burocracias em diversos setores e com valores exorbitantes por produtos e/ou serviços que muitas vezes são consumidos mais rápido do que um piscar de olhos, por que não investir cada vez mais nessa troca de favores? Esse desenho reflete o que já é tendência na evolução dos métodos de atração dos consumidores na internet.

Games estão no seu plano de mídia?

por Bruno Campos de Oliveira*

Você acredita que os primeiros videogames foram criados há 50 anos? Uma coisa é certa: sua evolução nos últimos anos foi incrível. Os jogos de Arcade e os primeiros consoles agora são parte de uma realidade distante, já que as tecnologias atuais colocam os jogadores em ambientes realistas, envolventes e impactantes. Os próprios dispositivos de jogos sofreram mutação: agora você pode jogar videogames em seu smartphone, em um console de alta tecnologia, computador e até mesmo por meio de realidade virtual.

Na verdade, a tendência dos games é tão poderosa que tem um grande impacto sobre os consumidores. Basta ver como, no final de 2020, o PS5 esgotou em pouquíssimo tempo, ou como os esportes eletrônicos desempenham um papel importante na cultura atual.

Bruno Campos de Oliveira

Além disso, o apelo aos videogames também foi acentuado pela pandemia Covid-19. Um estudo mundial realizado em 2020 pela Global Web Index, mostrou como a quarentena aumentou o consumo de mídia doméstica e, especificamente, os jogos para celular e PC, especialmente nas gerações mais jovens. Por exemplo, mais de 40% da Geração Z e Millennials aumentaram seu tempo em jogos para celular durante este tempo turbulento.

Na verdade, os videogames agora se tornaram uma forma de reunir pessoas e uma grande oportunidade para as marcas aumentarem sua notoriedade de forma inovadora e impactante. A chave para isso? Publicidade em jogos – ou mídia programática digital em videogames.

Por que investir em games?

É um fato: a mídia programática no jogo tem muito a oferecer à estratégia de marketing, diferenciando uma marca da concorrência e atingindo um público-alvo muito específico. Além disso, é possível otimizar anúncios em tempo real. Os recursos de personalização disponíveis são ótimas oportunidades se o objetivo for criar uma mensagem publicitária personalizada.

Para completar, a publicidade em games pode ser uma ótima maneira de coletar dados muito precisos e aumentar o conhecimento do cliente. Você pode saber qual é o perfil típico de um jogador, o tempo que seu público passa jogando e, assim, melhorar as mensagens principais dia após dia.

Mas qual o público-alvo dos games?

Um estudo realizado pela NewZoo prevê que até 2023 serão mais de 3 bilhões de gamers pelo mundo. Ainda assim, a percepção comum do gamer típico é a seguinte: um jovem adolescente, trancado em seu quarto, com muito pouco poder de decisão e compra. Mas os números provam que esses clichês estão errados.

No Brasil, por exemplo, segundo a Pesquisa Game Brasil 2020 (PGB), realizada pelo Sioux Group, Go Gamers, Blend New Research e ESPM, mais de 61% dos casual gamers (que jogam de vez em quando e geralmente pelo celular) são mulheres, enquanto mais de 61% dos homens representam o hardcore gamers, que dedicam mais parte do seu tempo e dinheiro a esse tipo de lazer.

Imagem de 政 徳 吉田do Pixabay

A pesquisa ainda revelou quais são as “Marcas do Coração”, mais conhecidas ou consumidas neste segmento, dentre as quais estavam Mastercard, Coca-Cola, Red Bull, O Boticário, iFood, Fiat, Samsung, Uber, Adidas e Vivo – esta última, não por acaso, patrocina o time gamer brasileiro Vivo Keyd. Por isso, não se deixe enganar: os games são realmente espaços sociais, onde os usuários gostam de se encontrar e compartilhar experiências.

Como funcionam os anúncios?

Grandes oportunidades estão em jogos de console, como Xbox One ou Playstation. Em 2020, o estudo da NewZoo mostrou que os jogos de console representam 28% da participação de mercado – e jogadores do gênero masculino são mais propensos a jogar neste tipo de dispositivo.

Por outro lado, os jogos para celular estão cada vez mais atraentes para as marcas. Você pode implantar seus anúncios por meio de jogos no aplicativo (anúncios que são integrados diretamente no aplicativo de jogos para dispositivos móveis). Observe que 27% dos jogadores mobile passam de 6 a 10 horas jogando jogos por semana e que mesmo as gerações mais velhas usam esse dispositivo.

Existem desde formatos que estão relacionados, tipo rewarded video, em que o jogador precisa, por exemplo, assistir a um vídeo para ganhar uma recompensa até formatos personalizados. Recentemente, a NFL personalizou os famosos passarinhos do Angry Birds em bolas de futebol americano durante o campeonato.

E por que não pensar em investir em campanhas publicitárias em plataformas de streaming, como Twitch, Facebook Gaming ou YouTube Gaming? Os videogames são centrais nessas plataformas e sua popularidade continua crescendo com o tempo.

Olhando para a indústria de games em geral, muitas empresas já entenderam o seu potencial, tanto que marcas licenciadas estão anunciando dentro de jogos. A Acer, uma das gigantes do mercado de games que tem como um dos principais players a marca Predator, está, por exemplo, patrocinando times de esportes, campeonatos e feiras do setor.

A indústria da publicidade precisa entender o mercado gamer como entende Hollywood – para efeito de comparação, o mercado de games já fatura 2 vezes a indústria cinematográfica (US$ 43 bilhões) a de música (US$ 19 bi) juntas e estima-se que mais de 500 milhões de pessoas assistirão transmissões de jogos eletrônicos em 2021 – uma vez que seu público é extremamente amplo, e faz sentido para muitas marcas estarem ali.

*Bruno Campos de Oliveira é CEO da CTRL 365, agência de inovação criativa através de dados, especialista em mídia programática e marketing digital. É formado em Marketing pela USP e há mais de dez anos trabalha com planejamento estratégico baseado em dados e algoritmos, campanhas de marketing digital, mídia de performance, e-commerce, aplicativos, além de atuar na criação de novos produtos e tecnologias para empresas do Brasil e do exterior. Empreendedor e palestrante, também é CMO da AdsPlay Mídia Programática e embaixador da EBAC, Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia.

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Formação acadêmica: Graduação completa ou cursando em Comunicação

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Atividades:
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• Criação e produção de animações para o meio digital e publicação para redes sociais.
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Os desafios no marketing digital para este ano

O que esperar do marketing digital em 2019?

por Alessander Firmino *

Estamos no início de mais um ano e é hora de entender as oportunidades de marketing digital e o sucesso geral do comércio em 2019. Muitas mudanças dramáticas ocorreram no mercado de dados em todo o mundo ao longo de 2018, mas devemos celebrá-las, porque elas fomentaram a inovação que tornou a indústria mais forte do que nunca.

Foto: Pixabay

Novas oportunidades tecnológicas incríveis estão agora ao nosso alcance. Os avanços no último ano são notáveis e as ferramentas digitais para o sucesso – que esperamos há muito tempo – estão aqui para serem utilizadas. Se você está pronto para usá-las, o potencial de lucro é enorme.

Vejamos então as sete áreas principais de mudança e desafio para o comércio e o marketing digital em 2019:

1.Regulamento Geral de Proteção de Dados

Em 2018, a União Européia (UE) anunciou um conjunto abrangente de mudanças em suas leis para determinar como os dados dos consumidores são processados, armazenados e protegidos. As novas regulamentações de longo alcance repercutiram pelo mundo. No Brasil, também foi sancionada uma nova legislação que define como os dados dos cidadãos podem ser coletados e tratados, prevendo punições para transgressões. Todas essas mudanças devem afetar mais fortemente como as ações de marketing digital são concebidas em 2019 a nível global.

2.Gigantes da tecnologia

Casos de violação de dados têm tomado conta dos noticiários e as revelações não são boas. Soubemos de acusações recentes contra gigantes da tecnologia, incluindo o Facebook, o Google e a Amazon. Os índices de aprovação e a credibilidade destas empresas foram prejudicados. Elas têm agora um foco intenso no que diz respeito aos abusos acerca da privacidade do consumidor, potencial evasão fiscal e pegadas corporativas. Olhando para o futuro, as mudanças que devem ocorrer a partir de 2019, vão permitir que os líderes do setor explorem e implementem maneiras diferentes de controlar os dados de usuários compartilhados com anunciantes, garantindo que eles ofereçam ofertas confiáveis no mundo todo.

3.Maior investimento nos anúncios em vídeo

A demanda do consumidor por vídeo tornou-se quase insaciável e, como resultado, os Private Marketplaces (PMPs) devem observar grandes ganhos com publicidade em vídeo este ano. Os anunciantes estão ansiosos para fornecer anúncios premium no formato em sites de alta qualidade, com ênfase em publicidade dentro dos aplicativos. A popularidade do vídeo cresceu rapidamente e se fortaleceu: o gasto com publicidade digital em dispositivos móveis aumentou 17% no segundo trimestre de 2017 e surpreendentes 46% no segundo trimestre de 2018. Os gastos não param com os dispositivos móveis. A TV conectada e over-the-top TV (entrega de conteúdo de filmes e TV via internet, sem exigir que os usuários assinem um serviço tradicional a cabo ou satélite) têm agora uma demanda crescente. Todos os sinais apontam para um crescimento constante de gastos com anúncios em vídeo em 2019.

4.Dados omnichannel

Os varejistas e as marcas estão fazendo parcerias para manter seus relacionamentos lucrativos com os consumidores. Isso significa que, quando as gigantes da tecnologia protegem notoriamente os dados do consumidor que desejam compartilhar com as marcas, os parceiros de varejo são muito mais promissores. Na verdade, eles agora estão lucrando com a propriedade do relacionamento com o cliente, compartilhando dados de ponto de venda (PDV) e inventário em tempo real com as marcas. Isso fornece acesso oportuno a informações que podem ser incrivelmente valiosas ao planejar promoções e eficiências operacionais. O resultado é positivo para marcas, varejistas e consumidores, que obtêm os melhores produtos e os melhores preços.

5.Inteligência Artificial dominando o marketing digital

A Inteligência Artificial e o Machine Learning estão proporcionando aos profissionais de marketing a capacidade de entregar mensagens relevantes e personalizadas diretamente aos consumidores. A IA fornece uma visão poderosa do comportamento do cliente, resultando em uma segmentação por público e planejamento de campanhas altamente precisos. Como resultado, o gasto com mídia pode ser otimizado. Somente aqueles com recursos avançados de publicidade computacional serão bem-sucedidos, por isso é hora de garantir que seus próprios esforços de IA sejam tão poderosos e benéficos quanto possível.

6.Gerenciamento de anúncios dentro das empresas

À medida que as marcas dedicam mais esforços à proteção e ao gerenciamento de dados do consumidor, muitas delas devem transferir a compra de mídia para dentro de casa. E à medida que mais operações baseadas em nuvem e soluções de Inteligência Artificial estiverem disponíveis, essa movimentação deve ficar mais gerenciável do que nunca. Embora existam muitos benefícios – como economia de tempo e custo, sem mencionar o controle e a proteção de dados preciosos do cliente – quando você pensa no tempo de retorno das agências, isso sem mencionar as cobranças às vezes chocantes, trabalhar com anúncios “em casa” pode ser um golpe para muitos.

7.Tecnologia visual e por voz

Você se lembra de quando a pesquisa de texto foi considerada uma tecnologia inovadora? Pois é! Atualmente, a pesquisa de dados foi superada pela pesquisa visual e por voz. De acordo com o Gartner, aqueles que redesenharem seus sites para dar suporte a buscas visuais e por voz e fornecerem experiências mais interativas e envolventes terão um aumento de até 30% nas receitas do comércio digital até 2021. Quando você é capaz de dar aos compradores a informação instantânea em micro momentos, o resultado é incrivelmente valioso para ambas as partes. Afinal, um consumidor envolvido é um consumidor lucrativo.

Com tudo isso, podemos afirmar que este ano, o sucesso do marketing digital será baseado na estratégia de dados para fortalecer suas parcerias com seus clientes. Ao fazer uma parceria com um provedor de dados que tem relações de trabalho com vários anunciantes e editores, você garante uma vitória em 2019!

*Diretor Geral da Criteo para o Brasil e América Latina

Fonte: Cíntia Yamashiro – FirstCom Comunicação