6 mitos e verdades da mídia programática

Por Edu Sani, CEO da ADSPLAY*

Cada vez mais se fala sobre mídia programática, mas por se tratar de uma forma de publicidade digital ainda não completamente disseminada no Brasil, muitas dúvidas ainda são levantadas. Com o crescimento das compras online entre os consumidores brasileiros nos últimos anos, diversos anunciantes viram no país uma oportunidade de promover sua marca. De acordo com uma pesquisa da IAB, anunciantes investiram, apenas em 2021, R$ 4,8 bilhões para exibição de campanhas de marketing em sites de editores brasileiros. O investimento neste tipo de publicidade digital consiste na exibição de anúncios, como banners e vídeos publicitários, no entorno de conteúdos em sites de terceiros.

Edu Sani

Em 2023 os gastos com anúncios de exibição digital programática atingirão US$ 115,23 bilhões (R$ 589,59 bilhões), e mais de 90% de todos os dólares de anúncios de exibição digital serão transacionados de forma programática, de acordo com a eMarketer. Por isso, Edu Sani, CEO da Adsplay Mídia Programática e especialista no tema, elencou os principais mitos e verdades sobre a mídia programática. Confira abaixo!

Mídia programática é segura

Verdade. Como utiliza tecnologia de ponta a ponta em toda a sua operação, por meio dela é possível aplicar filtros automáticos que evitam temas sensíveis, além de alimentar constantemente as listas de bloqueio que podem variar de acordo com as ações, marcas e anunciantes. Como tudo é automatizado, também pode-se detectar rapidamente quaisquer problemas que, eventualmente, possam acontecer ao longo da campanha e corrigi-los rapidamente, assim como bloquear canais, categorias, faixa etária, regiões e etc.

Mídia programática e AdWords são a mesma coisa

Mito. Costumo dizer que é como comparar uma Ferrari com o saudoso Fusca. No Google Ads existem algumas segmentações nativas do próprio Google. Na mídia programática, é possível trabalhar com uma série de outras segmentações, além das do Google, o que torna as campanhas mais abrangentes e assertivas, oferecendo um potencial de audiência muito maior para os anunciantes. Além disso, no Google Ads Adwords, existem apenas dois formatos de mídia possíveis: display e vídeo. Já na programática, por conta da maior variedade de canais, existem outras possibilidades, como, por exemplo, áudio, Smart TV, aplicativos e telas conectadas.

Com a mídia programática aumentam as chances de atingir o público certo no momento certo

Verdade. Por utilizar tecnologias como inteligência artificial e bots, ela consegue identificar os perfis dos usuários e mostrar apenas os anúncios que têm potencial de despertar seu interesse. Assim, consegue contribuir com todas as etapas da jornada do consumidor, da pesquisa à compra, aumentando a assertividade das campanhas.

Mídia programática ocupa apenas os espaços publicitários que estão sobrando (calhau, no jargão publicitário)

Mito. Esse é um dos principais mitos da programática, afinal, 45% da mídia online hoje é comprada programaticamente. Dentro dessa fatia, existem muitos espaços nobres que são ocupados desta forma.

Mídia programática é investimento de médio prazo

Verdade. Toda campanha possui um período de aprendizado, por isso, não adianta apostar em campanhas com menos de um mês e meio de duração. Na programática, o algoritmo precisa de 30 a 45 dias para entregar boa performance. Assim, ao contrário do que muita agência vende, não é necessário investir em campanhas de 3 ou 6 meses para obter resultados expressivos.

A métrica a ser observada depende do objetivo da campanha

Verdade. A definição de que métrica observar está diretamente ligada ao objetivo do investimento em mídia feito pela companhia. Ele pode ser, por exemplo, elevar a quantidade de usuários qualificados trafegando no site da empresa, gerar leads, estimular vendas ou alcançar o maior número de pessoas. Assim, é importante entender que nenhuma métrica deve ser vista de forma isolada. Todas elas ajudam a compreender o quadro geral e, portanto, devem ser analisadas dentro de um cenário mais amplo – e é esse o papel do analista dos dados.

*Edu Sani é CEO da ADSPLAY. Hoje é um dos maiores especialistas em mídia programática do Brasil, com mais de 18 anos de experiência em Marketing Digital e Mídia Online. Já palestrou nos principais eventos do setor e criou o primeiro podcast e canal no YouTube sobre mídia programática com conteúdo recorrente e gratuito. Formado em publicidade e propaganda pela FAM e pós-graduado em Gestão de Marketing na FAAP, circulou por grandes players do mercado antes de ingressar no mundo do marketing digital. Como profissional de mídia, já foi indicado diversas vezes como profissional do ano por associações do mercado. É empreendedor serial, já teve sete empresas, como Uselink, Nightmap, Vuvuzela do Brasil, sempre focado em aproveitar oportunidades e preencher lacunas de mercado. Também é co-autor do livro “Mídia Programática de A a Z”, o primeiro livro impresso sobre o tema no Brasil.

O futuro do mercado de Mobile Marketing

Por Francisco Neto*

O Mobile Marketing vem se consolidando no mercado e tornando-se uma excelente oportunidade de crescimento para os negócios. Segundo a 31° Pesquisa Anual da Fundação Getúlio Vargas (FGV), existem mais de 234 milhões de aparelhos ativos no país. O número representa cerca de 20 milhões de aparelhos a mais do que a população brasileira.

A estratégia de Mobile contempla as ações de marketing realizadas através de celulares e dispositivos móveis e, nos tempos atípicos da pandemia, ganhou ainda mais força com o aumento de downloads dos aplicativos. Podemos considerar essa alta no país uma evolução de mercado. Afinal, mesmo tendo surgido há cerca de 10 anos depois do que hoje conhecemos como Marketing Web, o Mobile, em alguns casos, já detém a maior representatividade de budget de marketing das grandes marcas que antes apenas optavam por mídias digitais tradicionais.

Além de novos produtos já nascerem com foco em Mobile, outros apps são lançados todos os dias em busca de complementar seu mix de marketing e se adaptar ao movimento de seus consumidores. Esse processo significa que, quanto mais tempo os usuários estão conectados, mais audiência disponível para ser explorada pelas marcas que querem alcançar seus potenciais interessados.

A evolução tecnológica em diversos segmentos, juntamente com a mudança nos hábitos de consumo de conteúdos e produtos por parte das pessoas, mostra que o Mobile é um mercado em constante expansão, principalmente no Brasil, onde mais se acessa apps no mundo. De acordo com dados da App Annie, em 2021 o país ocupou o primeiro lugar no ranking de horas gastas no celular, com uma média de 5,4h por dia, seguido por Indonésia e Índia com 5,3h e 4,9h respectivamente.

Analisando o setor de Mobile Marketing mundialmente, prevejo crescimento, naturalmente em ritmo menor, motivado pelo fim da pandemia, somado a outros fatores macroeconômicos, porém é inevitável que o celular e os aplicativos estejam presentes cada vez mais em nosso dia a dia.

É essencial que o mercado entenda as necessidades de cada produto para iniciar as melhores estratégias de venda para atingir os consumidores. Além de ser fundamental manter o conhecimento técnico, o profissional precisa estar atento às novas tendências que constantemente se transformam, pois, por mais que muitos conceitos possam ser semelhantes com os de marketing digital tradicional, existem outras particularidades que precisam ser pautadas no momento de definir a melhor estratégia de crescimento.

Por isso, entendo que Mobile Marketing é uma grande oportunidade para entrar em um setor em expansão, que hoje conta com poucos profissionais com bagagem especializada. O mercado precisará acompanhar o movimento social e abraçar o consumidor. Isso nos mostra que existem muitos caminhos abertos, pois haverá muito investimento no setor para os próximos anos. Em outras palavras, é necessário reciclar alguns conceitos para encontrar novas formas de fazer marketing.

*Francisco Neto é COO da Appreach, empresa especializada em mobile marketing para aplicativos

Marketing digital é fundamental para pequenas empresas

Por Cíntia Costa*

O Brasil é o sétimo país com maior número de empreendedores no mundo, segundo dados da pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Estima-se que são mais de 14 milhões de pessoas comandando o próprio negócio. A tendência para os próximos anos é que esse número cresça ainda mais. Com isso, mais concorrentes chegam ao mercado e utilizar meios digitais podem ser o grande diferencial para empresas. De acordo com a Visa, as vendas pela internet devem crescer 16% no próximo ano e as transações em lojas físicas tiveram uma queda de 10%. Com esse novo comportamento do consumidor, será preciso usufruir de ferramentas novas, como o marketing digital, estratégia para destacar a marca, serviços e produtos.

Cíntia Costa

Durante a pandemia de Covid-19, o marketing digital ganhou mais força e se tornou um dos principais meios de comunicação entre empresa e consumidor. Além disso, foi fonte de posicionamento, divulgação e promoção das marcas. Segundo relatório do The CMO Survey, de 2022, foi calculado um aumento de 9,3% em companhias que passaram a investir em ferramentas digitais no pós-pandemia.

Além disso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério das Comunicações, apresenta que 90% das casas brasileiras estão conectadas. São mais de 65,6 milhões de lares na internet, o que representa um crescimento de 5,8 milhões que em 2019.

O brasileiro passa mais de 10 horas na internet e com tanta visibilidade, não é à toa que 94% das empresas do Brasil optam pelo marketing digital como uma estratégia de crescimento. Além disso, 91% possuem algum perfil nas redes sociais, segundo apontamentos da pesquisa Maturidade do Marketing Digital e Vendas no Brasil, feita pela Resultados Digitais em parceria com Mundo do Marketing, Rock Content e Vendas B2B.

O marketing digital pode auxiliar a empresa a se tornar reconhecida no segmento de atuação, dando mais audiência e atraindo mais pessoas. Para 2023, são esperados US $ 171 bilhões em vendas online só no Brasil, o que reforça a importância das companhias se conectarem e se comunicarem com o público de forma digital. Atualmente, é difícil não vermos marcas de grande porte usando as mídias. A maioria possui perfil nas redes sociais e interage com o público, mas outras ferramentas como SEO, e-mail marketing e mídias pagas podem e devem ser usadas.

As pequenas e médias empresas podem seguir o mesmo caminho. É fundamental fortalecer a imagem da marca para almejar a expansão, além de atrair olhares novos e ganhar mais popularidade com o público certo. Além disso, é importante fornecer aos clientes uma experiência aprimorada nas compras online, pois este é um primeiro passo para fidelizar o consumidor.

Com as ferramentas disponíveis do marketing digital, é possível conhecer o seu público, atrair mais pessoas, saber qual o percurso o cliente faz até finalizar um pedido – e também quais são os obstáculos, o que o impede de fechar negócio ou desistir da compra, oferecendo a oportunidade de ajustar a estratégia. Além disso, mensurar resultados e promover ações para atingir um maior número de usuários também faz parte desse universo. Destacar-se entre os concorrentes é importante para qualquer negócio. Por isso, vale a pena investir em técnicas que te façam atingir novos patamares.

*Cíntia Costa é Diretora de Marketing do DeliRec, rede social perfeita para os apaixonados por gastronomia.

Tendências de marketing digital para 2023

4 tendências de marketing digital para ficar de olho em 2023

É hora de olhar para frente e pensar nas tendências de Marketing Digital que farão parte das estratégias de negócios ao longo de 2023. Para Robinson Friede, diretor de marketing na RD Station, “vivemos em um período em que tudo muda muito rápido, então apontar o que vem pela frente não é tarefa das mais simples”.

Com novos conceitos, siglas, redes sociais, formas de agir, a forma de consumir muda e as empresas precisam estar atentas para enxergar as demandas até mesmo antes que elas surjam. “Isso não significa que as tendências precisam ser coisas muito mirabolantes ou necessariamente revolucionárias – como metaverso ou NFTs, pois ainda são um pouco distantes do dia a dia das pequenas e médias empresas”, diz Friede.

O executivo lista abaixo quatro das tendências de marketing digital para ajudar pequenas e médias empresas de diversos setores:

1. Conversational Marketing – O Brasil é um dos países que mais utiliza o WhatsApp, segundo informações da empresa de pesquisas alemã, Statista. Cerca de 99% dos brasileiros possuem o aplicativo instalado em seus celulares e muitos o utilizam para tarefas do dia a dia, como agendar consultas, tirar dúvidas sobre produtos e serviços e fazer compras com poucos cliques pelo WhatsApp. O Conversational permite criar conversas que reforçam e criam vínculos entre clientes e empresas ao permitir a criação de fluxos humanizados de mensagens, leads e clientes no processo de vendas.

2. Webinars como principal conteúdo educativo – Os webinars podem ajudar a aumentar a popularidade e a visibilidade de uma marca, mas vale destacar que também é o formato de conteúdo que mais atrai leads qualificados. Conteúdos em vídeo chamam atenção por conta das inúmeras possibilidades criativas no desenvolvimento de conteúdos ricos e informativos. Além disso, o formato ainda funciona como um novo canal de divulgação.

3. Conteúdo cada vez mais personalizado usando a automação – Não basta apenas disseminar o conteúdo, é preciso ter planejamento. Neste sentido, estratégias de automação de Marketing definidas por segmentação, por exemplo, permite a criação de jornadas super personalizadas. Assim, a empresa de fato segue todos os passos do funil de vendas e o cliente sai satisfeito.

4. Conteúdos imersivos e interativos – Foi-se o tempo em que o mesmo conteúdo era apresentado de uma única forma. Hoje, as pessoas consomem conteúdos em múltiplos formatos, diferentes aplicativos e lugares diversos. Vídeos longos no YouTube, ou curtos no Tik Tok, podcasts no Spotify, fotos no Instagram, dentre muitos outros exemplos, mostram como é possível criar de maneira multimidiática. O foco agora é na interatividade.

Fonte: RD Station