2025 na indústria audiovisual

Por Alexandre Luppi*

O mercado audiovisual vive em uma constante evolução, impulsionada por avanços tecnológicos, mudanças nos hábitos de consumo e novas demandas do público. Acredito que o segmento passou a ser dominado pelo streaming, além do fortalecimento de pautas sobre sustentabilidade e inclusão e o protagonismo da inteligência artificial, que automatiza os processos de produção e distribuição de conteúdos e amplia experiências imersivas. Estamos entrando no último mês de 2024, desejando aumentar cada vez mais o alcance do audiovisual brasileiro, e iniciando os planejamentos para 2025.

No próximo ano, o setor tende a ficar mais dinâmico, inovador, diversificado e brasileiro (O Oscar vem?). Por meio de tecnologias, práticas sustentáveis ou narrativas mais inclusivas, o audiovisual continuará a moldar a forma como experimentamos histórias, conhecemos informações e vivenciamos o entretenimento. Com isso, a primeira tendência que eu gostaria de ressaltar é a ascensão do consumo de conteúdo por streaming. Veremos um aumento de serviços especializados em gêneros variados, como esportes, animes e documentários, que devem atender públicos que buscam produções mais personalizadas dentro das plataformas.

Não é novidade para ninguém que a inteligência artificial e a realidade virtual e aumentada também estão impactando significativamente a indústria. Destaco, ainda, que o uso dessas ferramentas no audiovisual reflete a necessidade de atender um público viciado no hábito acelerado e fragmentado da era digital. E é preciso ter muito cuidado com esta velocidade. Percebo que as empresas e influenciadores estão desenvolvendo conteúdos cada vez mais curtos, dinâmicos e diretos, com o intuito de aumentar o engajamento e democratizar o acesso à informação. Entretanto, esse modelo pode reduzir a profundidade das narrativas, dificultando o desenvolvimento de histórias e temas que promovam uma reflexão crítica. Essa nova forma de filmagem pode gerar problemas futuros na nova geração. O cérebro apodrecido, a palavra do ano em uma época que IA parece querer substituir tudo e todos.

Por último, em 2025, a pressão social e a preocupação com pautas socialmente relevantes no mercado audiovisual têm estado muito presentes no dia a dia das produtoras e empresas. Os estúdios passaram a repensar as produções, com iniciativas que promovam práticas sustentáveis e reduzam o impacto ambiental nos sets de filmagens, por exemplo. Além disso, a diversidade e a inclusão no segmento é um tema que tenho debatido muito ao longo de todo ano, pois é imprescindível que narrativas com maior representatividade sejam produzidas. Espera-se também que a diversidade não esteja somente em frente às câmeras, mas em todos os bastidores. Nos temas criatividade, sustentabilidade e audiovisual, o Brasil é um terreno fértil a ser cultivado. Na verdade, é um dever! Lotar as salas de cinema de filmes brasileiros é outro dever!

Alexandre Luppi é co-fundador e CCO da Compasso Coolab

3 em cada 4 influenciadores buscam agenciamento para representação comercial

Pesquisa realizada pela Brunch e YOUPIX revela que 73,7% dos creators pensam em ter um agente, embora maioria ainda não tenha

Um novo estudo realizado pela Brunch e YOUPIX mostrou que 3 em cada 4 (73,72%) influenciadores digitais buscam um agente ou agência como representante comercial. Embora seja o desejo da maior parte, esta ainda não é a realidade da maioria, já que a mesma pesquisa revela que 74,25% não possui agenciamento na carreira. Um creator anônimo, respondente do levantamento, ressalta o papel de um empresário na carreira digital.

“Ter uma agência que de fato entende do mercado foi uma virada de chave para mim. Não só nas negociações, volume de jobs, e volume de R$, mas também na segurança de ter alguém que sabe o que está fazendo, me representando e falando por mim”, disse. Segundo Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation, o agenciamento é fundamental para o crescimento e profissionalização da carreira do influenciador: “Ter um agente que entende o mercado não só facilita negociações e amplia o volume de oportunidades, mas também oferece segurança e a confiança de estar sendo bem representado em um cenário tão dinâmico. Além disso, a agência auxilia na proteção do influenciador, os blindando de contratos maléficos e marcas que agem de má fé. Nosso papel é justamente defender seus interesses e fazer com que o trabalho deles não seja subvalorizado”.

Essa representação não se define por um modelo único, existem algumas vertentes conforme a mesma pesquisa evidencia. De acordo com ela, em 57,89% dos acordos a agência ou agente tem exclusividade para negociar trabalhos no nome do influenciador, enquanto em 42,11% dos casos várias agências podem ofertar o perfil do criador de conteúdo no mercado.

De acordo com Fabio, a escolha entre exclusividade e não exclusividade na representação comercial dos influenciadores traz tanto vantagens quanto desafios: “Com exclusividade, o criador de conteúdo ganha uma visão integrada do negócio e a confiança de ter um parceiro estratégico no comando das negociações. No entanto, isso pode gerar uma dependência da agência para a tomada de decisões importantes. Já sem exclusividade, o influenciador se beneficia de múltiplos canais de venda e diversas vitrines para expor seu trabalho, mas perde o controle sobre como sua imagem é apresentada no mercado”.

O modelo de negócios das agências com os influenciadores também foi mostrado na pesquisa. Cerca de 9 em cada 10 criadores (90,53%) remuneram seus agentes apenas com a comissão dos acordos, enquanto 8,42% paga um valor fixo mensal pelo serviço mais um percentual por trabalho fechado. Apenas 1% paga um valor fixo por mês independente do faturamento.

Esses percentuais podem variar bastante de acordo com os negócios fechados. Conforme a pesquisa, 36,04% dos influenciadores pagam menos de 5% de comissão ou nem pagam a empresa pelo negócio fechado. Por outro lado, 26,3% destes creators pagam entre 16% e 20% de comissão e 17% paga entre 21% e 30% de percentual, um número bem elevado para os padrões do mercado. Especialista do mercado de marketing de influência, Fabio explica que essas variações ocorrem devido ao tipo de contrato e ao valor das negociações.

“Quando o faturamento é baixo, os percentuais podem ser menores, ou até inexistir, já que as comissões são baseadas no sucesso das negociações. No entanto, quando os acordos são maiores ou mais complexos, as comissões podem ser mais altas, refletindo o valor e o esforço envolvidos na negociação e na representação do influenciador”, conta.

Letícia Gomes, influenciadora que viralizou na internet por conta das suas transformações usando apenas maquiagem, é uma das agenciadas de Fabio na empresa canadense Viral Nation. Segundo ela, o representante foi crucial para a guinada da sua carreira digital: “Ele trouxe a confiança necessária para lidar com grandes negociações e ajudou a abrir portas que eu nem imaginava. Com um profissional que entende o mercado, pude focar no meu conteúdo, enquanto ele cuidava de todo o lado comercial. Hoje, minha carreira tem uma dimensão muito maior, e sou grata por ter alguém tão capacitado me representando.”

METODOLOGIA

A pesquisa, realizada pela agência Brunch e pela consultoria YOUPIX, contou com 369 respostas válidas de criadores de todo o país, em um questionário realizado do dia 13 de agosto até 23 de setembro.

Boa conversa, boas reflexões sobre um tema muito importante

Por Josué Brazil

Ontem a noite tive a oportunidade de acompanhar in loco o “Reflexões Sobre o Mercado: Influencers”, evento que aconteceu na Strong Business School em Santo André e organizado pelos alunos da instituição.

Estruturado em formato de colóquio, o evento contou com a mediação dos professores Cláudio Cesar Gonçalves Edson de Paiva Dias. Os influencers ou criadores de conteúdo convidados para o colóqui foram: Ana Chiyo, Arthur Viana, Julia Saidel, Keen Arakaki e Malu Marques.

Ana Chiyo é uma criadora de conteúdo na linha de humor, atraindo o público com tiradas bem humoradas de situações cotidianas. Arthur Viana, por sua vez, produz conteúdo sobre cinema, explorando nuances de linguagem, roteiro e direção, além de colocar seus pontos de vista. Já Julia Saidel é sócia proprietária de uma agência que lida com produção de conteúdo para mídias digitais e também agencia creators. O Keen Arakaki está afrente de um perfil regional (ABC paulista) no qual basicamente visita restaurantes e dá sua opinião. Malu Marques é a caçula do grupo, tem apenas 19 anos e seu conteúdo principal é sobre livros.

O que mais me chamou a atenção no debate foi a busca por profissionalização por parte dos influencers. Alguns deles estão em estágio mais avançado, outros em um ponto intermediário da carreira e alguns estão no início. Todos eles, entretanto, já conseguem “viver de conteúdo”. Já afirmam orgulhosamente que são Criadores/Produtores de Conteúdo.

Julia Saidel fez a explanação mais longa da noite, mas também a mais didática. Explicou como foi a sua trajetória até aqui, o modelo de negócios de sua empresa, o que é o mercado de criadores de conteúdo e a relação entre marcas e influencers. Apesar de jovem, mostrou ter experiência e conhecimento, além de um grande tino comercial e de negócios.

Os componentes da mesa se soltaram e a conversa fluiu melhor e mais rica a partir das perguntas feitas pelo público que compareceu.

Outro ponto que me chamou a atenção é que as empresas especializadas em agenciar creators, criar estratégias de criação e produção de conteúdo, e fazer acontecer a sinergia do tripé agências convencionais/marcas/agências de criação e produção de conteúdo já são um grande realidade do mercado brasileiro de marketing e comunicação. A partir deste fato, há toda uma nova série de func~ões, cargos e atividades que está sendo ocupada e será ocupada por jovens talentos oriundos dos cursos de comunicação social.

Achei muito boa a iniciativa da Strong Business School. Trazer para dentro da academia um tema que precisa ser visitado e estudado é louvável. Afinal de contas, é um mercado em franca expansão e que já movimenta cifras expressivas no setor de marketing e comunicação.

Não pode ser ignorado ou diminuido!

Olimpíadas revelam grandes potenciais de atletas para o empreendedorismo

O mentor de negócios Luis Namura* oferece insights valiosos sobre como estimular os jovens, visando perspectivas promissoras para um futuro de sucesso

Crédito da foto: Confederação Brasileira de Ginástica

Até agora o Brasil já conquistou 15 medalhas nas Olimpíadas de Paris, e a expectativa da torcida é de que esse número aumente até o dia 11 de agosto, quando a competição mundial terminará. Mas, quando se trata de negócios, podemos dizer que vários ex-atletas também se tornaram verdadeiros campeões empreendendo nos mais variados segmentos, a exemplo de Fabíola Molina, Ronaldo, Bernardinho, entre outros.

Os Jogos Olímpicos são eventos esportivos que exigem grande preparação e empenho. Os atletas aprendem, desde cedo, a superar desafios dentro de um ambiente competitivo. Habilidades como dedicação, estratégia e liderança, adquiridas no mundo das provas, podem ser também muito úteis para os negócios.

Luis Namura, mentor que já fundou centenas de negócios, explica um pouco mais sobre como as competências adquiridas nos esportes podem favorecer atletas que ambicionam alçar o pódio do sucesso:

“Definitivamente, a competitividade pode ser extremamente saudável para os negócios, desde que alinhada com valores éticos e uma visão sustentável de longo prazo. Os atletas que se destacam no esporte muitas vezes levam para o empreendedorismo a mesma paixão e disciplina que aplicam em suas carreiras esportivas. Esta transição é natural e benéfica, pois a mentalidade de buscar sempre a melhoria contínua e enfrentar desafios é crucial tanto nos esportes quanto no mundo empresarial. Assim, a competitividade, quando bem direcionada, promove a excelência e impulsiona a inovação nos negócios”, explica o especialista.

Naturalmente as aposentadorias dos atletas acabam acontecendo de forma precoce, por isso é muito importante pensar em um planejamento a longo prazo. Mas por outro lado, talvez por falta de incentivo e rotinas exaustivas de treinos, ainda são poucos os que acabam concluindo o ensino superior. A pergunta que não quer calar é: Já não seria hora desses jovens serem preparados para isso em nosso país? Namura com a expertise de 40 anos no mundo corporativo e especialista em Educação pode responder com notoriedade:

“É essencial que haja uma maior vocação e preparação para os atletas em termos de educação formal. O término precoce da carreira esportiva não deveria significar o fim do desenvolvimento pessoal e profissional desses indivíduos. Incentivar e facilitar o acesso ao ensino superior, oferecendo horários flexíveis e programas educacionais adaptados, pode ser um caminho. Além disso, é fundamental integrar programas de desenvolvimento empresarial e de carreira durante a formação dos atletas, para que eles possam se preparar para uma transição suave para o mundo do empreendedorismo ou outras áreas profissionais após o esporte”, pondera.

E os atletas das novas gerações estão esbanjando talento e sabendo muito bem onde querem chegar. Nestas Olimpíadas, enquanto o design e falta de criatividade na criação dos uniformes da delegação brasileira foram amplamente criticados pela imprensa e repercutiram de forma negativa nas redes sociais, as atletas olímpicas Jade Barbosa, que desenhou os collants da seleção brasileira de Ginástica Artística e Rayssa Leal, uma adolescente de apenas 16 anos que atualmente é patrocinada por grandes marcas nacionais e internacionais, obtiveram prestígio e estão no radar dos olheiros do mundo dos negócios. Recentemente um modelo de tênis inspirado na “Fadinha” do skate esgotou em apenas 20 minutos quando foi lançado. Aliás, os atletas se revelam excelentes influenciadores digitais em suas modalidades. No time dos homens, Gabriel Medina tornou-se investidor de uma marca de calçados de surfwear e já acumula uma fortuna de mais de R$ 100 milhões, incluindo seus próprios negócios e as publicidades.

Namura revela os fatores que podem impulsionar o sucesso desses profissionais: “A visibilidade proporcionada pelo esporte é, sem dúvida, uma alavanca poderosa para o empreendedorismo. Atletas como Jade Barbosa e Rayssa Leal não apenas destacam-se em suas modalidades, mas também sabem capitalizar sobre sua popularidade para construir marcas pessoais fortes. A chave para muitos atletas que alcançam sucesso como empreendedores está na capacidade de identificar nichos de mercado inexplorados e necessidades não atendidas, utilizando seu conhecimento íntimo do setor. Eles transformam sua influência em plataformas para lançar e promover novos negócios, produtos e serviços, exatamente como grandes ícones como Ronaldo e Bernardinho fizeram. A transição de influenciador para empreendedor é facilitada pelo conhecimento adquirido e pela rede de contatos, tornando-os casos exemplares de como a visibilidade esportiva pode ser convertida em sucesso empresarial”, conclui.

Essas falas refletem a perspectiva de Luis Namura sobre como as habilidades desenvolvidas no esporte podem ser transferidas para o empreendedorismo, enfatizando a importância da educação e o potencial dos atletas como influenciadores e empreendedores. Como a assunto é bastante abrangente, se você quiser fazer uma imersão completa sobre como é possível alavancar qualquer tipo de negócio acesse o site 

*Luis Namura é um engenheiro renomado, formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em São José dos Campos, São Paulo, e um especialista reconhecido em Marketing e Administração de Empresas, com um MBA em Franchising pela Louisiana State University.