Coluna Propaganda&Arte

Macrofotografia: uma grande sacada pode ser pequena

Você já ouviu falar de fotografias macro? Ou macrofotografia? Se ainda não conhece, saiba que pode estar perdendo uma “grande ideia”, uma possível sacada criativa e um novo olhar sobre o mundo.

A técnica se mostra cada dia mais próxima da nossa realidade, graças ao avanço dos smartphones e de suas câmeras, com ótimas resoluções e lentes acopláveis. Essa possibilidade incrível pode estar nas suas mãos, neste exato momento, e uma grande ideia escapando pelos seus dedos. Como aproveitar isso?

Primeiro, informe-se.

Geralmente quem utiliza essa técnica fotográfica necessita de experiência, paciência e uma lente própria ou de alguns ajustes em sua câmera atual para obter o nível de precisão necessário. Basicamente, a macrofotografia é uma forma de captar objetos pequenos para que os detalhes sejam bem focalizados e o resultado final seja “uma grande foto”. Estamos falando de objetos com poucos centímetros, como insetos, flores e outras estruturas do cotidiano que parecem simples ao olho comum, mas que merecem uma nova análise, por uma nova ótica.

O fotógrafo inglês Dave Wood começou seu trabalho em 2009 e apesar do pouco tempo especializou-se em fotografias de gotas d’água. Seus trabalhos são incríveis e valem a busca no Google.

Depois de se informar, inspire-se.

Existem vários fins para a macrofotografia. É comum biólogos realizarem pesquisas científicas para compreenderem melhor as minúsculas estruturas da natureza. Há também artistas, que através das fotos buscam dar uma nova visão para algo que muitas vezes nós não conseguimos reparar. Seja por falta de atenção ou por falta de capacidade.

Existem, porém, pessoas que são cientistas e artistas ao mesmo tempo. É o caso do Dr. Greenberg, um biomédico americano com quem pude trocar algumas mensagens a respeito de seu excêntrico trabalho: a microfotografia. Ele é um apaixonado por ciência e arte que começou a fazer fotografias microscópicas em 2001, indo além das fotos macro. Seu trabalho permitiu que a beleza antes vista somente em laboratório (em microscópios) fosse divulgada para a população, comprovando que a natureza é realmente complexa e bela em todos os detalhes.

Na imagem que selecionei abaixo, podemos ver grãos de areia de diversas cores e formatos. Ela revela que na praia existe muito mais beleza do que podemos perceber.

http://sandgrains.com/Sand-Grains-Gallery.html

Show, Guerra! Gostei das fotos. Mas o que a publicidade ganha com isso?

A multinacional Paper Mate, fabricante de canetas, borrachas e afins, foi inspiração para o designer australiano Matthew Allan, que criou a peça a seguir como projeto pessoal. Sua ideia foi destacar a ponta da caneta esferográfica que, não por acaso, tem esse nome devido à pequena esfera que gira em sua ponta e distribui a tinta no papel. Na peça, podemos ler o texto em inglês que brinca com o termo “ir direto ao ponto”, nesse caso, se referindo à ponta da caneta.

Essa peça é apenas um “fantasma” (não foi veiculada e nasceu apenas para o portfólio do artista) e são poucas as campanhas hoje que utilizam essas técnicas. Diante disso, pergunto aos publicitários e criativos: será que não estamos sabendo usar o potencial disso ou realmente essas fotos não são lá grandes coisas?

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