Coluna {De dentro pra fora}

Comunicação Interna além das 4 paredes

Vitor coluna
Um dos primeiros critérios que a gente quer saber na hora de construir uma mensagem é o público-alvo, certo? Com base nele, conseguimos definir um tom para a comunicação, o visual mais adequado, o argumento que será atrativo e por aí vai.

Fácil! Porém, como o mundo muda o tempo todo, essa visão de público também mudou. Antes, ao pensar em CI, nós pensávamos no perfil dos empregados, no perfil da empresa, na sua relevância para a sociedade. Hoje, nós pensamos em tudo isso, mas não podemos parar aí. Precisamos analisar as comunidades em que essa empresa está inserida, o quanto seus processos interferem na vida das pessoas e, o mais importante, com quem o público interno se relaciona.

Espera aí, Vitor! Se o nosso foco é o público interno, por que você quer saber tudo isso?

Eu retruco: hoje em dia, qual mensagem fica apenas com seu receptor?

Todo mundo está conectado o tempo todo. Qualquer experiência é registrada, postada, compartilhada e comentada. Ainda mais se for uma boa experiência! A gente pode comprovar isso ao dar uma olhadinha na timeline: todo mundo é feliz! Eba!

Resumindo: a CI vai falar diretamente com o empregado, porém ele é uma pessoal sociável. Ele compartilha suas experiências nas redes, ele comenta com os amigos no churrasquinho do fds, ele chega em casa e desabafa com a mulher. Eu repito: ele é a propaganda da empresa e interfere na imagem dela perante o mercado. Parece bobeira, mas esses pequenos comentários e posts têm o poder de interferir na imagem corporativa, sim.

Aqui, vale outra reflexão: o funcionário trabalhou o dia inteirinho, chega em casa cansado, estressado e vai contar seu dia pra mulher. Se ela estiver bem informada, souber os benefícios da empresa e tudo o que ela faz pelo funcionário, essa mulher vai ouvir as reclamações e reforçar o lado positivo da empresa. Afinal, ela sabe como o emprego é importante para a família se manter.

Por outro lado, se ela não tiver informações, ela vai concordar com o marido e incentivá-lo a buscar outro emprego. O que isso significa? A empresa terá que contratar outro empregado, treiná-lo novamente, esperar o tempo de adaptação e todo esse processo de integração. Isso custa dinheiro! Além de interferir no turnover* da empresa, claro.

Viu? As consequências vão longe. É melhor manter esse funcionário dentro da empresa. E, mais que informado, é importante deixar a família dele e os amigos também informados. Na hora do aperto, todo mundo vai ajudá-lo a refletir.
Quanto mais experiências positivas com seus empregados, mais eles vão compartilhar com amigos e familiares e, consequentemente, mais suporte ele terá para continuar na empresa.

E ainda tem gente que acha que CI é só para funcionário.

* Turnover é a percentagem de substituições de funcionários antigos por novos. Isso reflete na capacidade da empresa em manter seus empregados. Se o turnover é alto, pode indicar que algo na empresa está errado.

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