Carnaval? – E o esforço das marcas em serem lembradas
O Carnaval já passou e o que ficou? Você lembra de alguma marca? Algumas histórias engraçadas para contar? Passam os carnavais e o que sempre se repete é o esforço das marcas em serem lembradas antes, durante e após essa data tão maluca que é o Carnaval no Brasil.
Diferente do que parece o Carnaval não tem origem tupiniquim, remota da Antiguidade (Roma, Mesopotâmia, etc) e sempre teve como tema essa inversão de papéis sociais. As fantasias colocavam todos em um mesmo patamar tornando relacionamentos impossíveis, possíveis e a alegria contagiante. Diante dessa orgia popular, a Igreja tentou enquadrar a festa pagã, propondo a negação ao prazer da carne, carnis levale do latim, “retirar a carne”.
Essa era a mensagem original, a teoria, mas o que realmente ficou para nós foi só a parte da carne, e rapidamente a “pregação” dos religiosos virou a “pegação” dos foliões, uma zueira never ends, bem ao estilo BR. Percebemos então, que no meio do caminho, entre serpentinas e lantejoulas, se perdeu o real significado do Carnaval. E a sua marca? Será que a mensagem da sua campanha também não se perdeu?
Assim como esquecemos pessoas, histórias e fatos exclusivos do Carnaval, as marcas podem ser esquecidas facilmente diante de tantos concorrentes e “mais do mesmo”, formando uma cortina nebulosa de desatenção. Ações como a da marca de cerveja que colocou uma roda gigante em São Paulo, ficam na memória, geram diversão, relacionamento, mas será que valem o investimento?
Até que ponto uma ação pontual de Carnaval, seja de bebida ou de camisinha, pode ser efetiva, se o seu público nem sabe onde deixou o copo de cerveja? Ou onde fica o banheiro? Ou para onde está indo? Ou onde está? (…) Tudo bem, nem todos são assim tão loucos e eu concordo com você, existe quem pule o Carnaval de forma mais light. Mas, existe também um público cada vez maior de pessoas que simplesmente não curtem o Carnaval. Nessa hora eu pergunto: o que estamos fazendo para elas? O que as marcas estão fazendo para atender esse grupo que sofre de “carnavalfobia”?
Ao melhor estilo Bela Gil, muitos substituíram o Carnaval por uma arrumação na casa, por um passeio longe dos grandes centros, fizeram maratonas de séries, uparam nos games, fizeram gols, cestas, ou outros pontos no esporte favorito, investiram tempo e dinheiro em atividades, que poucas empresas souberam aproveitar, infelizmente.
Como não sou um folião muito animado, as marcas que ficaram na minha cabeça no Carnaval de 2017 não possuem conexão direta com a festa. Algo a ser pensando pela turma do Marketing, pois o bloco da relevância está passando e muitos estão ficando para trás. Se existe um desinteresse cada vez maior e opções mais atraentes ao Carnaval, que está afastando o público da festa e consequentemente das marcas, é preciso refletir mais e agir com mais foco.
Para fechar meu desfile de reflexões, deixo uma pergunta essencial: Será que as marcas precisam reinventar suas comunicações no Carnaval ou precisamos reinventar o Carnaval?