Está em todo lugar. Nas publicações de negócios, nas de economia, nas de propaganda e até nos telejornais. A bola da vez é a classe C. Várias pessoas subiram de status financeiro e passaram da chamada classe D para a C. E isso, obviamente, significa um novo e grande contingente de consumidores ávidos por produtos e serviços.
Todo este movimento de mudança e crescimento de classes sociais está obrigando os profissionais de propaganda e marketing a tentar conhecer e entender melhor esse novo consumidor da classe C.. Pipocam estudos e pesquisas de várias e diferentes origens. E isso é salutar. Precisamos mesmo entender os anseios e necessidades destes consumidores. E rápido. Afinal de contas, eles já superam, em volume, o consumo da classe A brasileira.
Um aspecto importante desta mudança está relacionado a criação de mensagens publicitárias para este público. Como “falar” com esse pessoal? Quais ao seus ídolos ou refrências? Como não parecer “fake”? As regionalidades ficam ainda mais importantes? É claro que não temos todas as respostas, mas devemos trabalhar com urgência para consegui-las.
Devemos fazer o pessoal de criação ler mais pesquisas e acompanhar mais de perto essa nova classe C. Devemos fazê-los prestar atenção nos programas populares de TV, nas novas publicações (jornais e revistas) orientadas para as classes emergentes e, principalmente, incentivá-los a, como dizia Julio Ribeiro, colher as verdades de maneira direta, no dia a dia. Prestar atenção nas conversas na padaria, no supermercado, na feira. Bater papo com sua empregada doméstica, com seu officeboy (ainda existem, né?), com o zelador de seu condomínio também são ótimas dicas para buscar idéias criativas para gerar conversa com esses novos consumidores.
Uma coisa que me parece importante na comunicação para essa renovada classe C é a sinceridade, a transparência. Mais do que nunca as marcas e produtos tem que SER e não só PARECER. Outro aspecto é a informação. Esse público precisa ter mais e melhor informação. Precisa ser orientado, principalmente quanto a serviços e produtos com muita tecnologia embarcada. Como li na obra “O declínio da mídia de massa”, um dos novos papéis da propaganda é emancipar o consumidor.
É um bom desafio. E normalmente marketing e propaganda são movidos por novos desafios.