Ideias sim, formatos não

Coisas para pensar em propaganda no início deste ano

Em matéria e reportagem de capa da edição de 21 de dezembro de 2015, a Meio&Mensagem ouviu Ajaz Ahmed, fundador/proprietário da AKQA, uma das agências mais fora de padrão da indústria de comunicação atual. Ele começou a AKQA com apenas 21 anos. Hoje conta com 17 escritórios espalhados pelo mundo (incluindo o Brasil).

Ajaz Ahmed, fundador da AKQA

Ajaz Ahmed, fundador da AKQA

Dentre as várias coisas interessantes ditas por Ajaz destaco duas partes da entrevista.

A primeira é quando ele fala da necessidade urgente da propaganda deixar de ser “uma fábrica de formatos para se tornar uma fábrica de ideias”. E exemplifica com o uso dos chatíssimos comerciais de 30″ colocados antes dos vídeos do Youtube.Ou seja, a prevalência de um formato tradicional sobre uma mídia/canal/meio com características totalmente atuais e na qual o público escolhe ver o conteúdo onde, quando e como quiser. Aí vem a propaganda e impõe um formato tradicional e interruptivo. Totalmente incorreto!

Lembro de ter discutido algo bem semelhante em uma das minhas aulas de mídia ao falar do Spotfy. Para que colocar spots tradicionais num canal em que as pessoas querem ouvir música e apenas música? Quem usa Spotfy quer ouvir o que quer e na hora que quer. Sem interrupções. Então que tal buscar saídas inovadoras e criativas para mídias inovadoras? Pensar em uma ideia e não em um formato!

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A segunda parte que quero destacar é quando ele trata de três aspectos que considera fundamentais no perfil do novo profissional de comunicação: autonomia, domínio e propósito.

Autonomia está relacionado a maneira como crio meu próprio espaço para fazer o que é necessário fazer e também para conseguir educar outras pessoas. Ou seja, como estabeleço meu espaço produtivo e como isso influencia/influenciará na montagem de times criativos e produtivos. Modelos de negócio de agências são importantes aqui. Como sua agência atua, como ela organiza o escritório, como é a hierarquia? Como é o ritmo de trabalho?

Domínio trata do controle sobre o que se quer fazer ou o que se faz, seja arte, finanças ou ideias. É preciso ter conhecimento para ter domínio dos processos. Domínio resulta em segurança e credibilidade. Auto confiança!

E por último, mas nem por isso menos importante, temos o propósito. Ele está ligado ao fato de fazer algo pela comunidade, fazer algo que estabeleça um espírito de corpo em sua equipe. Fazer sua empresa de comunicação ser parte de algo maior que apenas o aspecto comercial. E o mais bacana é que é possível fazer isso com as marcas que a agência atende.

Ajaz Ahmed fecha a entrevista dizendo que a AKQA acredita totalmente nisso e que busca criar carreiras que deem às pessoas esses três pontos.

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