por Rodrigo Gouveia*
Nestes oito anos trabalhando no mercado de comércio eletrônico e liderando projetos digitais observo com frequência a importância de um time de UX ativo. À medida que os produtos se tornam cada vez mais digitais e que nós, humanos, ficamos mais tempo nas telas (mais de 11 horas por dia!), as empresas precisam garantir que seus produtos ofereçam uma experiência atraente aos seus clientes.
Essas experiências bem projetadas não são ótimas apenas para os clientes, mas também para os negócios. Segundo a Forrester Research, uma experiência de usuário bem projetada pode aumentar as conversões em 400%.
Mas para explicarmos a importância de ter um time de UX ativo, precisamos entender o papel desse profissional.
O profissional de UX
Quando digo em uma roda de amigos que sou um designer de UX, alguns dizem: ‘Ah…então você desenha imagens’. Alguns, mais técnicos dizem: Ah…então você escreve front-end do site’. E outros ainda soltam: ‘Ah…então você deixa as coisas bonitas’.
Estes são pensamentos equivocados e muito comuns que as pessoas têm da nossa profissão. O UX é muito mais do que apenas tornar as coisas bonitas, desenhar imagens ou criar uma interface do usuário.
Nosso time também passa muito tempo pesquisando, descobrindo as necessidades do usuário e criando soluções de design que seguem princípios psicológicos fundamentais.
O Steve Jobs tem uma frase que gosto muito e que já citei várias vezes para o meu time: ‘Design não é apenas o que parece e o que se sente. Design é como funciona’. Ou seja, UX é sobre o uso do Design Thinking para resolver problemas nos produtos digitais.
E para quem não sabe, o processo de Design Thinking combina empatia, criatividade e racionalidade para atender as necessidades do usuário e criar soluções bem sucedidas, prevendo cenários de forma inovadora. Este processo é constantemente usado pelo nosso time de UI | UX para facilitar o mapeamento de novas ideias e soluções de forma colaborativa.
Mas então, quais os cuidados que o profissional de UX precisa ter para garantir um bom trabalho?
- Projeto fácil – os usuários devem poder aprender a usar o produto facilmente.
- Estética agradável – um bom design é esteticamente agradável de se olhar. De fato, os usuários tendem a sentir que um design é mais utilizável simplesmente porque é esteticamente agradável, um fenômeno chamado efeito de usabilidade estética
- Deve satisfazer o usuário – o design traz ao usuário boas surpresas. É como ganhar um presente numa data que não é o seu aniversário, ou seja, você não esperava, mas está feliz em recebê-lo
Agora que você já conhece um pouco mais dos atributos de um profissional de UX, vou listar aqui a importância dele dentro de um projeto.
- Explorar – por meio de análises, descobrimos o comportamento do usuário
- Recomendar – com pesquisas e muitos estudos, encontramos a jornada do usuário do seu cliente verticalizando para recomendações de boas práticas, onde surgem as hipóteses para a causa do problema nessa jornada
- Planejar e testar – Com o levantamento das recomendações, devemos agir e testar a todo momento.
Você não é o seu usuário
Outra coisa que sempre digo é a importância de sempre lembrar que ao criar um produto, você está criando para o usuário e que ele não é você.
Temos a tendência de assumir que nossos usuários são semelhantes a nós. Esse não é apenas um problema e sim um exemplo de um fenômeno mais geral, chamado efeito de falso consenso.
Como seres humanos, geralmente temos a tendência de assumir que os outros são mais parecidos conosco do que realmente são. Simplesmente reconhecer que o efeito de falso consenso existe não é suficiente por si só. Se realmente queremos saber como nossos usuários responderão a um design e queremos projetar algo que eles irão adorar, precisamos ser mais sistemáticos.
E isso implica em tomar ações que garantam que baseamos nossas decisões de design no conhecimento genuíno de nossos usuários. Na maioria das vezes, isso significa testar nossos projetos em usuários reais.
Em resumo, usuários são humanos e precisam ser tratados com respeito. Lembre-se sempre:
- Eles não são números
- Eles não são tolos
- Eles não são crianças (a não ser que sejam realmente)
- Eles têm sentimentos
- Eles não devem ser enganados
Um bom exemplo é a experiência mobile. Hoje, apesar de termos a grande maioria dos acessos feitos por meio de um smartphone, a conversão é de longe, bem inferior se comparado ao que temos em um desktop. Como solucionar isso? Justamente através dos estudos que comentei anteriormente que são formas de entender o usuário e fazer com que o nosso produto converta.
Outro estudo da Forrester Research, mostra que empresas que investem em UX aumentam em três dígitos suas conversões e consideram o time de UX um dos mais importantes e estratégicos para o sucesso do negócio.
E por fim, somente com um time ativo que pense no seu usuário, você terá as receitas ideais para criar um produto ou serviço que atenda às necessidades do usuário, do negócio e que resulte em maior performance e conversão.
Como sempre digo para meus clientes: ‘Cuide da experiência dos seus usuários e com isso melhore engajamento e conversões’.
*Rodrigo Gouveia é formado em designer gráfico pela Escola Panamericana de Artes e graduado na área de Tecnologia da Informação. Acumula experiência de 18 anos com design gráfico, comunicação visual, publicidade, branding, marketing digital e experiência do usuário. Iniciou sua trajetória no digital em 2012 e há cinco anos está na direção de Experience Design na ACCT Global onde já encabeçou mais de 100 projetos nacionais e internacionais de gigantes do e-commerce.