Sabe o que a gente tem? Medo.
Com raras exceções, ok, mas somos medrosos. Optamos por caminhos sem grandes riscos e, consequentemente, sem grandes resultados. Temos medo do que o consumidor vai achar, subestimamos a interpretação dele e acabamos evitando as discussões entre a equipe.
Pode confessar: você nunca teve uma ideia e não a levou pra frente porque saberia que teria que comprar uma briga com a equipe toda? Chegou a hora de comprar essa briga.
E tem mais. Nossos clientes também têm medo! E a gente entra num clico de medos sem fim.
Estava numa viagem recentemente e me deparei com o seguinte anúncio:
Instantaneamente pensei em várias coisas.
• Quantas brigas rolaram pra esse anúncio ir para a rua?
• O redator sofreu muito para levar adiante uma negação?
• No processo, alguém subestimou a inteligência do público?
• No Brasil, a gente aprovaria isso?
“Essa negativa aí: não pode ser afirmativa?”
Juro que eu ouvi isso dentro da minha cabeça. Pense nesse anúncio na afirmativa. Perderia totalmente a graça. Essa soma da linguagem textual com a visual deixa a mensagem muito clara. Não há o que temer. A gente precisa ser menos chato. E também mais provocativo, sem dúvidas.
Vitor, sua coluna não é de Comunicação Interna? Sim! É que a campanha tinha uma sequência sarcástica que me fez pensar muito em nosso comportamento (como profissionais de comunicação) e nossos medos. Isso também se aplica ao público interno. Os medos são ainda maiores!
Um exemplo em CI:
https://www.youtube.com/watch?v=FA9EVqDDat8&feature=youtu.be
Um vídeo de treinamento totalmente fora da casinha. É disso que a gente precisa!
O que esses dois exemplos têm em comum?
Uma linguagem sem medos. Mais provocativa, mais a linguagem que a gente usa apenas entre os amigos. Todo mundo sabe, a audiência de qualquer mídia anda altíssima. Logo, mais que se diferenciar por formatos, a gente precisa se diferenciar na linguagem.
Vamos repensar tudo o que fazemos, como fazemos e por que fazemos?
Deixa o medo pra lá. Uma provocaçãozinha de vez em quando faz bem.