Coluna “Discutindo a relação…”

As vagas… ahhh essas vagas!

Josué coluna correto

Nas últimas duas semanas este blog postou um grande número de vagas abertas no mercado de comunicação do vale do Paraíba. Tem sido até surpreendente tal movimentação em função do cenário de alta retração na economia do país. Esse texto, entretanto, não quer discutir ou apontar os motivos por trás desse número grande de vagas ofertadas. Não! Esse texto quer comentar as reações às vagas ofertadas.

Vamos lá!

Uma das motivações para esse artigo foi este post no Facebook de minha ex aluna e ex orientanda Juliana de Oliveira:

“Ultimamente, vendo vagas abertas para a área de Comunicação, não sei se sou eu é quem está por fora ou se as agências e/ou empresas que ‘exageram’ na procura do candidato. Nos requisitos a gente vê cada exigência que eu fico tipo ‘ué?’.
Se é para estágio, tem que dominar quase todas as ferramentas de edição de imagem; tem que dominar as redes sociais; tem que dominar everything! [mas acabou de entrar tem que saber tudo isso?]
Se é para um emprego, tem que ter tido vasta experiência; ter atuado como social media; conhecer marketing, planejamento, redes sociais, e edições de imagem, excel, word, access [acabou de se formar, quer ter uma experiência e nem olham o currículo].
Quem está numa Pós, aprendendo tudo isso, mesmo sem ter trabalhado em áreas afins, é quase que eliminado? Mandar currículo é fácil: anexar e enviar. Mas cadê o retorno? Nem do tipo: ‘obrigado pelo interesse, deixaremos seu currículo aqui e se precisar entraremos em contato’. Muito menos um: ‘venha nos fazer uma visita; seja voluntária; obtenha prática’. Nem isso as empresas/RH fazem.”

Quero num primeiro momento dizer que divulgo quase 100% das vagas de estágio ou emprego que chegam até meu conhecimento sem fazer julgamento de qualquer ordem. Faço isso porque acredito que toda oferta de emprego ou oportunidade de estágio tenha que ser divulgada. Se boa ou ruim o tempo e a experiência de quem preencheu a vaga dirá. Quem nunca teve um emprego ruim que levante a mão. Eu tive. E mais de um. Mas aprendi neles. Aprendi principalmente o que não queria e não deveria fazer. Aprendizados não surgem apenas de boas experiências, mas também das que não são boas.

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Depois devo dizer que há muita vaga ofertada incorretamente. Sim, é verdade! Muitas vezes isso ocorre por desconhecimento (principalmente quando a vaga é ofertada por empresas que não são de comunicação). Há confusão de funções e atividades, marketing e propaganda/comunicação principalmente. Temos que entender que o mercado contratante tem pouca e em alguns casos nenhuma informação sobre tais atividades.

Quando a vaga é ofertada por uma agência ou empresa de comunicação considero o erro mais grave. Agências querem pessoas com múltiplas funções. Um dos erros mais frequentes é pedir um estagiário ou profissional de criação. Oras, a agência quer um diretor de arte ou um redator? Querer um super profissional que faça as duas coisas bem feito é incorrer num erro primário. Outro erro frequente é querer que a pessoa entenda de mídias sociais, criação(?), produção e edição de vídeos e marketing.

Outra falha comum tanto entre agências como entre empresas é exigir experiência quando se trata de estágio. Não existe estagiário experiente, certo? Estamos combinados? Estagiário irá para sua empresa para ganhar experiência e contribuir com alguns novos conhecimentos que por ventura traga das universidades que frequentam.Estágio foi feito para aprender e ganhar experiência e, como já escrevi outras vezes, de preferência deve haver um plano de estágio e profissionais seniores que trabalhem com os garotos e garotas. Um estagiário NÃO DEVE ser a área toda de comunicação de uma empresa!!!

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Acredito que um caminho para que agências e empresas acertem ao ofertar vagas com perfil bem definido é refletir com profundidade sobre quais necessidades e/ou demandas de comunicação precisam ser atendidas com a contratação de um estagiário ou profissional. Caso sejam muito amplas, o ideal é agrupar tarefas por afinidade e abrir mais de uma vaga. Caso exijam muito conhecimento e experiência, a opção deve ser por um profissional e não por um estagiário. Ou até mesmo contratar uma agência/empresa de comunicação (no caso específico de empresas que não sejam de comunicação).

Em todas as situações o que DEVE prevalecer é o bom senso e a honestidade. Contratar bem para resolver bem suas demandas de comunicação significa oferecer condições justas, adequadas e, sobretudo, atraentes. Bons profissionais e aprendizes são atraídos por desafios interessantes e uma combinação equlibrada de boa remuneração e bom ambiente de trabalho. Há muita oferta de mão de obra e muitos jovens talentosos e dedicados espalhados pelos bancos das nossas universidades (especificamente as do Vale do Paraíba). Uma boa oferta de vaga e uma seleção criteriosa podem lhe garantir uma ótima equipe.

Como há muitas atividades e funções novas em função principalmente do amplo desenvolvimento das plataformas digitais de comunicação, ainda vão ocorrer grandes e pequenas confusões na hora de definir e ofertar uma vaga. Portanto devemos ter também uma boa dose de paciência neste período.

E boa sorte tanto para contratantes quanto para contratados!

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