Tênis de mesa, jornalismo e mídias sociais
O Publicitando entrevista Kelly Nagaoka, jornalista e fundadora da Nagaoka Mídias Sociais. Ela chegou há pouco tempo ao Vale do Paraíba e já levou um Prêmio Lettering este ano. Confira:
1 – Você veio recentemente do mercado de São Paulo. Lá já atuava com redes sociais e web?
Mudei para Taubaté em janeiro de 2012 e minha atuação com redes sociais começou em 2011, após ter passado por muitos veículos do jornalismo tradicional, como jornais diário (repórter do São Paulo Shimbun) e semanal (repórter do Jornal Nippo-Brasil), revista mensal (editora-chefe das Revistas Zero e Vitta, da Editora Símbolo) e site (tradutora no site iG). Antes disso, aproveito para lembrar que tive também uma carreira de mesatenista, dos 13 aos 21 anos, período que defendi a seleção brasileira de tênis de mesa e viajei para mais de dez países, fazendo estágios de 3 meses no Japão e 2 meses na China. Meu torneio mais importante foi o Mundial Adulto, em Manchester, na Inglaterra, em 1997. Voltando ao jornalismo, destaco alguns acontecimentos marcantes na área: cobertura sozinha de dois eventos internacionais importantes, como a Universíade (Jogos Mundiais Universitários em Pequim – 2001), pelo iG, e Jogos Pan-Americanos (Rio – 2007), pelo Jornal Nippo-Brasil. Outros fatos marcantes dessa época foram a organização de dois livros: “Em Sintonia com a Vida” (Editora Zennex – 2009) e “Tênis de Mesa- Teoria e Prática” (Editora Phorte – 2006). O trabalho com redes sociais surgiu em 2010, ano em que trabalhei como editora-chefe de revista feminina. A dona foi a primeira a elogiar minha atuação no Facebook e me colocou para coordenar o primeiro projeto de redes sociais da editora. Com isso, meus colegas tiravam dúvidas comigo e enviavam cursos da área. Sem imaginar que isso poderia virar uma paixão profissional, após deixar a editora e trabalhar em uma empresa de segurança pública, tentei vender ao diretor as redes sociais logo que cheguei. No final, ele topou o blog. Então, a vontade de largar tudo para trabalhar com mídias sociais surgiu quando recebi o convite para um freela sobre redes sociais. Eu tinha acabado de entrar na empresa de segurança pública e lá senti que, caso fosse impedida de fazer o freela de redes sociais, eu deixaria a empresa.
O início foi desafiador. A primeira cliente a acreditar no trabalho remunerado de redes sociais foi a estilista Sandra Huang, indicação de Joana Okoshi, autora do livro que organizei (“Em Sintonia com a Vida”). E lá que tudo começou. Conquistamos os seguintes clientes, desde julho de 2011:
São Paulo: Ateliê Sandra Huang, Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador no Exterior, Lascivité, Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social, Yamato Music, Rádio Banzai e Lely Origamis.
Mogi das Cruzes: Iris Massas Rotisserie e Restaurante Terracota.
Vale do Paraíba: Restaurante Fazendinha, programa Varejo & Cia, Lineu Bravo Luthier, Festival Curta no Celular, Asato Tênis, Reuti Filmes, Edson Fujita – Coaching e Consultoria, Shibata Supermercados e Shibata Casa & Presentes.
Nessa trajetória, tenho o privilégio de contar com a experiência na área comercial e apoio de meu marido, Fernando Mori Miyazawa, que sempre me inspirou a empreender, e resolveu investir na Nagaoka Mídias Sociais também. Além de professor e Biólogo pela USP, ele faz pós-graduação de Administração de Empresas na FGV.
2 – Sua formação é de jornalista. Como você vê a atuação dos jornalistas nas mídias sociais?
Fiz Jornalismo na Universidade Metodista e tenho pós-graduação em Marketing e Comunicação Publicitária na Cásper Líbero. Os jornalistas nas mídias sociais lidam com uma das principais essências dessa área: conteúdo. Porém, o conteúdo é uma das estratégias, entre as diversas, que fazem parte de um bom trabalho nas mídias sociais, e englobam, além do profissional de Jornalismo, as áreas de Publicidade, Marketing, Relações Públicas, Tecnologia da Informação, entre outras.
3 – Teve dificuldades para atuar numa área mais mercadológica?
São inúmeros desafios nessa área mercadológica. É preciso sair da zona de conforto o tempo inteiro. Alguns cursos foram ótimos nesse sentido e indico: Dale Carnegie Training e Arita Treinamentos.
Quando chegamos a Taubaté, realmente estava bem perdida, pois conhecia uma pessoa do tênis de mesa! Já tinha clientes em São Paulo e Mogi das Cruzes e queria muito também o primeiro cliente da nova cidade que escolhi viver. O que me ajudou demais foi frequentar o Sebrae de Taubaté, com cursos, palestras e eventos, e que me orientou em diversos aspectos para melhorar nossa empresa na entrada do mercado no Vale do Paraíba.
Então, após alguns meses, conseguimos nosso primeiro cliente de Taubaté, o tradicional restaurante Fazendinha. O projeto de blog e Facebook, que durou cerca de seis meses, foi muito importante para fechar novos clientes na cidade, como grupo Shibata, Lineu Bravo Luthier, Festival Curta no Celular, Reuti Filmes e programa Varejo & Cia.
4 – Sua empresa venceu uma categoria do Prêmio Lettering esse ano. Conte-nos um pouco do “case” vencedor.
Lineu Bravo Luthier na Internet venceu na categoria site institucional. Com grande surpresa e emoção, recebemos o troféu no Prêmio Lettering 2013. Ficamos contentes que fomos avaliados por um júri renomado, formado por Heinar Maracy (diretor da Digisa), Lígia Dutra (fundadora da Lupa-Lupa) e Indio Brasileiro (sócio-diretor da FirstCom Comunicação), nos seguintes critérios: âmbito, design, conteúdo, navegabilidade e interatividade.
Lineu Bravo, luthier conhecido nacionalmente por construir violões, iniciou o trabalho de site (www.lineubravo.com.br), blog (www.lineubravo.com.br/ blog), Facebook (facebook.com/LineuBravoLuthier) e YouTube (http://www.youtube.com/user/lineubravoluthier), em agosto de 2012. Priorizamos no site tudo o que poderia destacar e integrar as redes sociais, com os botões sociais de Facebook, Twitter, Google+, Pinterest, entre outros, nas páginas, e na homepage os símbolos que linkam com Facebook e YouTube.
O trabalho com Lineu Bravo, que tem diversos clientes famosos, como Chico Buarque, Ana Carolina, Yamandu Costa e João Bosco, é bem peculiar, pois a cada post no Facebook ou matéria no blog o reconhecimento dos fãs é enorme. Percebemos que a arte do luthier se valorizou ainda mais com a sua aposta nas mídias sociais.
5 – Você pretende manter o foco em mídias sociais ou tem ideia de diversificar a atuação de sua empresa?
A ideia é ter um serviço diferenciado em social media. O site, sempre ao lado do blog, integra uma das estratégias das redes sociais. Vencer na categoria site institucional foi um impulso para continuarmos confiantes em nosso trabalho de mídias sociais no Vale do Paraíba.
6 – Como tem sido empreender no mercado do Vale do Paraíba?
Empreender no mercado do Vale do Paraíba tem sido um desafio diário e uma grande alegria ao lado do meu marido, Fernando, que sempre me motivou a empreender, desde a época que trabalhava como editora-chefe. O mercado das mídias sociais é novo. Por isso, é comum ainda ver empresas apostarem no perfil pessoal no Facebook, ao invés da fan page, sendo que o mais valioso é que na página profissional você terá o recurso de informações dos fãs, como idade, cidade, gênero, país, publicações com maior alcance, origem do curtir, entre outros indicadores.
Acredito que sou muito privilegiada. Afinal, descobrir o que realmente te apaixona profissionalmente é algo muito especial. Curiosamente, minhas maiores dificuldades são dedicar mais tempo à atividade física e vida pessoal, pois é muito fácil ficar o dia inteiro trabalhando.
A sensação que tenho no dia a dia é que o tempo passa rápido demais. Preciso correr contra o tempo dos anos que não estava presente no mundo das mídias sociais. Quero participar de todos os eventos, cursos e palestras, quero comprar todos os livros, ler todas as matérias nas revistas e sites. Enfim, é uma arte querer me atualizar diariamente sobre o assunto, selecionar quais eventos devo investir, quais livro compro, porque haja dinheiro e tempo para tudo isso. rs
Pingback: Entrevista de Kelly Nagaoka para Josué Brasil, do Publicitando | Nagaoka Mídias Sociais
É muito importante divulgar atividades como Mídias Sociais, que tanto impulsionam a divulgação do nosso trabalho. Parabéns pela entrevista.
Muito obrigado, Edson!