Não exportamos só pra sampa
Entrevistamos hoje o Alan Santiago. O Alan foi meu aluno. Ele leu a série “Os Exportados” e fez contato comigo falando de sua experiência no exterior e de como isso poderia de alguma forma contribuir para os leitores do Publicitando.
Fizemos um bate bola com ele. Leia na sequência:
1 – Fale um pouco de sua trajetória inicial.
Logo no segundo ano de UNITAU comecei como estagiário de criação na Publicarte em Taubaté. Fui criado pelos premiados diretores de arte Henrique Barros e Pedro Henrique Simões, hoje em dia sócios da agência Esgrima em São Paulo, na qual cheguei até a trabalhar por um tempo em 2011.Mas como sempre fui muito interessado em comunicação digital, me mudei para a Phocus Interact de SJC, onde trabalhei por 1 ano e meio. Um job interessante foi o material multimídia para um site do Corinthians.
2 – Como surgiu a oportunidade de ir para o exterior?
Eu estava morando em Buenos Aires, trabalhando com meus freelas do Brasil e estudando espanhol. Um belo dia, minha amiga Cristina Ludwig, uma grande brand designer de São José dos Campos, comentou que a agência que trabalhava na Africa do Sul, Cape town, a Pier2Pier, estava procurando um webdesigner. O processo foi interessante pois fiz um job teste, um design conceito para um cliente de mercado de luxo deles, a UMAN Italian Suits.
Por uma manobra do destino, esse cliente tem tudo a ver com meu TCC sobre mercado de luxo no segmento de aviação executiva da Embraer.
3 – Como foi atuar em outro país? Fale um pouco das diferenças em relação ao que você já tinha vivenciado aqui no Brasil.
Foi uma experiência grandiosa viver na África do sul. Viver lá me despertou um espirito DIY (do it yourself – faça você mesmo) e o entendimento do valor de uma boa a idéia. Você lida com briefings muito desafiadores, algumas vezes verbas curtas que almejam grandes resultados e lida com pessoas que pensam muito diferente de você.
Trabalhando aprendi que o que faz um designer ser assertivo é a sua curiosidade e capacidade de processar referências. Acredito que o mais interessante dessa estadia Africana foram as diferenças culturais e o que isso me agregou como criativo. Outro ponto que me impressionou foi a lida que o país tem na questão racial. Tudo tem que ser delicadamente redigido, além do fato de ter 11 idiomas oficiais.
4 – Você atuou no mercado digital. Qual é o estágio de desenvolvimento da comunicação digital na África do Sul?
O mercado digital está super aquecido. São varias empresas locais empreendendo em webservices. Baladas, bares e restaurantes que divulgam exclusivamente em redes sociais. Cape Town abriga algumas startups de web, como a Woothemes, Port2Port, Join Weaver e GustPay.
Por outro lado, empresas super tradicionais como as vinícolas, estão começando a desenvolver suas plataformas e até a exportar vinho via web. Outro fato bacana é que nesse ano, Cape Town é a capital mundial do design, então o mundo todo está de olho no trabalho das agências e criativos de lá.
Quem quiser conhecer e entender mais do trabalho do Alan dá uma olhada no portfólio dele: www.alansantiago.com, ou manda um email para ele no info@alansantiago.com.