Na superfície vemos o que todo mundo vê
O mercado de bens de consumo, marcas e serviços tornou-se extremamente competitivo nos últimos anos. Isso não é novidade nem segredo. Muitos brasileiro foram adicionados ao cenário de consumo recentemente. E isso também já está desbotando, perdendo as cores de surpresa ou fato novo.
Num cenário como o atual, no mundo da comunicação, planejar e criar/adequar estratégias é de suma importância. Pipocam por todos os lados cursos de planejamento de mídia digital, planejamento de comunicação em redes sociais, planejamento de comunicação, de eventos etc. E as agências de propaganda ou de comunicação tentam aprimorar suas áreas de planejamento e estratégia. Mas, muitas vezes, não é fácil encontrar um profissional realmente lapidado para planejamento.
A formação escolar brasileira parece que deixou de lado o ensino do raciocínio, da análise, da interpretação. As escolas de ensino médio valorizam o vestibular e entopem os alunos de conteúdo. Sobra pouco ou quase nada para explorar e trabalhar a capacidade de análise. Isso traz sérias dificuldades para o aluno no curso superior. Sinto essa dificuldade nas salas de aula quando vou trabalhar planejamento de mídia.
Há uma certa preguiça em pensar, analisar, compreender e pesquisar. Todo mundo quer fazer. Quer ir para a prática, para a ação. Nem sempre dá certo. Quase nunca!
Planejar é entender! Estratégia é, antes de tudo, ter uma clara visão do cenário para então encontrar um caminho. Para tanto, olhar as coisas apenas superficialmente não basta. Costumo brincar que ver o mar visto da areia é algo prazeiroso, mas como eu gostaria de saber mergulhar (de verdade, com equipamento e tudo. Mas os cursos são meio caros…) para descobrir o que está abaixo da linha da água. Com certeza é um outro mundo. Mas é o mar… do mesmo modo. Apenas vamos conhecê-lo melhor e de maneira mais, desculpem o trocadilho, profunda.
Outra coisa: planejar comunicação é planejar comunicação. Não importa se é digital, em redes sociais, em ações diferenciadas etc. Uma das coisas mais importantes em planejamento é encontrar uma metodologia, um método. E aí não há um único modo correto. Há várias e boas possibilidades. O mesmo ocorre com o roteiro de planejamento. Cada um usa aquele a que melhor se adapta. O roteiro não é receita. É um guia para estruturar e organizar o pensamento. Você pode e vai encontrar muitos roteiros diferentes. Mas todos eles só lhe ajudam a pensar!
Voltando ao mergulho, costumo dizer que, independente do método ou do roteiro, para planejar bem devemos pensar em três etapas:
1 – Pesquisar, conhecer, buscar, entrar no universo da marca/produto/serviço. Buscar informações (elas nunca estiveram tão disponíveis). Tentar compreender todas as possibilidades. É a fase da curiosidade, do querer aprender e entender as coisas. É a hora de mergulhar! É a hora de não ficar satisfeito apenas com a superfície;
2 – Depois de mergulhar e compreender o cenário, vem a etapa de encontrar uma resposta ao problema de comunicação. Hora de achar a saída! É a hora da proposição. Não adianta só pesquisar e entender. É preciso propor;
3 – Achou a proposição, a resposta? Agora é o momento de dizer como tornar real esse caminho. Hora de pensar nas ações estratégicas. De modo detalhado, amarrado à proposta, mostre como cada uma das ações fará o consumidor entender, sentir e incorporar a proposta do que é anunciado.
Esse é, claro, o meu modo de ver planejamento. Há muitos outros. Possivelmente até melhores. Mas assim eu consigo fazer. O importante é achar seu modo e por as coisas em movimento. Mas, insisto, mergulhe!!! Não fique satisfeito com a superfície. Ache um caminho novo, original, impactante e criativo para seus clientes vendo aquilo que poucas pessoas conseguem ver.
Bons mergulhos!