Coluna Propaganda&Arte

Os números da campanha podem enganar você e ninguém fala disso

Sempre que vejo discussões sobre campanhas on-line e off-line, fico de olho. Algumas pessoas defendem 100% as novas mídias e outras ainda confiam muito nas tradicionais (TV, Rádio etc.). No meio dessa bagunça de opiniões/resultados, onde você se enquadra? Talvez os números estejam enganando você e ninguém parece querer tocar nesse ponto.

Falsos indicadores

Há pouco tempo atrás (e para algumas pessoas ainda é uma realidade), o sucesso das redes sociais e campanhas on-line só podia ser medido em números e quantidades. Mais curtidas, milhões de seguidores, centenas de compartilhamentos, recorde de leads, mais impressões e por aí vai.

Essa fissura por números astronômicos tem se mostrado ineficiente em longo prazo e está fazendo as próprias empresas e agências reverem seus indicadores relevantes, os KPIs e metas. Afinal, já perceberam que conseguir mais curtidas no post não vende produto, fazer viralizar algum meme não garante fidelidade de marca ou investir em Google Search não é certeza de ficar em 1º lugar nas buscas.

Além do mal-uso dos dados, problemas técnicos nas plataformas e nos resultados dos dashboards podem levar as agências e clientes a terem uma falsa compreensão da realidade. Muitas vezes, até as agências podem fazer (sem querer ou por má-fé) uma divulgação parcial dos números de uma campanha para se chegar a conclusões precipitadas ou até equivocadas. Isso é compreensível, as regras e algoritmos mudam toda hora! Mas isso não é tudo culpa deles, tem culpa nossa no meio.

Na era da internet, todos querem números e respostas imediatas

Números ok, você consegue. Respostas? Nem tanto. Por não saber exatamente o que se passa na cabeça do consumidor, você apenas sabe que ele curtiu, compartilhou, visualizou, converteu, se interessou (no máximo). Daí o trabalho segue para compreender mais esse cara e seus anseios reais.

Não adianta, por mais que você tenha alguns resultados eles não podem gerar interpretações consequentes apenas no achismo. “Esse post teve mais visualização, por causa disso”. Você só sabe que ele teve mais visualizações que outras peças e só.

Falsos usuários

Para deixar esse cenário digital ainda mais caótico (o que muitas agências preferem dizer que é perfeito), ainda temos milhares de perfis e programas sendo usados para criar perfis falsos, vender likes, criar falsos engajamentos e até falsos influenciadores. Isso mesmo.

Já existem pessoas que criam “falsos influenciadores” para conseguir enganar grandes marcas

O Facebook está tentando ao máximo acabar com os robôs, o Instagram está tentando ganhar mais controle de seus usuários, tirando funções e colocando novas. Outros canais como Youtube têm feito mudanças ainda mais duras, forçando usuários e canais a produzirem como loucos, tudo para entregar algo mais relevante e gerar mais interações na sua plataforma. No final, já não sabemos exatamente para onde correr.

Quem disser que sabe de tudo da internet é desinformado ou mal-intencionado

Nos últimos meses, o Instagram mostrou 15 vezes mais interações que outras redes sociais, mas não basta seguir as tendências. Temos que ver o público do cliente. Se ele não está nessa nova onda, esquece. Você vai falar com pessoas que não são seu público. Não dá para vender aquele pack de plataformas pra todos os clientes. Pode funcionar, mas você não vai nem saber o motivo.

Pare de “andar na moda”, fazer o que todos fazem. Comece a olhar pro seu cliente com carinho

Não quero deixar você com uma impressão negativa do mundo on-line. Acredito que é possível sim criar uma relação de confiança com o cliente, mas é preciso abrir o jogo, mostrar que não existem verdades absolutas, mas sim tendências, experiências e testes. Rever seus objetivos e metas ajuda. Busque ser um consultor do cliente para ele buscar as perguntas certas.

Alguns indicativos relevantes para seu cliente podem ser caminhos para se chegar a algo e não o próprio algo, entende? Senão, você vai alcançar seus objetivos digitais e não vai ajudar o cliente mesmo assim. No final, é vendas, fidelidade e lembrança de marca que vão realmente fazer a diferença nas contas de quem paga a sua conta (agência). Vamos ser profissionais mais sinceros e não nos contentar com os primeiros números e as primeiras respostas? Vamos mergulhar nessa loucura do mundo digital com vontade de aprender e acertar muito além dos números? Posso contar com você?

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