Praticidade e dinamismo garantem vida longa e relevância ao rádio em meio à revolução digital
Crescimento no consumo de ‘podcasts’, arquivos de áudio disponíveis na internet e que abordam temas diversos, prova que a mídia está longe do fim.
Poucas mídias são tão dinâmicas e práticas quanto o rádio. Quem vê toda a euforia com que o veículo é tratado hoje em dia nem imagina que um dia chegou a ser condenado à extinção, quando a televisão surgiu, no início do século XX. Com o passar dos anos, o rádio se reinventou e hoje desponta como um dos canais mais promissores do século. E foi justamente a chegada da internet que permitiu essa grande virada: a rede mundial facilitou o acesso a gravações de entrevistas, análises e até mesmo programas de entretenimento. Tudo isso impulsionado pelos populares ‘podcasts’.
O recurso ainda está em fase de consolidação, mas já é visto como um dos responsáveis pela revitalização da plataforma. Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Podcasters (Abpod) com duas mil pessoas que estão regularmente conectadas À internet, 32% nunca ouviram falar de podcast. Por outro lado, 40% do público já acompanhou ao menos um programa desse tipo. A variedade de conteúdo impressiona: mais de três mil projetos foram produzidos em 2018, em todo o território nacional. Os maiores consumidores são os paulistas, que correspondem a 37% do total. São Paulo também é o lar de 80% dos apresentadores que comandam os cinquenta programas campeões de audiência.
Surfando na onda
O investimento em dinamismo e entretenimento passou a ser essencial para manter a audiência. Programas exibidos nas grades tradicionais das rádios mudaram para se beneficiar da nova onda. É o caso do ‘Esquenta’, exibido diariamente na Rádio 89 FM, o programa conquistou um público cativo e hoje assumiu a liderança de audiência no horário, segundo o IBOPE. O conteúdo tem como base pautas modernas e a presença de formadores de opinião para cativar o público durante o horário de apresentação. Exibido ao vivo, a partir das 22h, o programa é conduzido por Fitinha, Marcele Becker, Wendell e Bia Sato. Além dos temas diferenciados, a interatividade com o público é uma das marcas do Esquenta.
As mudanças na grade de programação também ajudam a promover novas bandas nacionais. Tudo isso porque uma das estratégias foi o desenvolvimento de programas com foco no ouvinte. Como resultado, a rádio ocupa a liderança na audiência da Grande São Paulo, de segunda a domingo, das 5h à meia noite, tanto nos rádios dos carros como também durante o trajeto dos ouvintes nos horários de pico, segundo dados do Ibope. No ranking geral, o programa é líder de audiência, em toda a Grande São Paulo, oferecendo muito rock n’roll e relacionamento com o público.
Mercado americano
Nos Estados Unidos, os podcasts fazem parte da rotina mensal de 26% da população. A abrangência ajudou a conquistar dinheiro e promoveu adaptações para a televisão e outras mídias. Consultores especializados estimam investimentos de quase US$ 700 milhões nesse tipo de mídia, neste ano, em todo o país.
Fonte: Valle da Mídia