Coluna {De dentro pra fora}

Tráfego de informações: a dor de cabeça do momento

Vitor coluna

Sim, o mundo anda cada vez mais rápido. As conexões e as relações. Tudo é importante. E todos querem interação. O meio corporativo segue o mesmo ritmo.

Agora, imagine-se no departamento de comunicação de uma empresa. Todas as áreas-clientes solicitando campanhas, as mensagens institucionais importantes, o alinhamento estratégico, seus objetivos como área de comunicação. Quanta coisa! Como definir o que realmente é importante para o momento da empresa? Como identificar o que tem mais relevância?

Exatamente aqui entram as mensagens-chave, nossas queridinhas. As mensagens-chave devem ser o norte. Eu aprendi o que eram e como usá-las com a Vivi Mansi, o Bruno Carramenha e a Thati Cappellano. Depois disso, nunca mais as abandonei. Talvez eu tenha dado uma adaptada no processo todo, mas vou falar um pouquinho sobre como elas podem orientar os esforços de comunicação.

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Como criá-las?
Particularmente, apesar de não ter uma fórmula mágica, eu gosto de considerar 3 aspectos:
– O objetivo estratégico da empresa.
– O comportamento (valores e missão).
– O contexto (como está no mercado x como é o mercado).

Eu gosto de resumir cada um desses aspectos em uma palavra, pra facilitar. Um exemplo:

tabela VitorEm resumo, você precisa considerar o objetivo da empresa, sua cultura e o mercado. Feito! Suas mensagens foram definidas. Agora, em todas as demandas que aparecerem, puxe sua tabelinha e reflita: essa demanda está coerente às mensagens-chave? Qual é a sua relevância nesse cenário?

Isso, inclusive, ajuda a identificar qual deve ser o seu esforço de comunicação. Uma campanha pontual? Uma sustentação mais forte? Uma matéria na revista? Tudo depende do impacto dessa informação para o momento da empresa.

Use-as em todo processo de comunicação
As mensagens-chave também podem ser incorporadas em todas as comunicações que são necessárias. Ou seja, vai ter uma SIPAT? Tente relacioná-la às mensagens-chave. Assim, você está fortalecendo uma comunicação estratégica e alinhada aos negócios.

Você pode usar essa técnica para a empresa como um todo, para uma área específica, para um evento/campanha. E você também pode estratificar essas mensagens conforme o público. Por exemplo, para a liderança você tem algumas, para os funcionários em geral você tem outras.

Vale a pena fazer esse exercício! Ele ajuda a defender a diferente importância dos temas para diretores e áreas, por exemplo. Além de ajudar você a ter uma comunicação estratégica.

Coluna {De dentro pra fora}

O outro lado da moeda (ou um roqueiro num show de axé)

Vitor coluna

Depois de storytelling e conteúdo, a nova palavra do momento é engajamento. Em digital, a gente ouve muito sobre público engajado. Em Comunicação Interna não é diferente. Toda empresa quer ver seus empregados engajados. Vestindo a camisa, pra sermos mais leves e próximos. Pode vasculhar os briefings dos últimos tempos. Sem dúvida, engajamento vai estar entre os objetivos. Como se fosse assim: bum! Despertamos o engajamento. Não vou me aprofundar em definições de engajamento, mas partimos do princípio de que todos sabem que engajamento não é um botãozinho que será acionado e mudará tudo na mente do empregado. Muito menos que apenas comunicação será capaz de gerar engajamento.

Entendido isso, começa a batalha de RH e comunicação para o tão desejado engajamento. É pesquisa, é imersão, é alinhamento estratégico, é desenvolvimento de pessoas, é retenção de talentos, é clima organizacional. Movemos tudo para conseguir um nível de engajamento melhor. É pra funcionar, mas tem um fator muito importante nisso tudo. É o que eu chamo de o outro lado da moeda: o empregado.

Não dá pra engajar um roqueiro num show de axé. Ele pode até ir pra micareta em pleno Carnaval. Talvez como uma prova de amor! Porém, não dá pra sustentar isso por muito tempo. Ele vai, vive aquele momento e depois volta pro bom e velho rock. Vai ver o som que toca no carro dele!

Deixando essa comparação clara: o empregado precisa ter a mesma visão da empresa. Os valores precisam ser, pelo menos, parecidos. Se a empresa pensa de um jeito e o funcionário totalmente de outro, será quase impossível um engajamento verdadeiro. Ele poderá se envolver em um ou outro momento, mas não será algo constante. E inconstância afeta muita coisa no dia a dia profissional.

Resumindo: vai procurar um emprego ou contratar alguém? Cruze a cultura, a missão, a visão, os valores da empresa com os do candidato. Eles precisam ser coerentes. Os dois precisam ter uma visão de mundo parecida e um jeito de agir semelhante. E não me venha com essa história de que os opostos se atraem, rs. Não estou dizendo que a empresa não terá pessoas diferentes, de pensamentos distintos e plurais. Mas os pilares culturais precisam ser semelhantes para essa relação funcionar melhor.

Quando as empresas considerarem isso, o engajamento será quase natural. Quando você trabalha numa empresa em que você acredita e faz o que acredita, o envolvimento é espontâneo.

O engajamento nasce nos interesses comuns, quando o empregado acredita na empresa e quer fazer parte do que ela está fazendo no mundo. Dificilmente ele será despertado em uma campanha. É um processo que começa lá na seleção do candidato. Se queremos engajamento, precisamos dos empregados certos.