Quem é e como conquistar o novo consumidor?

Por Flavia Mardegan*

Que o mundo vem mudando, que as pessoas estão mudando e que as relações de consumo também mudaram, não é novidade para ninguém. Por isso, é fundamental acompanhar essas transformações e se adaptar à essa nova realidade.

Para conseguir crescer nesse novo cenário é importante conhecer os personagens e como eles podem determinar o sucesso do seu negócio, afinal, hoje as empresas estão enfrentando vários desafios para vender seus produtos e serviços porque, além das mudanças no mercado, elas também precisam oferecer, junto com seus produtos ou serviços, uma experiência capaz de conquistar e fidelizar o novo consumidor.

Assim, existem duas questões importantes que precisam ser respondidas antes de oferecer algo para ele. A primeira é: Como é esse consumidor e o que é preciso fazer para atendê-lo?

Hoje, os consumidores mudaram seus valores e sua forma de comprar e estão mais conscientes da necessidade real de se comprar algo. A pandemia trouxe reflexões sobre como investir melhor o dinheiro e a oportunidade de as pessoas ficarem em casa e observarem o quanto elas realmente precisam de algo. O que era luxo mudou. Antes, o desejo era comprar uma bolsa famosa, hoje, pode ser passar mais tempo com a família, e isso trouxe muito mais consciência na hora da pessoa fazer as suas compras. Tudo isso aliado à preocupação com o meio ambiente e às questões de sustentabilidade, questões fundamentais principalmente para as gerações z e alpha, ou seja, clientes entre 15 a 30 anos.

Hoje o novo cliente está muito mais informado do que no passado, afinal, antes os vendedores e empresas eram, na maioria das vezes, a única fonte de informação sobre determinado produto, mas hoje o consumidor pode acessar várias informações, de onde estiver e a qualquer minuto.

Outra característica do novo consumidor é que ele está muito mais emocional que antes. Ele quer marcas coerentes com seu discurso e está mais sensível à tudo, exigente com a qualidade e com a conveniência de comprar em determinada empresa.

O fato das pessoas estarem socialmente conectadas fazem elas interagir, pesquisar e observar os produtos que os outros estão comprando e usando, assim como o comportamento das marcas nas redes sociais e quais bandeiras que elas levantam. Desta forma, é importante para o consumidor se associar à marcas e empresas que não agridem o grupo ao qual ele pertence.

Um ponto importante é a Era da Economia Emocional que estamos vivendo, os clientes querem se relacionar e participar da construção dos produtos junto com as empresas. Querem se sentir ouvidos e se ver nas marcas. Querem se sentir únicos, sentir que fazem parte e pertencem ao processo. Hoje as empresas e vendedores precisam desenvolver a habilidade de tocar o coração das pessoas.

Após saber como esse consumidor pensa e age conseguimos responder à segunda questão: Como é possível fidelizá-lo?

É aqui que está a grande mudança de chave. As empresas precisam oferecer relacionamento aos seus clientes, além de produtos de qualidade e oportunidade de bons negócios. Afinal, os consumidores estão mais sensíveis ao preço e querem algo mais, algo capaz de surpreendê-los.

Para concluir, é essencial que a marca ou empresa levante as bandeiras que seus clientes levantam e que compartilhem seus valores, para que eles consigam ter a sensação de pertencimento, tão importante nesse momento onde as pessoas estão cada vez mais desconectadas entre si.

*Flávia Mardegan é formada em Design de Interiores, Administração de Empresas e concluiu o Mestrado em Gestão Humana e Social. Possui mais de 27 anos de experiência no setor comercial de decoração, construção e arquitetura. Sua principal expertise é aumentar os resultados das empresas, por meio de programas de desenvolvimento de equipes comerciais e de atendimento ao cliente.

Ministra treinamentos e palestras em congressos e feiras, tem artigos publicados em Congressos e Revistas e é coautora do livro “Seja (im)perfeito: Assuma o poder de construir seu futuro e tenha resultados em todas as áreas da vida” e autora de “Aprendizagem nos locais de trabalho: Como os consultores e ministra treinamentos e palestras”.

Foco no cliente: requisito básico para marcas de sucesso

Por Tatiana Lacaz*

O Marketing 3.0 dá ênfase ao cliente como um todo, pois compreende as suas necessidades espirituais, materiais e emocionais, ou seja, ter um produto funcional não é suficiente para atender as dores e os anseios do público.

As marcas começam a pensar em valores pessoais, percebem que o cliente busca por experiências reais e marcantes, tornando-se, assim, um coautor e não apenas um mero consumista.

Se antes isso já era imprescindível, com as mudanças de mercado e de comportamento do consumidor a missão de focar no cliente e entender, de fato, o que ele sente, tornou-se uma tarefa hercúlea e diária. Por isso, as marcas precisam deixar cada vez mais claro o seu posicionamento, missão, visão e valores para conquistar a lealdade e o coração de cada cliente.

A capacidade de se adaptar a essas mudanças é um diferencial competitivo que realmente faz a diferença, pois vivemos a realidade do mundo BANI: Brittle, Anxious, Non-linear, Incomprehensible, em português: frágil, ansioso, não linear e incompreensível.

No meio dessas intempéries, é fundamental continuar buscando meios de causar o efeito ‘’UAU’’ evidenciado por Philip Kotler para causar uma experiência única, surpreendendo, desse modo, o público de uma forma jamais vista.

Quando o cliente é surpreendido, ele passa a defender a marca, tornando-se um advogado e defensor daquilo que consome, deixando de considerar outras marcas na hora do seu processo de compra.

As estratégias de Marketing e Comunicação atuam juntas nesse processo que exige pesquisas diárias por meio de ferramentas e teorias já fundamentadas por estudiosos da área. Os avanços na ciência comportamental e no Neuromarketing nos auxiliam a compreender a jornada de compra do consumidor, bem como a funcionalidade da mente humana em relação às emoções e aos sentimentos de cada um.

Portanto, conclui-se que o foco no cliente é um requisito básico, como já bem disse Simon Sinek: “Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios.” O Marketing não “empurra” o produto para o público, pelo contrário, ele tem o dever de entendê-lo completamente a ponto de entregar além do que ele espera.

*Tatiana Lacaz é publicitária e Analista de Marketing Júnior no Santuário Nacional de Aparecida

Coluna Propaganda&Arte

It’s all about the money? (Nem tudo, my friend)

Oh, as redes sociais! Nós vivemos em um sistema onde as marcas possuem dinheiro, onde a publicidade pode ser cara ou barata e onde os influenciadores recebem uma grana para falar do seu produto (ou fazem de graça!). Um ecossistema novo e imerso no capital. Difícil pensar algo sem ele, porém, podemos melhorar as relações (e muito!) quando falamos desse tema.

Você também está diretamente ligado a isso, comprando, trabalhando, vendendo e, muitas vezes, valorizando ou não o trabalho alheio. Essa relação com o dinheiro ainda é um pouco complexa quando falamos de marcas se posicionando no digital. Você ainda acha que tudo é sobre dinheiro? (It’s all about the money?) Então, saca só esse debate a seguir!

Influenciadores influenciando (para o bem ou mau?)

Tudo começa com um perfil despretensioso na rede social do momento. De repente, bate a casa do milhão de seguidores. Normalmente, as marcas vão procurar o superstar em questão para tentar espaço publicitário na rede social que está bombando.

Sem muito profissionalismo, o influencer aceita tudo, faz todo tipo de publicidade, se vende por completo e, com ele, seus valores pessoais e conexões com seguidores. De um dia para o outro, ele perde toda credibilidade. Quem pagar mais terá seu apoio. Os seguidores que não são bobos percebem tal mudança de postura, de originalidade no conteúdo, já não olham com os mesmo olhos. Sacou?

Essa história hipotética que contei pode resumir basicamente os últimos 10 anos de trabalhos de marcas e influenciadores no meio digital. Sem planejamento, sem olhar claro de valores e conexões entre marcas e pessoas (influenciadores de grande repercussão no digital). Isso se explica por uma falta de compreensão de seu papel, tanto da marca como do influenciador digital. Assim, todo mundo sai perdendo, mesmo que a pessoa envolvida receba uma grana alta. No final, você vai entender que não é só sobre dinheiro, calma aí.

Marcas buscando seus propósitos, isso parece promissor!

Com a evolução do Marketing, como diria Kotler, agora estamos em uma nova Era. Um Marketing 4.0 onde o que importa não é mais o produto, seus benefícios e diferenciais técnicos, até econômicos. Se os valores e princípios éticos da marca não baterem com o do público-alvo, ninguém vai comprar. Assim diz a teoria. E na prática? Será que estamos comprando conforme nossos valores pessoais e propósitos da marca? Sempre?

Da mesma forma que as marcas estão procurando e definindo seus propósitos, abraçando causas e mudando a forma de se posicionar no mercado, as pessoas também estão. Nessa hora, lembramos daquele influencer do início do texto, que acabou se vendendo e topando fazer qualquer tipo de inserção publicitária em um espaço que antes era todo seu, pessoal, personalizado e autêntico.

Talvez agora, ele, em conjunto com empresas e marcas mais conscientes, façam uma análise mais criteriosa para saber se uma parceria seria interessante para todas as partes envolvidas: marca, influenciador e público, sendo este último o mais importante. Pois não vai adiantar anunciar em parceria com alguém famoso se seus seguidores não consomem o produto ou nem têm interesse em tal.

O que também não justifica os valores estratosféricos para esse tipo de parceria, o que acaba gerando uma inflação no mercado digital, mexendo com egos, confundindo o que é trabalho oportuno com oportunista.

Troque valores por Valores

Já temos muitos exemplos de marcas que não souberam se posicionar no digital. Ou de influenciadores que se contradisseram ao anunciar um produto contrário aos seus valores iniciais.

Image by Gerd Altmann from Pixabay

O público sabe muito bem ler as entrelinhas, sabe interpretar e sente na pele quando algo é forçado. Marca nenhuma vai passar batida se não tiver feeling para entender o influencer e quem segue ele. Qual o perfil, quais anseios e interesses reais dos seguidores?

Antes de ter estas respostas, não adianta fazer parceria com o cara ou a mina mais famosa da internet. Precisamos pensar cada vez menos em valores (dinheiro) e mais em Valores (princípios e propósitos), pois é isso que vai gerar conexões reais no final do dia e, se tudo estiver alinhado, concretizar em interesse de compra e vendas.

É melhor investir pouco e certo do que, muito e errado, pois se você colocar a sua marca em uma cilada, fazendo parcerias com influencers polêmicos, poderá gastar ainda mais grana para mudar a imagem da empresa (e pode nem conseguir).

Acredite, no final, pode até ser tudo sobre dinheiro, mas ele não é tudo.

Marketing de Gentilezas, uma estratégia virtual focada nas pessoas

13 de novembro – Dia Mundial das Gentilezas

Muito se engana quem insiste na ideia de que a internet é um ambiente frio e sem graça. A falta do contato físico já deixou de ser problema para as empresas que sabem trabalhar as relações humanas virtualmente. Entretanto, quem ainda não administra um marketing de gentilezas virtual eficiente ou, simplesmente, ignora essa necessidade está literalmente dentro d’água.

Image by S. Hermann & F. Richter from Pixabay

Segundo a consultora em marketing digital, Flávia Valentim, especialista no assunto, com mais de 19 anos de experiência no mercado corporativo, as redes sociais nada mais são do que uma grande rede de relacionamento e onde existem pessoas, deve existir cordialidade.

“Por isso, o marketing de gentilezas funciona tão bem no ambiente digital, pois é dedicado às relações humanas. Afinal de contas, se você vai se relacionar com o seu cliente de forma virtual, nada mais certo do que pensar nas estratégias de atuar focado nas pessoas e na qualidade das relações. Já que, do contrário, todo seu trabalho terá ido por água abaixo, explicou Flávia.

Levar a empresa para o formato online, trabalhar a imagem de forma positiva, fortalecer a marca e gerar o tão esperado resultado de vendas pode parecer simples, basta fazer postagens e pronto. Mas o empresário não pode esquecer, que mesmo não estando cara a cara com seu cliente, existe alguém do outro lado da tela, daí tamanha importância do marketing de gentilezas.

Essa é, sem dúvida, uma das preocupações da Vanessa Oliveira, gerente de vendas do Grupo TTC Segurança, responsável por gerir junto à agência de marketing, toda a comunicação que a empresa faz online. “O Grupo TTC vende segurança e da mesma forma devemos transmitir esses mesmos valores nas nossas redes sociais”, disse Vanessa.

Segundo ela, a empresa está constantemente atenta as postagens e mantém relacionamento direto com os internautas. “Eu respondo pessoalmente a todas as perguntas e me coloco no lugar do internauta, afinal, é frustrante solicitar uma informação e ser ignorado”, relata Vanessa.

A estratégia visa a construção de relações mais sólidas com os seguidores, com confiança, credibilidade e, acima de tudo, segurança caso haja uma negociação entre as partes.

Outro fator determinante para se trabalhar um marketing de gentilezas eficaz nas redes sociais é a prevenção de crises. Comentários maldosos num ambiente aberto como uma rede social pode acabar com a reputação de qualquer empresa, e dependendo do problema, reverter a situação fica bem complicado. O melhor mesmo é ficar atento!

Fonte: Assessoria de Imprensa – Jornalista Aline César