Vai implodir, mas vai se reconstruir
Ainda sobre o assunto Big Bang da propaganda (os dois últimos artigos também falam sobre o assunto), a pergunta que precisa ser respondida é: O mercado publicitário vai acabar?
Meu entendimento é que NÃO, mas suas bases mudarão de tal maneira que teremos um outro modelo de profissão. Como já disse nos textos anteriores, o modelo de agenciamento que é vigente hoje será cambiado por algo mais colaborativo e fragmentado. Teremos uma pulverização de empresas de comunicação oferecendo uma cartela muito mais diversificada de serviços e produtos, mas essencialmente segmentado e especializado.
Sendo assim, o que nós professores devemos ensinar aos alunos, daqui para a frente quando se trata de propaganda?
Entendo que o principal tema a ser abordado é como ser EMPREENDEDOR.
Vejamos um fenômeno que já acontece nas agências de publicidade:
Entre na criação de qualquer agência e pergunte aos profissionais que trabalham lá, quais deles tem um projeto paralelo, além da agência. Se todos não responderem que tem, é porque o dono da agência é um péssimo chefe e ninguém confia nele! Pois isso está acontecendo para todos os criativos, em todo o mundo e já há muito tempo, tirando raríssimas exceções.
Vejo diariamente meus alunos que trabalham no mercado sofrendo da falta de tempo para atualizar seus blogs, seu podcast, seu canal do YouTube, seus pequenos comércios on-line, seu desenvolvimento do CD da banda, suas fotos newborn, seu portfólio com mostras de esculturas em bisqui ou qualquer assunto no qual sua verdadeira arte possa ser exposta.
O talento já não pode mais ser represado dentro da agência e o “marchand” não pode mais levar os louros sozinho. Quem não percebeu isso continua financiando novos negócios através do salário vindo da agência.
Há mais ou menos 2 anos inventamos um projeto chamado campus atributo, nos últimos meses o Google trouxe para o Brasil seu campus também, ambos os projetos veem nesses novos talentos a oportunidade de um novo mercado dos pequenos empreendedores. No caso do Campus atributo, financiado pela tutoria aos novos empreendedores, já no Campus Google na locação dos espaços em coworking e no investimento em StartUPs. Ou seja, investir no que o criativo faz de melhor!
E qual será o papel da agência nesse futuro?
Já disse que precisa mudar esse nome “agência” pois o fato de agenciar pressupõe intermediar o que não cabe mais. Talvez seja um caminho o modelo “campus” espaços voltados ao empreendedorismo criativo e ao comércio de muitos talentos, mas fundamentalmente um espaço do talentoso colaborativo e não mais o do empregado movido a pizza e café!
Aproveito para convidar todo o mercado a participar de dois eventos que acontecerão em agosto
De 16 a 19 – 2º SCA – Semana de Comunicação Anhanguera e de 22 a 26 – 36ª SECOM – Semana de comunicação da Unitau
Especificamente sobre a SCA, evento do qual faço parte do grupo de professores que supervisiona o evento dos alunos, teremos como tema a ser discutido: “BIG BANG”- Qual no nosso futuro?
Pessoas desse novo mercado, estarão discutindo essas novas características aplicadas ao mercado regional, onde destaco a presença de:
• Júnior Guimarães e João Justi – Tapa Olho experimental – Canal do Youtube
• Pedro Rubim – Almanaque Urupês – Blog de Cultura
• Gustavo Gobbato – LEAG – Rede Global de agências
No próximo mês a última coluna sobre o assunto repercutindo a discussão do tema na SCA.