Coluna Propaganda&Arte

Proporção Áurea: deu branco? Antes de criar, não perca a razão

Nós criativos gostamos de dizer que criamos tudo. Adoramos mostrar que nossos “filhos” são bonitos e esteticamente perfeitos. Talvez eles nem sejam e, se são, talvez você nem saiba o motivo. A proporção áurea pode ser a resposta.

Eu gosto de acreditar que os verdadeiros cientistas são os filósofos, pois eles vivem da observação da vida. Em todas as suas formas, sem um manual para seguir. Realmente livres para pensar e formular suas teorias. Foi com essa liberdade de observação que Pitágoras (o de Samos) percebeu que na natureza tudo crescia e tudo se formava com base em uma razão, em uma proporção que mais tarde seria chamada de proporção áurea ou regra de ouro. Ele então verificou e resumiu seu estudo dizendo que “tudo é número”, como o interior da concha de um caramujo, por exemplo.

Pitágoras tinha toda a “razão”

A verdade é que ele estava com certa “razão” (perdoe o trocadilho), mas desde seu tempo vemos grandes artistas utilizando desta técnica, passando por Monalisa, de Da Vinci, alguns textos de Shakespeare que seguem um ritmo que simula a razão áurea, bem como artistas mais contemporâneos, como o Rob Janoff, o cara que criou a maçãzinha mais querida e conhecida dos nossos tempos, eu falo da Apple. Isso mesmo, a marca foi criada respeitando algumas proporções interessantes. Adivinhem… 1, 2, 3, 5, 8, 13… A sequência de Fibonacci, que também contém a razão 1,618 (resumidamente), que é a própria proporção áurea, tema deste texto. Ou seja, está tudo ligado.

Se você está duvidando de quão mágico é esse número, pegue a sua mão. Abra ela na sua frente e veja as seguintes medidas:

-1: a distância do seu dedo indicador até o seu mindinho.
-2: a distância do seu polegar até o seu mindinho.
-3: a distância da parte interna da sua mão, em uma linha horizontal.

Você vai chegar a essa razão cruzando duas dessas três medidas, vai encontrar a proporção. Mas a coisa é muito mais instigante quando percebemos que o nosso corpo inteiro: pernas, cabeça, tronco, também respeita essa razão, bem como nossos braços e partes correspondentes, orelhas e por aí vai. Parece que somos uma obra de arte e tanto, cheio de conhecimentos escondidos.

Conhecimentos escondidos? Nem tanto

Nem tão escondidos, pois essa técnica é usada hoje no cinema, para fazer a melhor distribuição da ação, pontos focais, apresentação de uma cena, dando o devido foco para o que se quer. Tudo usando proporção áurea.

Vale assistir aos filmes de Kubrick ou de Wes Anderson, eles estão na mesma escola e se preocupam demais com métricas e proporções. O resultado? Beleza e mais beleza.

Se você ainda não se atentou a este número que basicamente está presente em tudo (até em você), pegue esse atalho e veja como seus layouts e artes ficarão mais bonitos. Dá um Google e veja como usar os retângulos a seu favor.

Claro, você estará “hackeando” a vida e como tudo nela se equilibra, como se a vida tivesse uma razão que a rege. Como se essa fosse a música presente em todas as coisas, de galáxias a conchas, passando por seres vivos e até a sua próxima marca. Já fez o teste? Quanto de proporção áurea tem nos seus trabalhos? É consciente ou inconsciente?

A regra de ouro pode estar na palma da sua mão

Acredite, se você fizer o dever de casa suas marcas e artes ficarão mais belas e apaixonantes. Para entender como isso é hipnotizante, veja dois filmes: O iluminado e O Grande Hotel Budapeste dos cineastas que já citei há pouco. São ótimas inspirações. Mas se não quiser se basear em artistas famosos, tudo bem, pegue sua própria imagem e se olhe no espelho. Você irá descobrir que a beleza está em tudo, ela só precisa ser desvendada. Depois disso, seus trabalhos vão elevar um nível. Afinal, você estará se espelhando simplesmente no maior criador de todos os tempos. No próprio Criador.