Infância à venda
É notável que as marcas de brinquedos cada vez mais fabricam produtos com divisão de sexo e alegam que é pura segmentação de público. Que é para facilitar a vida do comprador. Afinal, é chato abrir um delicioso Kinder Ovo e se deparar com uma surpresa indigesta.
Por que é que bonequinhas e panelas são determinadas como “de menina”, enquanto carrinhos e jogos de raciocínio levam o selo masculino? Porque as garotas desde cedo devem aprender unicamente a ficar lindas para os homens, a cuidar da casa e a se preparar para a maternidade. E o lugar dos homens é na rua, na labuta, independentes. Prontos para sair de fininho a qualquer momento.
A dona de casa tem um valor de beleza única, e o homem pode, é claro, ter seu trabalho. Mas visto do lado avesso este quadro ainda é pouco considerado. Não se admite um papel diferente para nós. E caso alguém tente ultrapassar a barreira da normalidade, é tido como um enorme subversivo, causador de bagunça.
É por isso que encorajar diferentes tipos de jogos e brincadeiras é imprescindível. Eu diria que vital. Não estou dizendo que é proibido um garoto brincar de carrinho. Mas deixar que ele passe longe da “área restrita” só vai fazer com que jamais compreenda o que é igualdade de sexo.
Lembre-se: o que se faz aos 3 anos ensina muito sobre quem se é aos 30.