Transformação digital foi acelerada

Transformação digital que levaria anos foi acelerada em apenas 2 meses em razão da Covid-19, diz estudo ISG

Empresas desafiadas por mudanças repentinas nas compras, na cadeia de suprimentos e em outras áreas realizaram iniciativas digitais de longo prazo em poucos meses

A crise sanitária causada pela Covid-19 fez com que todas as empresas recolhessem seus planos de investimento e acelerassem seus projetos em transformação digital, tornando esse processo de digitalização uma realidade e não mais uma opção, aponta o relatório 2020 ISG Provider Lens ™ Digital Business – Solutions and Service Partners para o Brasil.

Image by Gerd Altmann from Pixabay

De acordo com o estudo lançado nesta semana pela Information Services Group (ISG), líder global em pesquisa e consultoria em tecnologia, produzido e divulgado pela TGT Consult no Brasil, a pandemia e os lockdowns associados deixaram muitos segmentos de indústria lutando para sobreviver nos primeiros meses de 2020. Tendências emergentes rapidamente em resposta à crise, como a adoção de compras online e internet banking, além da adoção de plataformas de colaboração e videoconferência no local de trabalho, levaram as empresas a realizar em dois meses o que seriam projetos de digitalização de anos.

“O futuro exige mais automação, resiliência e colaboração virtual. Soluções e serviços de negócios digitais são essenciais para a maioria das empresas que buscam implementar novas tecnologias e formas de trabalho”, afirma o autor da pesquisa ISG e analista TGT Consult, Mauricio Ohtani.

Segundo o relatório ISG, os exemplos mais positivos são o campo da telemedicina, no qual milhares de pessoas receberam suporte imediato, e o setor do varejo, no qual muitas iniciativas de comércio eletrônico tiveram uma aceleração bastante considerável. As principais empresas brasileiras do varejo tiveram suas ações na bolsa de valores supervalorizadas com base em suas iniciativas digitais. Este cenário exigiu das empresas a busca por suporte em áreas como experiência do cliente, ciclo de vida do produto e cadeia de suprimentos, abrindo uma nova janela de oportunidades para as empresas que fornecem suporte para esse tipo de transformação digital.

“Este relatório mostra o quanto é relevante ter uma maturidade digital quando comparamos as empresas menos impactadas negativamente por conta da crise do coronavírus, com aquelas que ainda não se transformaram e quase sucumbiram diante do enorme desafio”, diz Mauricio Ohtani.

Em resposta, os provedores de serviços em digital business intensificaram suas estratégias de go-to-market, acelerando o lançamento de novas ofertas e expandindo seus portfólios. A crise também acelerou os fornecedores na adoção de métodos de desenvolvimento agile e DevOps, para atender às demandas atuais. Uma das operações mais afetadas em todo o mundo, a da cadeia de suprimentos, acelerou a transformação digital e a adoção de tecnologias avançadas, como inteligência artificial/aprendizado de máquina (AI/ML), automação de processos através de robôs (RPA), internet das coisas (IoT) e blockchain, mostrando que a COVID-19 se tornou o gatilho para transformar e melhorar a cadeia de valor. No entanto, o blockchain, ainda parece estar no começo da sua curva de maturidade no país, diz o estudo ISG.

O relatório 2020 ISG Provider Lens ™ Digital Business – Solutions and Service Partners para o Brasil avaliou as capacidades de 36 provedores em cinco quadrantes: Digital Business Consulting Services, Digital Customer Experience Services, Digital Product Lifecycle Services, Blockchain Services e Digital Supply Chain Transformation Services.

O relatório nomeou a Accenture e a IBM como líderes em todos os cinco quadrantes. BRQ, Stefanini e Wipro foram nomeadas líderes em quatro quadrantes e a Deal em três quadrantes. Capgemini, CI&T, Deloitte Digital, EY, Reply e Sonda aparecem como líderes em dois quadrantes, enquanto DXC Technology, ilegra, Infosys, Logicalis, PwC e Sinqia estão um quadrante cada.

Além disso, a T-Systems foi considerada como Rising Star – uma empresa com um “portfólio promissor” e “alto potencial futuro” pela definição do ISG – em dois quadrantes. Everymind e Sonda aparecem como Rising Stars em um quadrante.

Versões personalizadas do relatório estão disponíveis na BRQ, Deal e ilegra.

O relatório ISG Provider Lens™ Digital Workplace of the Future – Services & Solutions 2020 para o Brasil está disponível para os assinantes ou para compra através da TGT Consult.

Fonte: Mondoni Press

Robôs não vão substituir pessoas, vão deixá-las melhor

Não se preocupe, os Bots vão deixar as pessoas ainda mais importantes!

*Por Ricardo Pena

É muito comum, quando se fala em atendimento através de Bots, as pessoas questionarem se isso vai acabar com os empregos ou não. O foco, no entanto, deveria ser outro: como o fator humano vai ser ainda mais valorizado depois do uso dos Bots.

Dois fatores contribuem para essa outra perspectiva em torno da utilização dessa tecnologia emergente:

1. Quem vai pilotar o Bot?

É importante ter em mente que para implantar uma solução automatizada alguns trabalhos humanos são essenciais para o sucesso. Neste sentido, três exemplos de profissionais são extremamente bem-vindos. O primeiro deles tem como principal atribuição definir a estratégia de utilização da ferramenta, bem como qual script será adotado. Se a ferramenta não for bem implementada e não estiver aderente às respostas da empresa, o cliente vai usar uma única vez e evitará ao máximo uma nova utilização. Se necessário, provavelmente tentará descobrir algum atalho para ser atendido por um agente. O segundo profissional é justamente o agente. Se a resposta do Bot não for a que o cliente necessita, uma pessoa vai precisar ajudá-lo e – dependendo do estado emocional do consumidor – a habilidade de atendimento do agente vai fazer toda a diferença – e em sinergia e parceria com o canal tecnológico. Dessa forma, o atendimento torna-se um diferencial ainda maior do que já é. Por último, o profissional envolvido com o suporte. Por se tratar de tecnologia, é muito importante que a equipe técnica esteja bem treinada para resolver rapidamente qualquer problema que apareça e para a manutenção constante da solução para usar os seus recursos ao máximo.

2. Melhoria contínua

O Bot é apenas um pedaço do atendimento. Hoje em dia já existem diversas opções para atender o cliente e a tendência, com essa rápida evolução, é que cada vez mais canais de atendimento apareçam. É aí que a criatividade humana começa a fazer a diferença e onde podemos surpreender o cliente – indo muito além da execução de atividades rotineiras – para pensar em caminhos novos. Isso é o que fará com que ele continue se relacionando com a empresa e, consequentemente, optando por seus produtos e serviços.

Além disso é sempre importante ter em mente que consumidores são pessoas – e como tais, são diferentes. Por exemplo, há aqueles que quando vão numa loja gostam de fazer tudo sozinhas, fogem dos vendedores, enquanto existem outros que adoram perguntar e ter alguém para ajudar em seu processo de decisão. Essa variação de postura também é estendida para as formas de relacionamento com as marcas – sobretudo num contexto de acelerada evolução tecnológica, que empodera cada vez mais e mais o consumidor.

Por isso, é importante que a estratégia de atendimento seja focada sempre no cliente e não apenas nos objetivos de redução de custos ou automatização de processos e tarefas repetitivas. Muitas vezes é necessário descobrir o que é mais conveniente e o que é mais efetivo e para isso não existe uma receita de bolo. Cada empresa terá que descobrir por meio da entrega de diferentes experiências.

Como é o caso dos Bots, cada vez mais presentes tornando nossa vida melhor e mais fácil. A tecnologia é um bem inexorável – e graças a ela aprenderemos a valorizar ainda mais o fator humano.

*Ricardo Pena é diretor de Pré-Vendas e Consultoria da Avaya para o Brasil

Fonte: Comuniquese – Rafael Bueno