Qualquer um pode se tornar um digital influencer?

Especialista em marketing e estratégia de negócios dá dicas para quem quer profissionalizar a influência digital

De fato, todos de alguma forma influenciam pessoas, sejam os familiares, amigos, ou pessoas do ciclo de convívio. Hoje acompanhamos anônimos entrando no BBB, por exemplo, e saindo com milhões de seguidores do programa. Mas para manter o número de seguidores e conquistar o tão sonhado engajamento, é preciso esforço e dedicação.

Frederico Burlamaqui

Para que essa influência seja rentável, algumas estratégias devem ser bem planejadas. Segundo o especialista em marketing e negócios Frederico Burlamaqui, muitos ainda se deslumbram com o número de seguidores, porém o que conta hoje mesmo é o engajamento. “O número de likes, comentários, encaminhamento do conteúdo para outras pessoas são mais importantes. O quanto essa pessoa engaja outras pessoas a agir”, explica.

Hoje, os influenciadores são divididos em nanounfluenciadores – até 8 mil seguidores, microinfluenciadores – até 50 mil e os macroinfluenciadores – a partir de um milhão de fãs. No Instagram, por exemplo, a média geral de engajamento não chega a 2% dos seguidores. “Para começar a precificar o trabalho e gerar renda com o trabalho de influenciador, é preciso manter bons números de engajamento e público, entre 5 a 10% do total de seguidores”, explica.

E, para isso, é preciso ter uma estratégia bem definida. “Tudo deve ser pensado: como se posicionar, quais assuntos abordar, qual linguagem utilizar. As marcas procuram profissionais que tenham sinergia com o modelo de negócio da empresa”, explica.

A criatividade deve estar presente no dia a dia desse profissional, que precisa estar antenado com as tendências da internet, para criar conteúdo que realmente interesse o seu público. “Engajamento não se compra: é uma ferramenta muito valiosa conquistada com muito estudo, planejamento e disciplina. Conheça seus seguidores, qual o motivo de se manterem ativos na sua rede, quais os posts que geram maiores interações, o que eles esperam de você e não esqueça de se dedicar para interagir com eles. Assim, é possível criar uma estratégia constante para manter e ganhar sempre novos seguidores”, lembra.

Burlamaqui lembra que as dicas servem também para as empresas. “Muitas desejam estar presentes nas redes sociais, mas esquecem que outras formas de divulgação podem ser mais valiosas para seus negócios. Conhecer o cliente, saber onde ele está e o que ele procura, é fundamental para traçar estratégias mais assertivas para o negócio”, alerta. No caso das empresas, é preciso que as redes sociais estejam de acordo com a realidade do negócio. “Não adianta atingir pessoas pelas redes sociais, se o atendimento online não funciona, não existe pós-vendas e a empresa não consegue atender a demanda. É um tiro no pé! Primeiro, é preciso unificar os canais de comunicação da empresa, para depois conquistar e fidelizar os seguidores.

O especialista lembra que a prática comum de compra de seguidores é totalmente contraindicada. “Seguidores comprados não comentam, não curtem e não interagem com seu público. E as marcas percebem com facilidade quando esse número não é real”, finaliza.