Coluna Propaganda&Arte

“Antenna”: a prova de que a genialidade humana pode superar qualquer IA

Por R. Guerra Cruz

Em uma época onde o debate é dominado por geradores de vídeo por IA, o videoclipe de “Antenna”, fruto da colaboração entre a banda sul-coreana HYUKOH (혁오) e a taiwanesa Sunset Rollercoaster, surge como um poderoso manifesto.

Lançada em julho de 2024 e premiada em 2025, a obra dirigida por rafhoo poderia facilmente ser confundida com uma criação de IA por sua estética surreal e transições oníricas.
No entanto, sua genialidade reside precisamente no oposto: é um triunfo da visão, sensibilidade e técnica humanas, provando que a alma ainda é o elemento mais disruptivo da arte.

A Ilusão da IA e a Mão do Artista

O que torna “Antenna” tão especial é sua capacidade de emular uma estética de “colagem digital” que associamos à IA, mas com uma profundidade narrativa e coesão que os algoritmos ainda não alcançam. O diretor rafhoo e sua equipe constroem uma tapeçaria visual que mistura cenas filmadas em iPhone, imagens de arquivo e uma direção de arte meticulosa.

A genialidade está em como esses elementos díspares são costurados. As transições não são aleatórias; elas servem à narrativa poética.

Quando a lágrima da atriz Leah Dou se transforma em um oceano onde o ator Hsu Kuang Han mergulha, não vemos um efeito pelo efeito, mas uma metáfora visual poderosa sobre empatia e comunicação.

Um comentarista no YouTube interpretou a trama de forma tocante: “ela transforma suas emoções em bolas que ele inicialmente ignora. Quando ela chora um mar de lágrimas, ele mergulha para entender essas emoções, que ao final são forjadas em um troféu”. Essa camada interpretativa é fruto de uma intenção humana, não de um processamento de dados.

Pontos Altos de uma Obra-Prima Humana

● Cada objeto em cena, das bolas de tênis de mesa às texturas analógicas que remetem a fitas VHS, é uma escolha deliberada.
● A estética não é apenas “retrô”, mas serve para evocar uma sensação de memória, nostalgia e sonho. Um usuário descreveu o clipe como “진짜 내인생에서 이렇게 핀터레스트 총집합같은 뮤비는 처음봄”, ou “nunca vi em minha vida um clipe que parecesse uma coleção do Pinterest (no bom sentido)”. Isso demonstra o poder da curadoria humana em criar uma atmosfera coesa.
● O trabalho de edição de rafhoo é o coração do clipe. A maneira como ele integra as filmagens com os atores e os clipes de arquivo (de fontes como Pexels e YouTube Creative Commons) é fluida e hipnótica. As cenas se costuram de forma tão orgânica que a linha entre o que foi filmado e o que foi reaproveitado se apaga, criando uma experiência imersiva e singular.
● O clipe contém referências que adicionam ainda mais camadas de significado. O uso do tênis de mesa é uma homenagem direta à participação de Hsu Kuang Han no clipe “三年二班”. Ao colocar o tênis de mesa em destaque no clipe de “Antenna”, o diretor rafhoo está fazendo uma homenagem direta e intencional ao icônico clipe de “三年二班” de Jay Chou. É um “easter egg” cultural. O ator do clipe de “Antenna”, Hsu Kuang Han, é um ator taiwanês extremamente popular e um fã declarado de Jay Chou.
● A referência, portanto, funciona em múltiplos níveis: é uma piscadela para o público que reconhece o clássico de Jay Chou e, ao mesmo tempo, uma homenagem personalizada ao próprio ator do clipe, conectando-o a um de seus ídolos.

Por que “Antenna” supera a IA?

Lançado em 2024, “Antenna” antecipou e, de certa forma, já superou a estética que as IAs generativas de 2025 tentam alcançar.

Enquanto a IA busca replicar a realidade ou criar surrealismos baseados em padrões, “Antenna” parte de uma premissa emocional. É a materialização de um anseio por criatividade “livre e ilimitada”, como um fã descreveu, que ressoa em um nível profundo e pessoal.

O videoclipe é um lembrete de que, embora a IA possa se tornar uma ferramenta valiosa, a verdadeira arte nasce da experiência humana, da colaboração e de uma visão singular.

É uma obra que, como um bom vinho, melhora a cada vez que é vista, revelando novos detalhes e significados. “Antenna” não é apenas um clipe musical; é uma peça de arte contemporânea que pertence a um museu, como sugeriu um comentário (국립현대미술관에서 빈백놓고 틀어줄거같음 – “parece algo que passaria no Museu Nacional de Arte Moderna e Contemporânea com pufes no chão”).

E essa é uma honra que nenhum algoritmo, por si só, jamais conquistará.

Agora, chega de “falar”, assista a essa obra-prima:

https://youtu.be/4HZiS4VtscU?si=xuuHh7eU6bnHVR_m

Balaio vence premiação com vídeoclip

Videoclipe para banda levou prêmio

O videoclipe “Deserto” produzido pela Balaio Filmes em parceria com a gravadora Codimuc, para a Banda Católica Iahweh, foi premiado na 7ª Edição do Troféu Louvemos. O Troféu Louvemos é o maior prêmio Nacional da música Católica.

Mariana Moraes recebe o rêmio

Mariana Moraes recebe o rêmio

Deserto foi premiado na categoria “Melhor Diretor de Videoclipe”. As diretoras Mariana Moraes (proprietária da Balaio Filmes) e Lize Borba (Codimuc) levaram o troféu pra casa.

Premiação Troféu

A banda Iahweh também levou pra casa o troféu de  “Melhor Álbum Rock”

Making Of de “Deserto” por Pedro Hummel.

Videoclipe Deserto

Para mais informações sobre o festival:
www.trofeulouvemos.com

Balaio produz para banda

Produtora Balaio Filmes produz clipe para banda religiosa

O clipe chamado DESERTO é um trabalho da produtora Balaio Filmes com a gravadora Codimuc. E foi dirigido por Lize Borba e Mariana Moraes. Veja o que elas – e também a produtora Tamires Lemes – disseram sobre o trabalho:

Esse já é o segundo trabalho que a Balaio Filmes produz para a Iahweh, e mais uma vez eu assumi a direção junto com a Lize Borba. É sempre bom trabalhar com pessoas que amam o que fazem. Quando estou com a Iahweh é exatamente isso. Desde o motorista, a equipe de elétrica até a direção, todos estão lá dando o melhor de si. Todos empenhados em fazer um ótimo trabalho. No primeiro clipe nós tínhamos uma orquestra de quase 40 músicos, e foi um desafio trabalhar com tantas pessoas no set. Nesse segundo clipe o desafio foi trabalhar em tempo aberto. Nós não tínhamos o ambiente controlado como o primeiro, que foi gravado em um galpão fechado. Dessa vez, quando a luz mudava, tínhamos que parar…quando começava a garoar, tínhamos que parar. Mas por outro lado, em ambientes externos você tem mais profundidade de campo e as possibilidades de enquadramento são muito maiores. Eu prefiro fazer externas, mesmo sabendo que um dia antes eu não vou dormir de tanto nervoso (risos). – Mariana Moraes (Diretora)

O primeiro ponto sobre as decisões que tomamos na direção de arte do clipe partiram da locação. Quando descobrimos o “deserto” no meio da cidade, logo fomos fotografar e retirar dele mesmo a paleta de cores. O restante veio fácil, porque quando criamos os figurinos eles vieram nesse tom desértico. O bege, tons militares e a ideia de sobreposição das peças pra dar movimento nas cenas em slowmotion, ajudaram na composição do clipe. – Lize Borba (Diretora)

Começamos as gravações as quatro horas da manhã, com uma equipe de mais de 20 pessoas debaixo de um sol de 35º. Tínhamos tudo muito bem sincronizado. O entrosamento entre a banda e a equipe foi fundamental para que cada função fosse exercida da melhor maneira possível. Foram todos muito profissionais. – Tamires Lemes (Produtora na Balaio Filmes)

FICHA TÉCNICA

Uma produção dirigida por Lize Borba e Mariana Moraes
Coordenação Executiva: Codimuc
Presidente Codimuc: Eraldo Mattos

Direção de Fotografia: Fabricio Valverde
Operador de Câmera: Fabrício Valverde e Ian Lopes
Maquinista: Rodrigo Barnete
Elétrica: Antônio Carlos e Eurico
Direção de Arte: Lize Borba
Produção: Netinho
Produção Musical: Banda Iahweh
Produção Executiva: Codimuc
Edição: Mariana Moraes
Colorista: André Pires
Assistente de Direção: Tamires Lemes