Análise preditiva: a visão estratégica impulsionada pela inteligência artificial no varejo moderno

Por Tailan Oliveira*

Em um panorama cada vez mais acirrado e competitivo com transformações velozes, o mercado varejista é obrigado a não apenas ter uma simples reação aos eventos de seu ramo, mas também a assumir a capacidade de antecipar tendências e prever cenários. Ter essa capacidade é um diferencial estratégico crucial para a sustentabilidade e o crescimento desses negócios. Nesse contexto, a análise preditiva, alimentada pela inteligência artificial e pela vasta quantidade de dados disponíveis, assume o protagonismo.

De acordo com um levantamento feito pela Fundação Dom Cabral em parceria com a meta, 62% dos empresários entrevistados usam a IA para análise preditiva. Essa ação oferece uma visão necessária para planejar com precisão, otimizar operações e personalizar a jornada do cliente de forma inédita, e os varejistas não estariam fora dessa visão estratégica.

Assim como líderes empresariais reconhecem o poder da transformação tecnológica para o futuro, o varejo vislumbra na análise preditiva a bússola para ler o presente e projetar o amanhã. Por meio da possibilidade de interpretar dados e identificar padrões, torna-se possível aos varejistas, não apenas compreender o comportamento, mas também antecipar as necessidades e desejos do consumidor, conseguindo, a partir desta tecnologia, pavimentar o caminho para decisões estratégicas mais assertivas.

Ao antecipar o futuro, o varejo ganha um diferencial inestimável. Com os modelos preditivos, as empresas podem simular o impacto de diversas variáveis, desde flutuações na demanda e interrupções na cadeia de suprimentos até mudanças nas preferências dos consumidores. Essa capacidade de projeção permite uma preparação eficiente que levará os empresários a lidarem cada vez menos com surpresas negativas, além de ter uma redução de perdas e uma distribuição mais inteligente.

O planejamento operacional e financeiro, neste cenário, ganha dinamismo e agilidade sem precedentes. Torna-se possível elaborar diferentes realidades ajustáveis em tempo real às mudanças do mercado, possibilitando simulações precisas de fluxo de caixa, projeções de receita e análises de sensibilidade, tudo isso baseado em dados concretos. Utilizar desse recurso diminui a margem de erro na hora de tomar decisões e permite uma maior flexibilidade e oportunidade de adaptação aos imprevistos.

A agilidade é outro fator que chega para fazer diferença com a adoção da IA, afinal, uma tomada de decisão ágil, fundamentada em dados em tempo real, é outro pilar da análise preditiva no varejo. Ao integrar com plataformas de Business Intelligence (BI) e demais sistemas, passamos a ter uma consolidação de informações de diversas fontes, gerando insights valiosos que permitem ajustes rápidos e eficientes nas estratégias. Essa capacidade de resposta imediata às dinâmicas do mercado garante que a empresa se mantenha sempre um passo à frente.

As oportunidades de melhorias para o negócio são infinitas, mas é importante reconhecer a complexidade da implementação. Neste caso, é fundamental que os varejistas busquem parceiros especializados que possam oferecer o conhecimento e as soluções tecnológicas mais adequadas às suas necessidades específicas. Uma análise criteriosa das ferramentas disponíveis e um plano de implementação bem definido são passos importantes para que haja o sucesso da adoção da análise preditiva.

Juntamente da implementação tecnológica, é essencial o treinamento e a capacitação das equipes, principalmente para fomentar uma cultura organizacional baseada nesse universo de dados. Isso porque, quando os funcionários compreendem o valor e o funcionamento da análise preditiva, levam também os colaboradores a tornarem-se mais engajados e aptos a utilizar os insights. A capacidade de simular cenários e basear decisões em informações concretas aumenta a confiança e a proatividade em diferentes níveis dentro da organização.

No fim, a adoção da análise preditiva, impulsionada pela inteligência artificial, representa para o varejo um diferencial estratégico de alto valor. Ao antecipar riscos, otimizar recursos, personalizar a experiência do cliente e tomar decisões com agilidade e precisão, as empresas não apenas garantem uma maior estabilidade em um cenário empresarial dinâmico, mas também se posicionam de forma vantajosa para um crescimento sustentável e para a conquista da preferência do consumidor.

*Tailan Oliveira é CRO da ALFA Consultoria.

Para surfar nas tendências de marketing, dados são mandatórios

Por Daniel Rosa*

É impossível iniciar uma conversa sobre tendências de marketing sem mencionar o comportamento do consumidor. Atualmente, temos clientes dinâmicos, que se adaptam e mudam rapidamente. Todas essas mudanças, aceleradas pela facilidade de acesso à informação, apresentam um desafio crescente que deve ser analisado de maneira quantitativa.

Daniel Rosa -Foto: Mariana Pekin

Assim, a melhor forma de se adaptar às transformações repentinas nas necessidades e desejos, captar a atenção e atender o público-alvo de forma eficaz, muitas vezes em tempo real, é monitorar a inteligência de dados. Ao analisar fontes como tráfego do site, interações nas redes sociais e histórico de compras, a empresa consegue compreender melhor seu cliente.

Algumas dessas métricas avançadas para uma compreensão mais profunda são:

Taxa de Conversão (Conversion Rate – CR): oferece insights sobre a eficácia das estratégias de engajamento e conversão. Um estudo que realizamos recentemente apontou que a personalização de campanhas pode elevar a CR em até 10%, demonstrando o poder dos dados na customização da experiência do usuário.

Valor do Tempo de Vida do Cliente (Lifetime Value – LTV): ajuda a determinar o valor a longo prazo de um cliente, influenciando estratégias de retenção. De acordo com um relatório da McKinsey & Company, empresas que utilizam análise de dados para otimizar o LTV veem um aumento de até 25% na rentabilidade por cliente.

Custo por Aquisição (CPA): uma métrica vital, reflete diretamente a eficiência das campanhas. Empresas que usam o Google Analytics para aprimorar suas estratégias baseadas em análise podem reduzir o CPA em até 30%, maximizando o ROI de suas campanhas publicitárias.

Engajamento e Retenção: métricas de engajamento, como taxa de cliques (CTR) e taxa de abertura de emails, oferecem visão sobre a relevância do conteúdo. Um estudo realizado pela Bain & Company indica que um aumento de 5% na retenção de clientes pode aumentar os lucros de uma empresa entre 25% a 95%.

À medida que avançamos, a capacidade de interpretar e agir com base em dados complexos se tornará ainda mais crítica. A cada coleta, organização e análise dessas informações, por meio de softwares de gestão, os dados vão gradativamente delineando o futuro do marketing.

A análise preditiva, por exemplo, permitirá que as empresas antecipem tendências futuras com maior precisão, ajustando suas estratégias em tempo real para atender às demandas emergentes dos consumidores.

Em um mundo onde os dados são o novo ouro, a capacidade de extrair insights acionáveis de um mar de informações será o diferencial que permitirá às empresas não apenas sobreviver, mas prosperar em um mercado em constante mudança.

*Daniel Rosa é Diretor de Growth da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem