Parque Três Pescadores: um novo espaço de devoção, história e conservação ambiental em Aparecida-SP

O novo atrativo fica às margens do Rio Paraíba do Sul próximo ao local do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida

Conhecida internacionalmente como um dos maiores centros de devoção à Virgem Maria no mundo, a cidade de Aparecida, no interior de São Paulo, acaba de ganhar um novo e diferenciado espaço de visitação, que irá ampliar a experiência dos devotos, unindo fé, história e conservação ambiental: o Parque Três Pescadores.

O novo atrativo, que ocupa uma área de quase 30 mil m², foi construído às margens do Rio Paraíba do Sul e ao lado de um dos mais importantes pontos de peregrinação da cidade, o Porto do Itaguaçu, local onde, em 1717, foi encontrada a imagem de Nossa Senhora Aparecida. A área passou por uma revitalização, que incluiu melhorias paisagísticas e a construção de uma nova Capela em homenagem ao acontecimento histórico.

Além de possibilitar um passeio de balsa pelo exato local em que a imagem foi encontrada, o Parque ainda abriga uma réplica da Vila dos Pescadores, que acolheu os primeiros devotos da Santa, uma Trilha Ecológica ilustrada por painéis que apresentam os primeiros milagres atribuídos a imagem e um Refúgio de Aves, que abriga dezenas de espécies ameaçadas da fauna regional.

Vivenciando a história da Padroeira

Logo que entra no Parque o visitante já é transportado ao século XVIII, passando por uma ambientação cenográfica que recria de forma realista a Vila onde viviam os três pescadores que encontraram a imagem, nas águas do Rio Paraíba do Sul, e iniciaram o culto em devoção à Virgem Aparecida. O local foi cuidadosamente construído para apresentar em detalhes a simplicidade dos primeiros devotos da Santa.

A história do princípio da devoção à Padroeira continua sendo contada, por meio de sete painéis artísticos de concreto alto-relevo, dispostos ao longo de uma trilha em meio a natureza, que retratam de forma única os principais milagres atribuídos à imagem, pelo olhar do artista plástico Adélio Sarro.

Ao final da trilha, o visitante do parque ainda pode fazer um passeio de balsa pelas águas do Rio Paraíba do Sul e percorrer o mesmo trajeto que revelou a imagem de Nossa Senhora Aparecida aos pescadores e culminou com o milagre dos peixes. Uma experiência que possibilita um momento único de contemplação e conexão espiritual com Nossa Senhora.

Natureza e conscientização ambiental

E além de celebrar a história de fé e devoção à Mãe Aparecida, ícone de fé para milhões de católicos, o empreendimento também reúne atrações que combinam educação ambiental com conservação da fauna e flora local.

Para os apreciadores da natureza, o Parque Três Pescadores oferece um Percurso Ecológico, onde guias especializados conduzem os visitantes por uma trilha que explora a rica biodiversidade local e destaca a importância da preservação e conservação do meio ambiente.

Outra atração de destaque do Parque é o Refúgio das Aves, local que irá abrigar e atuar como espaço de transição e reabilitação para animais silvestres debilitados ou resgatados por autoridades ambientais em áreas urbanas ou em operações de combate ao tráfico animal, preparando-os para o retorno ao seu habitat natural, promovendo o desenvolvimento de comportamentos naturais essenciais para sua sobrevivência.

Em média, o local abrigará cerca de 250 animais e os visitantes terão a oportunidade de observar, de forma segura, o trabalho de reabilitação, aprendendo sobre a importância crucial da conservação de espécies ameaçadas da Mata Atlântica, como araras, papagaios, canários, além de répteis, anfíbios e mamíferos, como cutias, iguanas, jabutis e peixes diversos, que encontram aqui um refúgio seguro, onde receberão cuidados especializados.

Além de seu trabalho com os animais, o parque promove a sensibilização ambiental através de programas educativos, e oferece áreas acadêmicas para pesquisa e extensão em colaboração com universidades renomadas. “Isso fortalece a ligação entre conservação prática e conhecimento científico, criando um ambiente de aprendizado contínuo para estudantes e pesquisadores”, destacou Juliana Fernandes de Souza], bióloga do Parque.

Inauguração

A inauguração oficial do Parque Três Pescadores está programada para julho de 2024, prometendo não apenas enriquecer a oferta turística de Aparecida, mas também fortalecer seu compromisso com a educação cultural e a proteção ambiental. Todos são convidados a participar desta jornada única, onde fé, arte e natureza se encontram em um ambiente de inspiração e contemplação.

Revitalização

Após 14 meses de obras, o Porto do Itaguaçu foi novamente aberto ao público em 12 de julho. A revitalização incluiu a reconstrução da capela que existia no local, que agora, passa a fazer referência, em sua arquitetura e nome, ao encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, rememorando o achado dos pescadores, ocorrido em 1717, a poucos metros do local.

Além da obra da Capela da Pesca Milagrosa, o espaço também teve toda sua área pavimentada revitalizada e um novo monumento em homenagem aos pescadores foi instalado em sua entrada. Ao todo, o destino ocupa área total de 130 mil m² e, além de seus próprios atrativos, também é ponto de partida para quem quer percorrer o Caminho do Rosário, em direção à Cidade do Romeiro, ou para acessar o recém-inaugurado parque Três Pescadores.

Significado Histórico

Porto Itaguaçu é o local que marca o ponto no rio Paraíba do Sul em que foi encontrada a Imagem de Nossa Senhora da Aparecida. Após pescarem corpo e cabeça de uma imagem da Virgem Maria, os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves presenciaram uma abundante pesca de peixes em suas redes. Este foi o início da devoção do povo brasileiro a Nossa Senhora Aparecida e que se perpetua até os dias atuais.

Serviço

Horário de funcionamento do Parque Três Pescadores:

Segunda: das 9h às 17h / Terça: fechado

Quarta e Quinta: 9h às 17h / Sexta e Sábado: 8h às 17h30

Domingo: 8h às 16h30

Para consultar valores de ingressos fale com: (12) 98839-7981 (WhatsApp)

Fonte: Wilson Silvaston

Morre José Ramis, criador da logomarca da Embraer

Faleceu José Maria Ramis Melguizo

Morreu em São José dos Campos, nesta quarta-feira, 15 de fevereiro, José Maria Ramis Melguizo, aos 84 anos, em casa, por causas naturais. Ramis era artista plástico e designer. Ele foi o criador da logomarca da primeira empresa brasileira de aviões, a Embraer. Ele será cremado em um cerimonial restrito aos familiares.

José Maria Ramis Melguizo era espanhol e há décadas veio morar no Brasil. Ele também foi autor e co-autor de carros nacionais diferenciados, entre eles, o Itamaraty Executivo, a única limusine nacional.

Sobre a genialidade de Ramis, descreveu o jornalista Júlio Ottoboni, para o livro “Gênio Indomável” que será lançado pela Somos Editora, em 2023: A cultura espanhola e sua imensa diversidade deu ao mundo gênios revolucionários, excêntricos, inquietos, transformadores do pensamento e da estética de gerações. Um desses geniais se desgarrou das terras de Espanha e aportou sua versatilidade no Brasil, vindo riscar em cores e formas os Meridianos e Paralelos de norte a sul. A luz dos trópicos e os limites ainda por se criar eram as provocações perfeitas para sua explosão de criatividade.

José Maria Ramis Melguizo um catalão, de Barcelona, genial e reinventor de si mesmo, que fez florescer o espírito inquieto e revolucionário neste hemisfério.

Nascido em julho de 1939, quando a Catalunha ainda efervescia sob o sentimento de independência na sangrenta Guerra Civil Espanhola, Ramis vivenciou o trajeto obstinado de seu povo. Foram 10 anos em terras catalãs que marcariam sua vida para sempre. Uma criança espectadora do que há de melhor e pior no homem. Em 1949, sua família aportava em terras brasileiras e tinha início mais uma jornada espetacularmente produtiva de Ramis, agora como construtor de seu caminho.

Documentarista, publicitário, fotógrafo, designer industrial, pintor, escultor e até mesmo assistente de médicos cirurgiões. Praticamente nada impedia o gênio cosmopolita e extremamente arrojado. Em 20 anos, Ramis já dava noções claras de que seu ritmo e intensidade necessitavam sorver todo tempo possível, sua anima de artista exigia cada vez mais.

Os projetos de destaque de que participou são inúmeros, mas vale destacar o desenvolvimento dos carros AeroWillys, Interlagos, Uirapuru, Buggy Glaspac, Corcel; ainda venceu o “Concurso Presidente”, criado pela Indústria Brasileira de Automóveis Presidente (IBAP).

Pedro Bicudo/Quatro Rodas

A velocidade da genialidade de Ramis decolou, literalmente. Aos 28 anos de idade começou o desenho industrial das partes internas e externas do turboélice Bandeirante, ainda desenvolvido no então Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), que mais tarde se tornaria a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). E novamente sua marca estaria exposta no mais ousado produto já construído neste país. A logomarca da Embraer nasceu em sua prancheta.

Foi em 1975 que o agitado espanhol foi contratado pela Embraer para montar o setor de marketing da empresa. Sua vasta experiência e dinamismo o tornaram uma espécie de mito na aeronáutica nacional. E ele se deixou levar, como se buscasse agora o sonho de Ícaro. Seu voo era, em seu imaginário, fértil e voraz.

Ritmou sua vida pelo barulho dos pincéis na tela em branco. Foram 13 exposições individuais entre 1964 e 1985: seus quadros peregrinaram de São José dos Campos por todo o Brasil, América do Sul, até a Galeria Debret, em Paris, e a Taten Gallery, nos Estados Unidos. Participou de outras 12 coletivas.

Entretanto, a crueza da vida tentaria lhe impor limites e testar sua superação. A recriação de si se deu em 1985, fazendo dele o mestre aprendiz. Um acidente de carro na Via Dutra quase tira a vida e as habilidades de Ramis. A grave lesão na cabeça afetou seu cérebro; um traumatismo craniano, com graves sequelas motoras no lado direito de seu corpo, comprometeu também a fala. Para muitos era o fim do artista genial, no auge de sua capacidade e produção, aos 46 anos de idade.

O ceifador e sua foice vieram buscá-lo num quarto escuro de hospital. Ramis recusou a viagem: sua jornada não estava completa, ainda tinha muito que mostrar ao mundo terreno.

O pequeno homem que ousou apostar com a morte tinha agora um trato com a vida. Destro e muito comunicativo, essas características cruciais para o exercício de sua arte estavam sepultas em seu organismo. As desvantagens eram muitas para Ramis conseguir recuperar suas habilidades.

Foram anos de fisioterapia, de tratamento médico intensivo para o reaprendizado da vida. Agora sua arte dependia de seu lado esquerdo, da mão que nunca segurou um pincel ou traçou o papel com um lápis. A vida do então diretor de arte do departamento de marketing da Embraer era em São Paulo, enfrentando clínicas médicas e uma forte depressão, o que o tornava recluso.

Novamente o gênio cerebral, intuitivo e aguerrido superou as barreiras físicas. Anos de reaprendizagem, destro se tornou canhoto, e a perda da fala tampouco o impediu de seguir para se comunicar de tantas outras formas. Aos poucos sons ainda emitidos juntou-se um gestual complementar. Essa nova linguagem lhe devolveu parte da comunicação vocalizada que se foi, o suficiente para interagir com as pessoas novamente.

Dois anos do acidente, os primeiros quadros ressurgiram. Foram horas e horas para adestrar novamente o sentimento selvagem de se expressar pela pintura em um corpo com limitações. Foram cinco longos anos até sua nova exposição, agora a fase esquerda, a do renascimento como artista e pessoa.

Sua visão da vida retornou às telas e ao mundo. Ramis armou sua própria cruzada contra a deficiência adquirida e a enfrentou, reorganizou seu cérebro, sua arte e seu cotidiano diante das novas necessidades.

Manteve seu ateliê no espaço cultural Vicentina Aranha, junto com diversos outros artistas. Acompanhado de seu boné e cachimbo, Ramis foi uma grande estrela na constelação artística de São José dos Campos. Arrastou multidões de admiradores e um número imenso de seguidores e aprendizes de sua arte de viver e se recriar a cada pincelada.

Hoje nos despedimos do Ramis, que viverá eternamente pelo seu legado, pela pessoa que sempre foi e pelos exemplos de superação que nos deixou. Viverá eternamente pelo seu sorriso franco e pela sua alegria de viver.

Fonte: Solução Textual Assessoria – Renata Vanzeli

Publicitário de Jacareí expõe em SP

Artista plástico de Jacareí expõe obras em metrô de São Paulo
Mais de 60 mil pessoas já viram as obras de Rodrigo Casagrande em várias cidades.

Foto: Edna Medici

As obras do artista plástico e publicitário Rodrigo Casagrande, de Jacareí, vão ser expostas por dois meses nas linhas do metrô de São Paulo. Com 20 obras, a exposição “Alegria” chega à linha Estação das Clínicas, no dia 10 de abril e fica até o dia 30 de abril. Aos 32 anos, Casagrande comemora o importante momento na sua carreira. “O convite para expor surgiu no momento em que participei de um processo de seleção há dois anos, no projeto “Linha da Cultura”, onde surgiu a oportunidade em janeiro para levar a exposição para São Paulo. Tive que fazer a seleção de vinte obras, que são abstratas e desenformadas. A arte não precisa ser simétrica. As gravuras da exposição são disformes e coloridas, o que causa uma boa sensação”, ressalta.

O artista já passou por várias cidades do Estado de São Paulo. “Poder expor em espaços públicos tem tudo a ver com o que já venho realizado, expondo em bibliotecas e parque. Estar em uma cidade com mais de dez milhões de pessoas é uma oportunidade incrível para levar arte para várias pessoas”, destaca.

Além da Estação das Clínicas, a obra do artista de Jacareí deve percorrer outras linhas nos próximos dois meses. De acordo com o artista, mais de 60 mil pessoas já puderam ver as suas obras, que passaram por Jacareí, Taubaté, Litoral Norte de São Paulo, e outros municípios.

SERVIÇO
Exposição “Alegria”
Quando: De 10 a 30 de abril
Onde: Na Estação das Clínicas em São Paulo, na linha 2-verde
Informações: http://www.rodrigocasagrande.com.br/exposicoes
Contato: (12) 3014-5173 e (12) 98254-4440