Marketing e eSports: como as marcas estão aproveitando o mercado gamer

Por Thiago Tieri *

A indústria de jogos eletrônicos está cada vez mais competitiva, visto que houve um crescimento exponencial, nos últimos anos, de pessoas ativas nas plataformas online de games. Os eSports, como são conhecidos, tiveram sua popularidade aumentada devido aos eventos transmitidos ao vivo e simultaneamente para diversos países, com milhares de competidores em todo o mundo.

Esse público é conhecido por ser tech-savvy – termo em inglês que se refere às pessoas que possuem alto conhecimento e são habilidosas no uso de tecnologia e dispositivos digitais –, por isso, é engajado e leal às suas marcas favoritas de jogos e equipes. A diversidade de interesses, e de jogadores internacionais, torna o público dos eSports um mercado atraente e dinâmico.

De acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB), 81,2% dos entrevistados revelaram que costumam jogar no universo de eSports, e 88,3% das pessoas assistem a partidas e campeonatos de jogos eletrônicos. O tempo investido na atividade dura entre 1 e 3 horas para 50,8% dos gamers que responderam à pesquisa.

Com tamanha expressividade no mercado, as empresas perceberam o potencial que o setor traz para as marcas e estão começando a utilizar estratégias de marketing para aumentar a visibilidade, engajar novos públicos e explorar novas oportunidades de negócios.

Ainda segundo o estudo da PGB, 55,5% dos entrevistados afirmam utilizar notebooks e computadores para jogar games eletrônicos. Por isso, a comercialização de hardwares que melhoram o desempenho dos jogos, além de equipamentos e acessórios tecnológicos para PC, tende a ter muitos adeptos no mercado gamer.

Dispositivos de armazenamento e memórias para PC de alta qualidade, como HDs e SSDs internos e externos, por exemplo, influenciam diretamente na execução dos jogos eletrônicos, trazendo mais dinamismo, velocidade, processamento de dados e alto desempenho durante as partidas e torneios. Gabinetes e teclados de design inovador também podem ser atrativos para o público gamer, que deseja itens mais personalizados para a atividade.

Não podemos esquecer da importância de ter uma fonte de alimentação confiável, como as da XPG, por exemplo, que garantem um fluxo de energia contínuo e otimizado, maior economia de energia e a segurança de jogar por horas ininterruptas, sem surpresas.

Além de estratégias de vendas de hardware, campanhas publicitárias nas plataformas de jogos, conteúdo de influenciadores e patrocínios estão entre as possibilidades de marketing que as empresas podem investir dentro deste cenário.

As marcas podem aproveitar a popularidade dos eSports patrocinando eventos, equipes ou streamers. Anúncios em transmissões ao vivo, banners digitais e campanhas direcionadas dentro dos jogos também são formas eficazes de alcançar o público dos jogos eletrônicos. Além disso, os influenciadores têm uma relação íntima com suas audiências e podem promover produtos e serviços de maneira autêntica e convincente.

Uma dica importante para quem está planejando fazer ações de marketing nesta área é procurar as organizações, equipes ou jogadores que estão preparados para produzir conteúdo de qualidade e ter entregas profissionais e satisfatórias para o cliente. Dessa forma, é possível conquistar o retorno sobre o investimento tão almejado no mundo do marketing e estabelecer uma parceria duradoura e benéfica para ambos os lados.

Portanto, entrar no mercado de eSports pode ser desafiador devido à necessidade de entender a cultura e as dinâmicas da comunidade. As empresas precisam investir tempo em pesquisa e estabelecer conexões autênticas com o público, seja para estratégias de comercialização de peças para PC ou para visibilidade de marca.

*Thiago Tieri é Gerente de Marketing da ADATA/XPG no Brasil.

Games estão no seu plano de mídia?

por Bruno Campos de Oliveira*

Você acredita que os primeiros videogames foram criados há 50 anos? Uma coisa é certa: sua evolução nos últimos anos foi incrível. Os jogos de Arcade e os primeiros consoles agora são parte de uma realidade distante, já que as tecnologias atuais colocam os jogadores em ambientes realistas, envolventes e impactantes. Os próprios dispositivos de jogos sofreram mutação: agora você pode jogar videogames em seu smartphone, em um console de alta tecnologia, computador e até mesmo por meio de realidade virtual.

Na verdade, a tendência dos games é tão poderosa que tem um grande impacto sobre os consumidores. Basta ver como, no final de 2020, o PS5 esgotou em pouquíssimo tempo, ou como os esportes eletrônicos desempenham um papel importante na cultura atual.

Bruno Campos de Oliveira

Além disso, o apelo aos videogames também foi acentuado pela pandemia Covid-19. Um estudo mundial realizado em 2020 pela Global Web Index, mostrou como a quarentena aumentou o consumo de mídia doméstica e, especificamente, os jogos para celular e PC, especialmente nas gerações mais jovens. Por exemplo, mais de 40% da Geração Z e Millennials aumentaram seu tempo em jogos para celular durante este tempo turbulento.

Na verdade, os videogames agora se tornaram uma forma de reunir pessoas e uma grande oportunidade para as marcas aumentarem sua notoriedade de forma inovadora e impactante. A chave para isso? Publicidade em jogos – ou mídia programática digital em videogames.

Por que investir em games?

É um fato: a mídia programática no jogo tem muito a oferecer à estratégia de marketing, diferenciando uma marca da concorrência e atingindo um público-alvo muito específico. Além disso, é possível otimizar anúncios em tempo real. Os recursos de personalização disponíveis são ótimas oportunidades se o objetivo for criar uma mensagem publicitária personalizada.

Para completar, a publicidade em games pode ser uma ótima maneira de coletar dados muito precisos e aumentar o conhecimento do cliente. Você pode saber qual é o perfil típico de um jogador, o tempo que seu público passa jogando e, assim, melhorar as mensagens principais dia após dia.

Mas qual o público-alvo dos games?

Um estudo realizado pela NewZoo prevê que até 2023 serão mais de 3 bilhões de gamers pelo mundo. Ainda assim, a percepção comum do gamer típico é a seguinte: um jovem adolescente, trancado em seu quarto, com muito pouco poder de decisão e compra. Mas os números provam que esses clichês estão errados.

No Brasil, por exemplo, segundo a Pesquisa Game Brasil 2020 (PGB), realizada pelo Sioux Group, Go Gamers, Blend New Research e ESPM, mais de 61% dos casual gamers (que jogam de vez em quando e geralmente pelo celular) são mulheres, enquanto mais de 61% dos homens representam o hardcore gamers, que dedicam mais parte do seu tempo e dinheiro a esse tipo de lazer.

Imagem de 政 徳 吉田do Pixabay

A pesquisa ainda revelou quais são as “Marcas do Coração”, mais conhecidas ou consumidas neste segmento, dentre as quais estavam Mastercard, Coca-Cola, Red Bull, O Boticário, iFood, Fiat, Samsung, Uber, Adidas e Vivo – esta última, não por acaso, patrocina o time gamer brasileiro Vivo Keyd. Por isso, não se deixe enganar: os games são realmente espaços sociais, onde os usuários gostam de se encontrar e compartilhar experiências.

Como funcionam os anúncios?

Grandes oportunidades estão em jogos de console, como Xbox One ou Playstation. Em 2020, o estudo da NewZoo mostrou que os jogos de console representam 28% da participação de mercado – e jogadores do gênero masculino são mais propensos a jogar neste tipo de dispositivo.

Por outro lado, os jogos para celular estão cada vez mais atraentes para as marcas. Você pode implantar seus anúncios por meio de jogos no aplicativo (anúncios que são integrados diretamente no aplicativo de jogos para dispositivos móveis). Observe que 27% dos jogadores mobile passam de 6 a 10 horas jogando jogos por semana e que mesmo as gerações mais velhas usam esse dispositivo.

Existem desde formatos que estão relacionados, tipo rewarded video, em que o jogador precisa, por exemplo, assistir a um vídeo para ganhar uma recompensa até formatos personalizados. Recentemente, a NFL personalizou os famosos passarinhos do Angry Birds em bolas de futebol americano durante o campeonato.

E por que não pensar em investir em campanhas publicitárias em plataformas de streaming, como Twitch, Facebook Gaming ou YouTube Gaming? Os videogames são centrais nessas plataformas e sua popularidade continua crescendo com o tempo.

Olhando para a indústria de games em geral, muitas empresas já entenderam o seu potencial, tanto que marcas licenciadas estão anunciando dentro de jogos. A Acer, uma das gigantes do mercado de games que tem como um dos principais players a marca Predator, está, por exemplo, patrocinando times de esportes, campeonatos e feiras do setor.

A indústria da publicidade precisa entender o mercado gamer como entende Hollywood – para efeito de comparação, o mercado de games já fatura 2 vezes a indústria cinematográfica (US$ 43 bilhões) a de música (US$ 19 bi) juntas e estima-se que mais de 500 milhões de pessoas assistirão transmissões de jogos eletrônicos em 2021 – uma vez que seu público é extremamente amplo, e faz sentido para muitas marcas estarem ali.

*Bruno Campos de Oliveira é CEO da CTRL 365, agência de inovação criativa através de dados, especialista em mídia programática e marketing digital. É formado em Marketing pela USP e há mais de dez anos trabalha com planejamento estratégico baseado em dados e algoritmos, campanhas de marketing digital, mídia de performance, e-commerce, aplicativos, além de atuar na criação de novos produtos e tecnologias para empresas do Brasil e do exterior. Empreendedor e palestrante, também é CMO da AdsPlay Mídia Programática e embaixador da EBAC, Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia.