A voz que engaja e conecta os colaboradores

Alexandre Luppi, co-fundador e CCO da Compasso Coolab – Créditos: Divilgação

Por Alexandre Luppi*

A comunicação interna é uma das muitas estratégias empresariais que buscam promover um melhor relacionamento com o público interno e difundir os ideais da instituição. Segundo a pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE), 63% das empresas pensam que a comunicação interna é um dos processos mais importantes em um ambiente corporativo.

Sendo assim, fica a pergunta: se a empresa não possui um diálogo eficiente com seus próprios colaboradores, como se comunicará com os clientes e parceiros de negócios? Atualmente, quando falamos de comunicabilidade, alguns dos principais desafios enfrentados pelas corporações estão relacionados aos ruídos nas informações, falta de engajamento e envolvimento das equipes e a não transparência. Um levantamento feito pelo Project Management Institute (PMI), também mostra que, em média, 56% dos projetos de uma empresa fracassam devido a problemas na comunicação entre os funcionários.

Posso dizer que os processos da comunicação interna vão muito além de apenas passar a informação adiante, pois ela tem como objetivo proporcionar um ambiente favorável à produtividade, ao desempenho, à inovação, à criatividade e ao treinamento e desenvolvimento das equipes, além de produzir conteúdos que deixem claro as metas, missão, visão e valores da empresa. E comunicação sonora pode ser um elemento eficaz para ecoar os valores da empresa e humanizá-la.

Entre os formatos mais utilizados pelo marketing e comunicação das empresas, destaco a rádio corporativa, também conhecida como rádio indoor, que promove diversas possibilidades de disseminação de conteúdo e melhora a comunicação entre clientes, fornecedores, colaboradores e parceiros. Essa ferramenta contribui de maneiras inimagináveis para uma cultura organizacional positiva, gerando impactos significativos, aumentando as vendas, elevando a produtividade, engajando os funcionários, divulgando produtos, promoções e serviços e fornecendo conteúdo informativo, jornalístico e de entretenimento. Por meio dela, é possível escutar músicas e notícias urgentes, como comunicados, mudanças e até mesmo informações sobre saúde e segurança no trabalho.

Diferente dos canais tradicionais, como e-mails e murais informativos, a rádio permite uma abordagem dinâmica e acessível, transmitindo conteúdos de maneira fluida e envolvente. Seja por meio de programações ao vivo ou playlists gravadas, essa plataforma possibilita a disseminação de informações institucionais, treinamentos, campanhas motivacionais e até mesmo momentos de descontração para os funcionários. Além disso, uma das grandes vantagens da ferramenta é a capacidade de alcançar diferentes setores da empresa simultaneamente, inclusive os colaboradores que não trabalham em escritórios e nem sempre têm acesso a canais escritos, como fábricas e operações logísticas.

Com o passar do tempo, as empresas começaram a ver o meio como aliado para incentivar os funcionários a compartilharem o dia a dia deles no ambiente corporativo. A rádio corporativa e os podcasts assumiram um papel estratégico e chamaram a atenção das instituições pela sua praticidade, já que é um meio de comunicação que pode ser acessado de qualquer lugar e a qualquer momento, de forma totalmente gratuita.

As rádios corporativas se tornaram uma ferramenta fundamental tanto para entretenimento quanto para divulgação de informação. Entretanto, seu potencial é muitas vezes subestimado! Isso acontece pela dificuldade dos profissionais de comunicação em prender a atenção do ouvinte por um período relativamente longo, um problema instaurado pela sociedade imediatista e ansiosa. Apesar disso, para a comunicação interna empresarial, a rádio é também uma oportunidade de criar conteúdos envolventes e interativos, atrair e reter os melhores talentos e apresentar políticas e projetos inclusivos.

Acredito, ainda, que as rádios corporativas possuem taxas de engajamento mais altas que os métodos de comunicação tradicionais e permitem que os colaboradores ouçam as vozes dos líderes e colegas, reduzindo a sensação de inferioridade e melhorando a satisfação consigo mesmo. Além disso, essa ferramenta promove a participação dos funcionários por meio de enquetes interativas e rodas de conversa e estimula o desenvolvimento de um ambiente corporativo mais dinâmico, prazeroso e ativo.

*Alexandre Luppi é co-fundador e CCO da Compasso Coolab

Pesquisa revela que o gestor de comunicação é responsável por 72% das contratações

Pesquisa revela que o comunicador é responsável pela contratação e gestão de pessoas para 72% das empresas

Estudo da Aberje aborda o papel do comunicador organizacional enquanto gestor de pessoas, de recursos e de projetos de comunicação

A capacidade de gestão do comunicador tem sido cada vez mais requisitada, e valorizada nas organizações, na mesma medida em que a Comunicação assume uma posição estratégica nos objetivos de negócio das empresas. Pesquisa recente produzida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – Aberje revela que, na grande maioria das empresas (88%), o gestor da área de Comunicação tem a responsabilidade pela gestão de pessoas e definição da contratação (72%) e que os projetos da área estão alinhados às estratégias do negócio (74%).

Participaram 128 líderes da comunicação, atuantes em empresas associadas e não associadas à Aberje, localizadas nas diversas regiões do país, de todos os portes e que representam quase todos os segmentos da economia.

O estudo revela ainda que em 53% das empresas participantes, as ações de comunicação são planejadas e executadas pela equipe interna em conjunto com fornecedores externos e que em 46% essas ações são planejadas e executadas exclusivamente pela equipe interna da comunicação.

Gestão de pessoas

O processo de gestão de desempenho dos colaboradores da área é na qual o líder de Comunicação assume mais responsabilidades na gestão de pessoas, entre elas: o desdobramento dos objetivos de desempenho (58%) e fornecimento de feedback ao colaborador (81%), passando pelas avaliações de potencial (77%), comportamento (77%), e de competências (73%), até o alcance dos objetivos individuais (73%), dos resultados (73%) e da aderência aos valores organizacionais (72%).

O líder de Comunicação também assume uma série de responsabilidades no processo de relações de trabalho, seja na observância ao cumprimento do código de ética e conduta (77%), da política contra o assédio moral (68%) e da política contra a discriminação (66%). Além disso, se responsabiliza pelo controle da política de banco de horas (62%), e pelo programa de integração (onboarding) dos novos colaboradores (60%).

Entre tantas responsabilidades, para a maioria dos líderes da área, lidar com a percepção do colaborador a respeito das suas oportunidades de crescimento profissional (56%) e promover a inovação e a criatividade nas equipes (52%) são os principais desafios que enfrentam em relação à equipe; além de gerenciar as expectativas salariais da equipe (47%), gerir o desempenho e a produtividade (45%) e desenvolver e capacitar os colaboradores (40%).

Portanto, entre as principais competências e habilidades, entendidas pelos participantes como necessárias para uma gestão eficaz de pessoas, estão: a comunicação clara e efetiva (58%), a capacidade de analisar e tomar decisões (57%) e a visão estratégica (53%). Outras competências que se destacam, são: a capacidade de gerenciar conflitos (38%), a inteligência emocional (37%) e a escuta ativa (37%).

Gestão de Orçamento

De forma geral, o orçamento da área de Comunicação das organizações tem metas e objetivos bem definidos (74%) e essas metas estão vinculadas aos objetivos estratégicos da empresa em 81% das participantes. A grande maioria (91%), trabalha com orçamento próprio para o período de um ano (95%), correspondente ao exercício fiscal da empresa, e é elaborado pelo próprio gestor da área de Comunicação (82%).

A pesquisa revela que 73% dos participantes enfrentam ao menos um tipo de desafio na gestão desses recursos, como a falta de informações estratégicas e essenciais (26%) e a integração eficiente do processo orçamentário (23%). A maioria (86%), desenvolve projetos formais que são previstos em orçamento (70%) e estão alinhados às estratégias do negócio (74%).

O aumento do escopo do projeto em andamento (45%) e saber dizer “não” de forma coerente (35%) são os principais desafios apontados pelos participantes na gestão de projetos da área de Comunicação. Entre as principais competências e habilidades entendidas pelos participantes como necessárias para a gestão de projetos, com maior destaque encontram-se: adaptabilidade (41%), colaboração efetiva (34%) e comunicação eficaz (30%).

Sobre a Aberje – A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial é uma organização profissional e científica sem fins lucrativos e apartidária. Tem como principal objetivo fortalecer o papel da comunicação nas empresas e instituições, oferecer formação e desenvolvimento de carreira aos profissionais da área, além de produzir e disseminar conhecimentos em comunicação. A atuação da Aberje ultrapassa os limites do território brasileiro com participações ou presença nos boards de instituições internacionais como a Fundacom, Global Alliance for PR and Communication Management e Arthur W. Page Society, posicionando-se como um think tank da Comunicação Empresarial Brasileira.

Fonte: Make Buzz Comunicação – Luisa Vieira