“Cases” do mercado

Octopus assina campanha do TSE que busca garantir locais de votação mais acessíveis para 2026

Comunicação incentiva pessoas com deficiência a registrarem suas necessidades junto à Justiça Eleitoral

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acaba de lançar uma campanha nacional para ampliar a inclusão de eleitoras e eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida, criada pela agência Octopus. Com o slogan “Votar é meu direito. Garantir meu acesso ao voto é dever da Justiça Eleitoral”, a iniciativa busca mapear necessidades do eleitorado e direcionar, já em 2026, cada pessoa a locais de votação mais acessíveis.

No filme principal, uma cidadã com deficiência circula pelas ruas enfrentando os obstáculos do dia a dia e reforça, em primeira pessoa, a importância de garantir o direito de votar com dignidade. “Como cidadãos a gente tem deveres e direitos, como ir e vir, por exemplo. Na época das eleições é nosso direito ter acessibilidade no local de votação”, destaca a campanha que ainda traz, outras pessoas com deficiência reforçando a mensagem de atualização de cadastro para exercerem o direito da cidadania em um período tão importante para o País.

“A campanha representa a força da comunicação pública quando coloca as pessoas no centro da mensagem. Mostrar a realidade de quem enfrenta barreiras diariamente é fundamental para sensibilizar a sociedade e, ao mesmo tempo, reforçar o compromisso da Justiça Eleitoral em garantir acessibilidade plena no ato de votar”, declara Olavo Rocha, Head de Redação da Octopus.

Para ampliar seu alcance a campanha conta com filme para TV, spot de rádio, vídeos e cards para redes sociais. Todo o material inclui legendas, audiodescrição, Libras e contraste de cores adequado para pessoas daltônicas ou com baixa visão.

O audiovisual na redução das barreiras digitais

Por Alexandre Luppi*

A revolução digital transformou a maneira como nos comunicamos, trabalhamos e consumimos informação. A indústria audiovisual brasileira tem se consolidado cada vez mais como uma parte importante da economia e da cultura nacional. E, falando também de uma visão mais macro, um levantamento feito pela Deloitte indica que o mercado global de filmes e entretenimento deve crescer uma taxa média de 7,2% ao ano, alcançando uma receita de US$ 170 bilhões em 2030.

O aumento da produção de vídeos curtos e tecnologias inovadoras, como Inteligência Artificial e vídeos 360, não fica de fora, não! É uma tendência que está impulsionando a criação de conteúdos cada vez mais imersivos e personalizados. De acordo com um estudo produzido pela Cisco, até 2025, os vídeos representarão 82% de todo o tráfego da internet, pois eles já não são mais apenas atrativos visualmente, mas também ótimos para transmitir determinadas mensagens e alcançar diferentes públicos. Já não é novidade para ninguém que o consumo de informações em formatos dinâmicos, que combinam narrativa, som e visuais impactantes, tem crescido em torno de todo o mundo.

No entanto, é evidente que nem todos acompanharam essa massificação tecnológica (não intencionalmente!). Essa rápida evolução também gerou um grande desafio: garantir que todas as pessoas tenham acesso às tecnologias e saibam utilizá-las de forma eficaz. Nesse contexto, os conteúdos audiovisuais surgem como ferramentas fundamentais para a promoção da inclusão digital, facilitando o acesso ao conhecimento e ampliando as oportunidades para aqueles que ainda enfrentam barreiras no uso da internet e de recursos tecnológicos.

Para exemplificar, deixo aqui os dados do TIC Domicílios 2024, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação. O estudo mostra que 159 milhões de brasileiros (84% da população) acessam a internet no país. Entretanto, a pesquisa também revelou desafios para o processo de inclusão digital do país, apontando que 29 milhões de pessoas ainda não têm acesso à internet.

Dessa forma, a acessibilidade proporcionada pelos vídeos, podcasts e transmissões ao vivo é um dos principais fatores que tornam o audiovisual um aliado na inclusão digital, pois simplificam conceitos e tornam o aprendizado mais intuitivo, atendendo desde crianças até idosos. Pessoas que não possuem familiaridade com esse mundo podem encontrar dificuldades em textos escritos, mas acabam absorvendo com mais facilidade informações transmitidas por meio de elementos visuais e sonoros.

Não posso deixar de destacar alguns dos benefícios do audiovisual nesse contexto. O primeiro deles é o impacto direto na acessibilidade de pessoas com deficiência. Recursos como legendas, audiodescrição e intérpretes de libras permitem que indivíduos com deficiência auditiva ou visual, por exemplo, consigam consumir conteúdos de maneira mais autônoma. Essa adaptação não apenas amplia o alcance da informação, mas também fortalece o direito à comunicação e à participação de todos.

Outro aspecto importante é o papel das plataformas digitais na disseminação do conhecimento. Redes sociais como YouTube, TikTok e Instagram são utilizadas para ensinar desde habilidades básicas, como acessar um serviço bancário online, até temas mais complexos, como programação e empreendedorismo. Isso permite que mais pessoas tenham contato com a tecnologia de maneira prática e acessível, reduzindo as barreiras que impedem a inclusão digital.

Alexandre Luppi, co-fundador e CCO da Compasso Coolab – Créditos: Divulgação

A educação também se beneficia do uso de conteúdos audiovisuais. Com o crescimento do ensino à distância, vídeos explicativos e aulas online se tornaram uma alternativa eficiente para aqueles que não podem frequentar instituições de ensino presenciais. Cursos online, webinars e plataformas oferecem a possibilidade de capacitação profissional e desenvolvimento pessoal, independentemente da localização geográfica ou da condição socioeconômica do indivíduo.

Diante desse cenário, fica evidente que o audiovisual é peça-chave para a democratização da informação e o fortalecimento de uma comunicação mais acessível, interativa e adaptada às diferentes necessidades dos usuários. À medida que a tecnologia continua avançando, é fundamental que governos, empresas e instituições invistam em iniciativas que garatam que ninguém fique à margem dessa transformação. Além disso, com a ascensão tecnológica e a expansão das plataformas digitais, a tendência é que esse formato continue desempenhando um papel central na redução das barreiras de acesso ao conhecimento, contribuindo para uma sociedade mais conectada e inclusiva.

*Alexandre Luppi é co-fundador e CCO da Compasso Coolab