“Cases” do mercado

Octopus assina campanha do TSE que busca garantir locais de votação mais acessíveis para 2026

Comunicação incentiva pessoas com deficiência a registrarem suas necessidades junto à Justiça Eleitoral

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acaba de lançar uma campanha nacional para ampliar a inclusão de eleitoras e eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida, criada pela agência Octopus. Com o slogan “Votar é meu direito. Garantir meu acesso ao voto é dever da Justiça Eleitoral”, a iniciativa busca mapear necessidades do eleitorado e direcionar, já em 2026, cada pessoa a locais de votação mais acessíveis.

No filme principal, uma cidadã com deficiência circula pelas ruas enfrentando os obstáculos do dia a dia e reforça, em primeira pessoa, a importância de garantir o direito de votar com dignidade. “Como cidadãos a gente tem deveres e direitos, como ir e vir, por exemplo. Na época das eleições é nosso direito ter acessibilidade no local de votação”, destaca a campanha que ainda traz, outras pessoas com deficiência reforçando a mensagem de atualização de cadastro para exercerem o direito da cidadania em um período tão importante para o País.

“A campanha representa a força da comunicação pública quando coloca as pessoas no centro da mensagem. Mostrar a realidade de quem enfrenta barreiras diariamente é fundamental para sensibilizar a sociedade e, ao mesmo tempo, reforçar o compromisso da Justiça Eleitoral em garantir acessibilidade plena no ato de votar”, declara Olavo Rocha, Head de Redação da Octopus.

Para ampliar seu alcance a campanha conta com filme para TV, spot de rádio, vídeos e cards para redes sociais. Todo o material inclui legendas, audiodescrição, Libras e contraste de cores adequado para pessoas daltônicas ou com baixa visão.

Natal de inclusão e diversidade

Papai Noel que se comunica por Libras e assistente de Noel com síndrome de Down levam inclusão e representatividade ao Colinas Shopping

José Mario Graciano e Isis Pontes têm emocionado e inspirado público que passa pelo centro de compras, em São José dos Campos (SP)

Isis Pontes e José Mário Graciano

Na fila para conhecer a Mamãe Noel e o Papai Noel, crianças observam a movimentação próxima ao trono quando uma delas aponta uma das assistentes da família Noel: “Olha, uma princesa!”. Momentos assim têm feito os dias de trabalho de Isis Pontes, assistente com síndrome de Down, ainda mais felizes.

“É uma experiência maravilhosa. Quando fiquei sabendo que eu ia ser noelete, fiquei super contente. Estou gostando muito de fazer um bom trabalho com as crianças. A parte que eu mais gosto é tirar fotos. Elas pedem muito para tirar fotos comigo”, conta Isis.

A jovem de 19 anos, que atende no Colinas Shopping, em São José dos Campos (a 90 quilômetros de São Paulo), chegou ao trabalho por meio de uma oficina de empregabilidade da Asin (Associação Síndrome de Down) – instituição que atualmente atende cerca de 120 pessoas, de 5 a 56 anos, na mesma cidade.

“O objetivo é fortalecer a autonomia de jovens e adultos com síndrome de Down e promover a inclusão deles no mercado de trabalho. Temos diversas oficinas, entre elas a de trabalho, na qual os jovens têm aulas de boas práticas, que vão de comportamento e postura no trabalho a possíveis situações e suas soluções. É um exercício semanal. Quando entram no mercado de trabalho, continuamos acompanhando”, explica Tiago Araujo, coordenador do projeto de empregabilidade da Asin, que existe há 10 anos e já inseriu diversos jovens no mercado.

Segundo Araujo, o nome de Isis foi escolhido pela boa verbalização e comunicação com o público, e sua atuação já tem inspirado outros jovens da Asin. “Ao ver o trabalho da Isis, um dos atendidos pela Asin decidiu que quer trabalhar no shopping. Isso é importante, porque eles enxergam que também são capazes”, conclui.

Isis também compartilha a mesma opinião. “Meus amigos da Asin também vieram me ver. Falam: ‘Como ela está linda, estou amando ver ela trabalhando’. Quando eles me falam sobre trabalhar, eu converso e apoio.”

Libras

Ao lado de Isis, estreante como noelete, está o experiente Papai Noel José Mario Graciano, 70, que já contabiliza 14 anos de carreira natalina. Entretanto, foi há quatro anos que o Natal ganhou um significado ainda mais profundo para ele, quando decidiu aprender Libras – a linguagem brasileira de sinais – após um encontro marcante.

“Duas irmãs gêmeas se aproximaram, mas estavam muito tímidas. O pai delas fez um sinal, mostrando que elas eram surdas, e aquilo me comoveu. Por instinto, tentei fazer gestos de um abraço e elas retribuíram. Foi muito especial e pensei que poderia fazer algo para receber melhor esse público”, disse.

Logo em seguida, ele fez um curso básico de Libras na AADA (Associação de Apoio ao Deficiente Auditivo), em São José dos Campos, passou a manter contato com grupos de jovens da Pastoral do Surdo, inscreveu-se no curso de nível intermediário e pesquisa constantemente sobre o tema na internet.

No Colinas Shopping, ele já é figura conhecida e diariamente atende ao público de surdos e mudos da cidade.

Para quem quiser visitar Isis, ela está no Colinas Shopping às quartas e quintas, das 10h às 16h, e aos sábados, das 14h às 20h. Já o Papai Noel que se comunica em Libras atende todos os dias: de segunda a sábado, das 10h às 14h; domingos e feriados, no período vespertino e noturno.

Fonte: CABANA – Suzane Rodrigues Ferreira