Coluna “Discutindo a relação…”

Diversidade, inclusão e propaganda

Por Josué Brazil

Hoje vou falar um pouco sobre diversidade e inclusão no mundo do marketing e da propaganda.

Está cada vez mais claro que as pessoas querem se ver representadas de modo correto e adequado nas peças e ações de marketing e propaganda. Os consumidores sabem que são únicos e diferentes entre si. E querem ver isso aparecer na comunicação das marcas.

Só para se ter uma ideia, estudos recentes mostram que 85% das mulheres não se sentem representadas em anúncios. E tal fato se repete em vários outros segmentos e parcelas do público.

De acordo com o Trabalho de Conclusão de Curso realizado por Enio Graeff Viana e intitulado “O incentivo à diversidade na publicidade brasileira: análise dos programas de inclusão das agências” (Prof.Orientador: Prof. Dr. Emerson Nascimento, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES – CENTRO DE ESTUDOS LATINO-AMERICANOS SOBRE CULTURA E COMUNICAÇÃO):

“O meio publicitário só começou a perceber a importância do trabalho da representatividade quando vieram à tona pesquisas que comprovassem o nível de homogeneidade das peças publicitárias no Brasil. Apesar de ser um país diverso, em que segundo o último censo demográfico11 mais da metade da população se declara negra/parda e 51% são mulheres, a pesquisa da Heads em parceria com a ONU mulheres de 201612 revelou que 90% das campanhas trazem brancos como protagonistas, bem como um grande reforço de estereótipos de gêneros, como a inserção de mulheres somente em algumas categorias de produtos predestinados historicamente a elas.”

A saída mais lógica, objetiva e correta para este problema é investir em equipes diversas, que abriguem todo tipo de pessoas. Isso vale tanto para as áreas de marketing das empresas quanto para as equipes das agências de propaganda.

Sim, as equipes devem abrigar pessoas de todas idades, crenças, classes sociais, etnias e gêneros. Para tanto, algumas agências iniciaram programas de Diversidade&Inclusão. Vamos ver alguns cases.

Um dos exemplos é a JWT. A agência lançou em 2017 o programa 20/20. O objetivo deste programa, realizado em parceria com a ONG Empregue Afro, era fazer com que pelo menos 20% dos cargos estratégicos dentro da agência passassem a ser ocupados por negros até o ano de 2020.

Números fornecidos pela empresa davam conta que um ano depois do início do projeto, esse número já subiu para 10%, alcançando a metade da meta estabelecida.

Já a Publicis criou o “Entre”. Este projeto tinha como objetivo atrair mais mulheres para trabalhar na área de criação, já que o percentual de pessoas deste gênero no setor era inferior ao de homens (20% contra 80%).

Na Grey a ideia foi diferente: ir ao encontro das universidades com o propósito de buscar profissionais de baixa renda e oferecer vagas de trabalho em diversas áreas da agência. A agência estabeleceu uma parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares (Unipalmares), da cidade de São Paulo, e seleciona jovens de baixa renda e lhes dá capacitação durante o programa para que possam ao final de um período de estágio, serem efetivados. Profissionais da Grey agem como uma espécie de tutores dos alunos da Unipalmares para assegurar a integração deles com o restante das equipes, além de ajudar com conhecimento sobre a técnica da publicidade.

Uma outra agência, a Wieden+Kennedy, criou um programa de inclusão que envolve a participação de organizações não-governamentais no momento de seleção dos profissionais. Neste projeto também tem como objetivo de integrar jovens de rendas e classes sociais distintas, mais de dez ONGs indicam nomes de jovens entre 18 e 25 anos e que não necessariamente estão na universidade.

Depois de selecionados, os participantes ganhavam treinamento técnico específico e aulas de inglês, além de outras atividades de capacitação para o dia a dia de trabalho publicitário.

É óbvio que muito ainda precisa ser feito. São anos de não observância da realidade brasileira tanto nas equipes das agências quanto no trabalho colocado nas ruas. Mas a boa notícia é que várias lideranças do mercado acordaram de verdade para esta necessidade.

Agora é acompanhar. E cobrar!

Via Vale começa a semana com palestra

Curso de Processos de Prestação de Contas será destinado para ONGs da região

Uma dúvida recorrente para quem está a frente de uma ONG é a questão da prestação de contas. Pensando nesse aspecto, o Portal Vitrine Social irá aplicar amanhã, 27, o curso de Processos de Prestação de Contas para ONGs. A palestra acontecerá das 17h às 22h, no Auditório do Via Vale Garden Shopping, em Taubaté.

 

O curso será comandado por Karen Fogaça, Advogada especialista no terceiro setor e terá um custo de R$75,00. O conteúdo programático do curso envolverá conceito de prestação de contas, análise da prestação, o que é preciso para montar uma prestação de contas completa e como preencher corretamente os relatórios. Além disso, haverá uma discussão sobre a Transferência de Recursos Públicos.

As inscrições podem ser realizadas pelo e-mail contato@portalvitrinesocial.com.br ou pelo telefone (12) 99749-1463.

Serviço:
Curso de Processos de Prestação de Contas para ONGs – Via Vale Garden

Data: Terça-feira (27)

Horário: das 17h às 22h

Local: Auditório

Investimento: R$75,00

Fonte: Assessoria de Imprensa Via Vale Garden Shopping