Como fazer as pessoas gostarem de mim?
(com participação do Psicólogo Francisco Rodrigues)
É. Parece que você encontra tudo mesmo no Google. Em 2019, muitos descobriram algo interessante. Veja o que o Google respondeu para a 3ª pergunta mais comum nas buscas dos brasileiros ano passado: “Como fazer as pessoas gostarem de mim”. O especialista digital resume assim:
- Elogie as Pessoas.
- Revele um segredo seu.
- Espere o melhor das pessoas.
- Mantenha-se bem humorado.
- Imite seu interlocutor.
- “Abrace” seus defeitos (com moderação)
- Por fim, sorria.
Parece uma receitinha de bolo, não é? Mas, segundo outro especialista (dessa vez um humano) o Psicólogo Francisco Rodrigues, precisamos analisar outros aspectos, como o uso excessivo do celular nos últimos tempos, as relações (ou ausências) entre as pessoas e a comunicação como fio condutor disso tudo. Um exemplo é como as propagandas atuais estão buscando aceitar as pessoas como são, representando públicos mais diversos, de cores, estilos e perfis bem mais plurais.
A propaganda está mais inclusiva? Isso é reflexo desta busca por ser amado?
Segundo o Psicólogo Francisco: “a necessidade de atenção, de ser ouvido continua, pois o celular não te ouve, não te escuta, não ouve suas dores, ele apenas distrai. Portanto, as propagandas estão sim entrando nessa necessidade primal do ser humano: ser atendido na sua atenção, carência.”
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Isso é fato. As pessoas buscam ser amadas, querem ser aceitas e isso parece ser algo intrínseco ao ser humano. As redes sociais e a propaganda digital, portanto, estão criando novos horizontes e tipos de relações. Nos negócios, buscamos novas estratégias para fazer sucesso e tentamos “copiar” fórmulas que nem sempre funcionam. Talvez por isso, os influencers (pessoas com perfis famosos) estão em alta. Eles são pessoas, buscando ser elas mesmas, algo novo para muitas marcas.
Sobre esse fenômeno, Francisco lembra: “Um exemplo marcante é o Influencer Whindersson Nunes, que viralizou de uma forma que chegou a ser o influencer digital mais bem pago no Brasil. Se formos analisar seus vídeos, ele não procurar agradar as pessoas, adivinhar o que elas querem, ele simplesmente coloca quem ele é, não inventa algo que não é. Essa honestidade dele com ele mesmo acabou gerando uma conexão incrível com as pessoas. Pois estamos vivendo uma época onde a pressão para você ser algo diferente está tão grande, que as pessoas ficam perdidas e nem sabem como se manifestar.”
Nessa hora, as marcas podem dar direcionamentos, dar dicas para onde ir, como agir, criar grupos que pensam igual e realmente atender ao público. Essa mudança está fazendo a gente repensar tudo, inclusive a Propaganda.
Sobre as novas tecnologias e facilidades do digital, Francisco opina:
“Acredito que essa sensação de liberdade acabou impactando muito a propaganda, pois agora você precisa ‘acertar’ exatamente a necessidade da pessoa, senão ela não vai querer ver o que você tem pra vender, ela simplesmente troca de mídia, fecha o vídeo etc. Portanto, o novo marketing precisa ter atenção à real necessidade das pessoas, precisa ser mais verdadeiro e honesto com as pessoas.” – conclui Rodrigues.
Mas afinal, alguém pode manipular outra pessoa a ponto de ser amada?
Todo mundo quer ser amado, inclusive as marcas. Poucas conseguem o feito (tirando os haters) e isso envolve muito trabalho. Sobre isso, Francisco conta que existem técnicas reais para manipular as pessoas. Até alguns palestrantes que propõem autodesenvolvimento na internet usam para ganhar fama, porém isso não tem uma duração longa. Portanto, não deve ser um caminho a ser seguido pelas marcas que pensam mais longe e de forma séria. Essa informação nos faz questionar o motivo de tudo isso, seja você uma marca, um influencer ou um palestrante. Você quer ajudar as pessoas ou apenas ganhar dinheiro?
De 2019 para 2020, o mundo mudou.
Sim. A pandemia mudou muito a relação das empresas, marcas e seus consumidores. Nós, comunicadores, precisamos entender as pessoas, ouvir mais elas e sermos rápidos nas ações. Da mesma forma que não podemos deixar uma relação amorosa esfriar, as marcas precisam se preocupar realmente com as pessoas e a todo momento demonstrar esse “amor”.
Para fechar nosso bate-papo, Francisco concluiu: “A Covid-19 trouxe uma situação delicada, onde o marketing precisou se reinventar, pois agora as pessoas só irão comprar o que é essencial. Ou seja, não adianta tentar manipular as pessoas para vender algo, se este algo não for essencial. As pessoas não irão comprar, pois elas sabem muito bem o que é essencial agora. Comida, máscaras, internet rápida etc. Talvez essa crise trouxe à tona a real necessidade das coisas”.
Concordo 100% com a opinião do Psicólogo, afinal estamos vivendo juntos toda essa mudança e todos queremos ser amados: eu, você, as marcas e até a Inteligência Artificial do Google (Assistente Pessoal) que foi programada para nos contar piadas. Quem diria que chegaríamos a esse ponto na nossa relação?