O fim do funil e o começo de uma nova jornada

Por Fátima Leal*

Durante décadas, o funil de vendas foi a principal metáfora para explicar o caminho do consumidor: muitos entram no topo, poucos saem na base, convertidos em clientes. Simples, linear e previsível. Mas esse modelo ruiu. No lugar de um percurso ordenado, temos hoje uma jornada complexa, fragmentada e imprevisível. O funil, como conhecemos, chegou ao fim.

O consumidor atual não caminha em linha reta. Ele pesquisa, compara, muda de ideia, volta atrás, consulta redes sociais, amigos e influenciadores. Às vezes, descobre a marca depois de desejar um determinado produto. Em outros casos, entra em contato com a empresa várias vezes antes mesmo de considerar uma compra. Por vezes, acaba descobrindo uma nova marca, sem mesmo procurá-la. Dessa forma, a jornada deixou de ser um funil para se tornar uma rede de caminhos cruzados, onde cada ponto de contato importa.

Nesse novo cenário, estratégias mais integradas e contextuais, como o Retail Media, ganham protagonismo. Por conectar ambientes físicos e digitais, ele permite que as marcas estejam presentes nos momentos certos da jornada, independentemente da ordem em que esses momentos acontecem.

Portanto, as empresas que insistem em mapear suas estratégias com base no funil tradicional estão ficando para trás. A nova lógica exige flexibilidade, personalização e escuta ativa. As marcas que se destacam são aquelas que constroem relacionamentos antes de converter vendas. O foco deixa de ser “empurrar” o consumidor para a próxima etapa e passa a ser “estar presente” em todos os momentos que importam.

Atualmente, ao invés de funis, as empresas estão adotando modelos circulares ou espirais, como o flywheel (roda giratória), que coloca o cliente no centro e gira em torno de experiência, retenção e recomendação. O pós-venda, antes ignorado como etapa final, se tornou ponto de partida para novas oportunidades de negócio.

Nesse cenário, a integração entre Marketing, Vendas e Atendimento também se tornou essencial. Não faz mais sentido termos departamentos isolados tentando “passar o bastão” em cada etapa. As equipes precisam agir de forma conjunta, compartilhando dados em tempo real e alinhando discursos para garantir uma experiência contínua e relevante.

É nesse contexto que o Retail Media também se posiciona como um elo entre marcas e consumidores, oferecendo dados de compra reais e pontos de contato que acompanham o cliente dentro e fora do ambiente de varejo. Ao integrar mídia, jornada e intenção, ele reforça a presença das marcas em momentos decisivos.

Outra mudança importante é o papel da tecnologia. Plataformas de CRM, inteligência artificial e análise de comportamento estão ajudando as marcas a entenderem melhor seus consumidores, anteciparem necessidades e personalizarem suas ofertas. Mas tecnologia sem empatia não sustenta relacionamento. As empresas precisam usar os dados para ouvir, e não apenas para vender.

Vale concluir que o fim do funil não é o fim das vendas. É o começo de uma nova abordagem, mais humana, fluida e centrada no cliente. Uma era onde o sucesso não depende apenas de atrair e converter, mas de cultivar, surpreender e reter. O consumidor já mudou — cabe às marcas acompanharem esse movimento.

*Fátima Leal – Diretora de Key Accounts e Agências da Unlimitail, joint venture entre o Grupo Carrefour e o Grupo Publicis que desenvolve e oferece soluções modernas em Retail Media para Europa e América Latina.

O que seu varejo deve fazer para se destacar

Marketing de varejo: o que seu negócio precisa ter para se destacar da concorrência

Loja organizada, equipe de funcionários contratados, estoque cheio e portas abertas. Apenas isso não vai atrair clientes para o seu negócio. Segundo o especialista em marketing e estratégia de negócios, Frederico Burlamaqui, algumas ações são necessárias, tanto para atrair os clientes, quanto para garantir que eles voltem a comprar do seu negócio. Burlamaqui dá dicas para que todo o processo, desde a entrada do cliente até a finalização da venda e pós-venda, traga o tão esperado sucesso.

1- Identifique seu público-alvo e os pontos fortes da sua empresa;

2- Estude a concorrência, compreenda o que eles fazem para conquistar e fidelizar seus clientes;

Frederico Burlamaqui

3- Preste atenção na apresentação dos produtos, dos funcionários, da limpeza da loja, na comunicação usada no ambiente. Produtos bem apresentados têm resultados de vendas melhores;

4- Treine a sua equipe! Tenha metas de vendas e deixe claro aos colaboradores como funciona o negócio;

5- Colete dados! Tenha números de vendas, faturamento, pesquisa de satisfação dos clientes. Existem inúmeras ferramentas de gestão para ajudar nesse processo;

6- Analise seus resultados! Quais produtos vendem mais, quais produtos precisam de um maior controle de estoque, como foi o resultado de determinada promoção;

7- Não tenha medo de mudar! Após a análise dos dados, altere a estratégia quantas vezes forem preciso para alcançar os resultados que deseja;

8- Tenha uma comunicação clara e objetiva! Apresente ao cliente o maior número de informações sobre o seu produto, e tenha colaboradores bem treinados para passar essas informações;

9- Invista nas redes sociais! Muitas vezes o cliente pesquisa online para finalizar a compra na loja. Tenha canais como site, mídias sociais e atendimento via WhatsApp, para tirar dúvidas e apresentar os produtos sem que o cliente precise estar fisicamente presente;

10- Tenha um controle pós-venda e cadastro de clientes. É a ferramenta mais valiosa de uma empresa: conhecer as preferências do consumidor e acompanhar sua jornada dentro da empresa garante portas abertas para um novo contato com ele.

O grande volume de concorrentes e alto nível de competitividade exigem uma estratégia bem definida para o sucesso da empresa. “Faça com que seus clientes desejem voltar ao seu negócio. Eles precisam ter uma experiência de compra completa e satisfatória para voltarem a comprar com você”, finaliza Burlamaqui.

Fonte: Trio Comunicação