A luta das marcas por atenção

Por Leila Guimarães*

Em 1968, nos primórdios da internet, Caetano Veloso cunhou na música Alegria, Alegria uma indagação que segue muito atual: “Quem lê tanta notícia?”. Passados quase 60 anos, em meio ao excesso de informações, até por causa do aumento na diversidade dos conteúdos no mundo digital, conquistar e reter a atenção dos consumidores se coloca como um dos principais desafios para as marcas.

Atualmente, somos bombardeados diariamente por diversos anúncios nas plataformas digitais, que acabam disputando a nossa atenção a todo momento. Segundo um levantamento realizado pela Think With Google, 53% das pessoas que acessam um site com uma demora de mais de três segundos para carregar não permanecerão na página.

Então, como as companhias devem disputar a atenção dos clientes tendo em vista todo esse contexto? Primeiramente, acredito que seja importante a empresa ter uma equipe especializada nesse sentido para traçar estratégias e, consequentemente, manter a atenção dos clientes fiéis e dos potenciais que ela deseja conquistar. As plataformas digitais, por exemplo, utilizam alguns recursos para reter o interesse do usuário.

Entre eles, destaca-se o AutoPlay, que permite um vídeo do YouTube iniciar sem o autocomando. Assim, é possível incluí-lo no site institucional, em uma matéria jornalística ou de branded content, por exemplo. De acordo com a 3ª edição da pesquisa WhyVideo, realizada pelo Instituto Ipsos, 75 milhões de brasileiros utilizam o YouTube na Smart TV. Destes, 90% estão abertos a anúncios de marcas que são inseridos em algum vídeo de interesse pessoal relevante. Já 85% dos entrevistados afirmaram que a publicidade em vídeo é fundamental para conhecer novas empresas e 82% dos brasileiros dizem que as publicidades, em vídeos no YouTube, influenciam para comprar uma marca ou determinado produto.

Outra forma é a publicidade em vídeo inserida em jogos para celular, e, neste universo soluções como as disponibilizadas pela empresa Lumen, que são baseadas em Eye Tracking, e modelos preditivos que usam a inteligência artificial para medir a atenção dos usuários na publicidade em que são expostos enquanto jogam em seus celulares são excelentes exemplos.

Assim, é necessário que as empresas considerem a importância de ocupar esses espaços para a atração de novos clientes. Tanto que o relatório Digital 2022 Global Overview Report levantou: o investimento em publicidade digital no Brasil já ultrapassou a marca de R$ 14 bilhões no primeiro semestre e está relacionado ao aumento de pessoas que utilizam a internet no País, sendo de aproximadamente 165 milhões, dado que reafirma ainda mais a necessidade de as companhias atentarem para a necessidade de se posicionarem corretamente nos meios digitais.

Novas ferramentas de monitoramento da atenção do usuário despontam em vários locais e isso tende a evoluir rapidamente, pois coloca a atenção como uma das métricas mais importantes a serem atingidas nas campanhas. O grupo de publicidade Omnicom, por exemplo, utiliza ferramentas que medem a atenção nas campanhas digitais como uma maneira de valorizar uma impressão em detrimento da outra, de reduzir orçamentos e, por fim, de aumentar o retorno sobre o investimento.

Dessa forma, as empresas devem estar cada vez mais preparadas para a nova era do marketing digital onde a assertividade é essencial para a ampliação do seu alcance. A quantidade de conteúdos digitais aumenta a cada dia e a atenção do usuário tem se tornado um dos focos mais importantes para a retenção de clientes e, consequentemente, o aumento das receitas.

Até porque se os dados são considerados o novo petróleo, a atenção ainda é um recurso escasso a ser atingido. Portanto, empresas, preocupem-se com a conquista e retenção da atenção dos usuários, seja nas redes ou nas suas campanhas!

*Leila Guimarães é country manager da Adsmovil Brasil