por Josué Brazil
Vivemos em um cenário no qual várias disciplinas alternativas de comunicação surgiram e vem surgindo. Isso possibilitou várias maneiras de contatar o consumidor, muito além do cenário das mídias de massa e de mão única que vivenciamos até bem pouco tempo.
O surgimento das mídias digitais – internet – foi um ampliador e acelerador deste cenário. Como consequência a comunicação ficou mais dirigida e menos massiva, ao mesmo tempo em que o consumidor passou a sofrer uma enorme carga de impactos de comunicação, informação e marketing: o consumidor multimpactado.
Em megacidades como São Paulo e Nova Iorque as pessoas são expostas a milhares de mensagens por dia. De acordo com Daniel Leal:
“O conceito de Capitalismo Informacional determinou que a Tecnologia da Informação é o paradigma das mudanças sociais, que reestruturou o modo de vida moderno a partir da década de 80. Com isso, consolidamos uma sociedade conectada e cada vez mais desconfiada, consequência direta da sobrecarga de informação disponível (“information overload” ou “infoxication” – como é conhecido pelos norte-americanos) que dificulta a tomada de decisão em diversas situações.”
Dados apontam também que o Brasil figura como terceiro país na lista entre os que mais exibem comerciais durante o dia. E aí é importante citar que de acordo com o Dimension 2019, estudo realizado pelo Kantar Ibope Media, para grande parte dos consumidores toda comunicação de marca é publicidade.
A partir desta realidade entendemos que o espectador agora é INTERATOR. E que o consumidor agora é PROSSUMIDOR. Com a popularização da Internet o cidadão ampliou o seu lugar de fala e mudou o jogo. Para Raquel Recuero (Redes Sociais na Internet, 2010) vivemos uma nova revolução na qual as redes são as mensagens.
Esse quadro fez emergir um novo consumidor. Bastante diferente do consumidor de duas ou três décadas atrás.
De acordo com Joseph Jaffe em sua obra O declínio da mídia de massa, o consumidor atual é:
1 – O consumidor de hoje é inteligente;
2 – O consumidor de hoje está emancipado;
3 – O consumidor de hoje é cético;
4 – O consumidor de hoje está ligado;
5 – O consumidor de hoje tem pouco tempo;
6– O consumidor de hoje é exigente;
7 – O consumidor de hoje é “desfiel”;
8 – O consumidor de hoje está sempre acessível;
9 – O consumidor de hoje está a frente;
10 – O consumidor de hoje é vingativo.
A ideia e a compreensão do conceito do consumidor multimpactado nos leva a discutir a Economia da Atenção. Já sabemos que o excesso de informação conduz à escassez de atenção. Mas isso já é assunto para o nosso próximo artigo.