Pra melhorar o resultado melhore a experiência

Entenda a jornada e elimine a fricção

por Josué Brazil

Depois de muito ler, ouvir e assistir conteúdos diversos sobre os nossos tempos de marketing, comunicação e negócios estou amplamente convencido de que a coisa mais capaz de mover para cima o ponteirinho dos resultados de uma corporação é o forte, amplo e completo entendimento da jornada de seus consumidores/usuários/clientes.

Entender pra valer quem usufrui de seu produto ou serviço e buscar, com disciplina e vontade espartana, eliminar as dores e os pontos de fricção para tornar muito boa ou excelente a experiência do consumidor é o que podemos e devemos fazer para melhorar o desempenho dos clientes para os quais nossas consultorias e/ou agências trabalham.

Devemos mostrar aos clientes que reduzir atritos durante toda a jornada do consumidor é fator decisivo. E isso deve envolver a empresa toda e não um único departamento ou área.

O gargalo, por exemplo, pode estar nas formas de pagamento. Tenho exemplos de empresas que não entregam facilidades na hora de pagar. Em um momento da minha vida estava fazendo um curso e descobri que a única forma de pagar era retirar um boleto físico num ponto físico e após isso pagar em uma agência bancária. Além disso, o lugar para retirada do tal boleto não oferecia estacionamento, o atendimento era lento e você perdia um tempão tentando simplesmente pagar uma mensalidade do curso que você optou fazer. Fricção, atrito, experiência ruim.

O cliente deve estar consciente de que não pode transferir uma dificuldade ou falha de processo para quem compra e usa seu produto ou serviço. E uma análise acurada de todos os pontos de contato e todas as etapas da jornada de compra ajuda a identificar e reparar possíveis fricções.

Fazendo isso, eliminando o atrito, certamente os resultados vão melhorar. É claro que os outros fatores seguem sendo importantes: o produto ou serviço deve ter qualidade e entregar o que promete, deve estar disponível e a um preço adequado etc etc. Ou seja: os quatro e eternos Ps do marketing devem estar sob controle.

Buscar ferramentas novas e novos modos de fazer é fundamental. Não dá para as empresas continuarem repetindo processos que já dão claros sinais de fadiga e prazo de validade vencido. As tecnologias digitais ajudam e muito a tornar mais fácil e agradável a vida de quem compra produtos e serviços. Há muita coisa disponível – e barata – para auxiliar numa melhora grande de sua capacidade das corporações de entregar melhor o que oferta aos públicos. Ou seja, jogue fora o “sempre fizemos assim” e comece a pensar em possibilidades novas. Pra valer!

Muito mais do que anunciar e tornar amplamente conhecida uma marca você, como publicitário e profissional de marketing e/ou comunicação, deve mostrar às empresas para as quais presta trabalha ou presta serviço, que entender muito bem quem utiliza o que você disponibiliza é fator decisivo. E aí, uma vez entendida toda sua relação com esse público, encontrar maneiras de fazê-lo feliz, satisfeito e pronto pra fazer a apologia do que vivenciou ao escolher tal marca.

Posso estar errado, afinal tudo muda muito rápido e o tempo todo nesse mundinho que ora habitamos. Mas no momento penso muito assim.

Bora lá melhorar a experiência de nossos públicos?!

Jornada de dados

Quanto mais dado melhor? – A importância da jornada de dados para sua empresa

Por Felipe Stutz*

Um trilhão de gigabytes ou 163 zettabytes. Você já pensou em quanta informação esse número representa? Apesar de ser uma quantia inimaginável, esse é o número de dados digitais que o mundo terá em 2025, de acordo com estudo do IDC. Esse valor é 10 vezes maior do que o que foi gerado em 2016, por exemplo.

Em teoria, empresas de diversos setores utilizam a análise de dados para tomar decisões de negócios, entender clientes e parceiros, ou ainda tomar decisões estratégicas e fazer diagnósticos de problemas internos. Para essas organizações, parte-se do princípio que essa quantia de dados que geraremos nos próximos anos seja excelente para a inteligência estratégica.

No entanto, na prática, é muito fácil ser rico em dados, mas pobre em insights para o negócio, caso tudo que for coletado não seja analisado de maneira eficiente. Para fazer uma análise inteligente dos dados gerados por uma empresa, e da relação com clientes e parceiros, é necessário saber separar o que é crucial para a tomada de decisões do que é menos relevante.

Apesar de faltar 7 anos para a previsão do IDC se cumprir, é fundamental começar desde já a se preocupar com isso, até porque, a quantidade de dados gerados atualmente pelas empresas já é bastante grande.

Para lidar com essa demanda, as empresas precisam adotar procedimentos e tecnologias que permitam que em poucos anos consigam utilizar as informações geradas para liderar boa parte de suas decisões de negócios.

A jornada de dados é um passo importante nesse sentido. As organizações necessitam pensar inicialmente na coleta de dados, em como transportá-los, protege-los, e armazená-los, mas também, no que farão a partir daí. Estes dados precisam ser encaminhados para plataformas que permitam seu processamento e posterior análise, para então se identificar o que é válido.

Ou seja, a partir de tecnologias de análise de dados e o estudo de uma equipe de cientistas da informação, é possível entender o que deve ser descartado ou mantido. A partir disso, a área encarregada poderá definir para quais setores da empresa as informações coletadas trazem maior inteligência e definir como serão utilizadas.

Para se ter uma ideia, isso é tão importante que, segundo a pesquisa Global Data and Analytics survey, da PWC, 39% das empresas se veem como altamente direcionadas por dados, sendo que 36% delas conseguem prever melhor do que as demais organizações os próximos passos a tomarem. Ao mesmo tempo, até as empresas que não se veem como data-driven, percebem essa necessidade crescente e têm a consciência que suas organizações poderiam confiar muito mais em análise de dados e menos na intuição de seus gestores.

Isso mostra que a urgência da jornada de dados existe e já é percebida inclusive por empresas que ainda não adotaram qualquer medida de transformação digital. Em um mundo altamente conectado, muitas informações continuarão sendo geradas, e isso não é necessariamente bom. É preciso cuidado para não cair na armadilha de que ter uma imensa quantidade de dados será um diferencial para os negócios. As empresas que já se preocupam em processar, analisar e tomar decisões inteligentes com base nos dados coletadas certamente terão vantagem nessa corrida.

*Felipe Stutz é Diretor de Soluções da Orange Business Services para América Latina

Fonte: aboutCOM – Natália Diogo