Com experiência Phygital, CenterVale abre a temporada Primavera-Verão e apresenta o que será destaque nas vitrines do shopping

Mostra tem curadoria assinada pelo consultor de moda Reginaldo Fonseca e vai unir experiências presencial e digital para mostrar os estilos que vão dominar a estação

Com uma ação que une os universos físico e digital, o CenterVale Shopping inaugura, no próximo dia 22 de setembro, a temporada Primavera-Verão, destacando as principais tendências de moda da estação que estarão nas vitrines das lojas do centro de compras.

Idealizada no estilo Phygital, a ação conta com a curadoria do consultor de moda Reginaldo Fonseca em parceria com a designer floral Maiara Munholi e tem como objetivo criar uma jornada unificada para o consumidor, onde o digital e o físico não são separados, mas sim complementares.

No espaço físico, 12 looks estarão expostos em manequins, apresentando as principais tendências da próxima temporada em uma linguagem moderna, real e acessível aos clientes.

A experiência digital da ação será composta pela exibição, nas redes sociais do shopping, de uma série de vídeos em formato de reels que mostrarão aos clientes o conceito da criação de cada look, ajudando a reforçar ainda mais a conexão entre moda, estilo e experiências pessoais.

“Queremos que cada pessoa se reconheça nas produções e perceba que a moda pode, sim, fazer parte da sua vida de maneira acessível, divertida e com estilo”, destaca Fernanda Studart, gerente de marketing do CenterVale.

Conceito & Estilo

Os looks inspirados nos estilos batizados de Resort, Conforto, Versátil, Chic e Sofisticado foram compostos por peças que já podem ser encontradas nas lojas do shopping e, segundo Reginaldo Fonseca, representam estilos que refletem as diferentes ocasiões do dia a dia das pessoas.

“A moda está diretamente ligada ao que vivemos. Por isso, as composições foram criadas para refletir momentos reais, em que as pessoas possam se enxergar e se inspirar”, destaca Reginaldo, curador do projeto.

A ambientação do espaço da mostra com os manequins contará com arranjos de flores naturais para evidenciar ainda mais a leveza, o frescor e a beleza da estação. “As flores não apenas compuseram os looks, mas também integrarão a cenografia do espaço. Cada espécie foi escolhida para dialogar com as peças de vestuário, criando intensidade à experiência visual e emocional do público”, afirmou Maiara Munholi, proprietária da Ateliê de Flores e responsável pela concepção estética do ambiente de exposição.

Tendências

Os looks da próxima estação irão evidenciar o equilíbrio harmonioso entre as cores suaves e tons vibrantes, como o amarelo manteiga, laranja tangerina, verde vivo, além dos tons clássicos de rosa-bebê e lilás. Entre os tecidos e estampas que se destacarão estão o xadrez Vichy, a estampa floral maximalista e listras criativas.

Para quem prefere um visual mais discreto, a paleta de tons neutros e terrosos também estará em alta, assim como o boho chic, babados, transparências, acessórios, lenços e os tecidos naturais como algodão, linho e fibras leves, provando que a temporada pode atender a todos os gostos.

Serviço

CenterVale na Moda

Data: De 22 a 30 de setembro

Local: Próximo à Smart Fit

Redes sociais: entre os dias 22 e 30 setembro

Participação: Gratuita

Lojas participantes: Lacoste, Renner, Reserva, Adidas, Farm, Hering, Tommy Hilfiger, Luz da Lua, Lez a Lez, MOB, Arezzo, Aramis, Morana, Riachuelo, Ótica Diniz, LIVE!, Cia Marítima, Óticas Carol e Sunglass Hut.

A nova era do Varejo: como a digitalização do PDV está redefinindo a experiência do cliente

Por Paulo Moratore*

Mesmo com o crescimento do comércio eletrônico brasileiro, há um fator que não muda: o brasileiro gosta mesmo é da loja física. Ao menos 89% das vendas totais do varejo em 2024 foram feitas nesse canal, segundo o Relatório de Transformação Digital da América Latina, elaborado pela Atlântico, fundo de venture capital voltado para investimentos na América Latina.

Em um mundo onde a conveniência e a personalização ditam as regras do consumo, a digitalização das lojas físicas se tornou essencial para atrair, engajar e fidelizar clientes. A competição com o e-commerce já não é apenas uma disputa por preços ou variedade de produtos; trata-se de oferecer experiências integradas, fluidas e altamente conectadas.

O conceito de phygital, que une o melhor dos ambientes físico e digital, tem ganhado espaço como resposta a essa nova realidade. Cada vez mais, consumidores esperam que as lojas ofereçam não apenas produtos, mas também tecnologia embarcada para facilitar a jornada de compra. Seja por meio de autoatendimento, pagamentos invisíveis, personalização baseada em inteligência artificial ou mesmo experiências imersivas que utilizam realidade aumentada, o varejo físico precisa evoluir para atender a essas novas expectativas. Essa transformação não é apenas uma tendência: é uma necessidade para a sobrevivência e crescimento no setor.

O que a loja física tem?

O fato é que as lojas físicas oferecem atributos únicos, que os consumidores valorizam muito – afinal, é possível ver e sentir os produtos antes de comprá-los. Além disso, o consumidor ainda prefere o atendimento presencial na loja. A experiência tangível, o contato humano e a imediaticidade proporcionados pelo ambiente físico continuam insubstituíveis para grande parte do público. Visitar uma loja permite ao cliente tirar dúvidas pessoalmente, experimentar produtos e obter imediatamente aquilo que deseja – vantagens que complementam a conveniência do online.

Por outro lado, o varejista não pode ignorar que o comportamento de compra está cada vez mais digital. O e-commerce continua crescendo em ritmo superior ao do varejo tradicional​ – e isso tem acontecido desde 2019 – e isso tem feito com que o consumidor tenha a expectativa de encontrar nos pontos de venda físicos a mesma agilidade e informação que obtém no ambiente online. Isso torna a digitalização da loja física crucial: trata-se de incorporar tecnologias que elevem a eficiência operacional e melhorem o serviço ao cliente, equiparando a experiência na loja com os padrões modernos estabelecidos pelo e-commerce.

Do ponto de vista corporativo, adotar ferramentas digitais no varejo físico já demonstrou impactos positivos. Pesquisas indicam que 86% dos varejistas reconhecem a transformação digital como vital para a sobrevivência de seus negócios, e aqueles que efetivamente investem em novas tecnologias tendem a colher resultados: um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelou que 74% dos varejistas brasileiros que implementaram tecnologias em suas operações registraram crescimento na receita.

O conceito phygital

No centro da digitalização do varejo físico está o conceito de phygital, que integra as esferas online e offline estrategicamente, unindo o que há de melhor no ambiente físico – como o contato humano, o aspecto sensorial dos produtos e a espontaneidade da descoberta – com a conveniência, a velocidade e a riqueza de informações proporcionadas pelo meio digital​.

Na prática, isso significa eliminar fronteiras na jornada do cliente, permitindo que o consumidor transite entre canais sem qualquer atrito: ele pode iniciar sua pesquisa de compra em um aplicativo ou site, experimentar ou visualizar o produto pessoalmente na loja, e finalizar a transação no e-commerce ou no próprio ponto de venda – tudo de forma integrada e fluida.

Sob a ótica phygital, pouco importa onde a venda é concluída; o foco está em proporcionar uma experiência coesa, na qual cada etapa complementa a anterior. Para os varejistas, adotar o phygital implica repensar processos e tecnologias para construir esse ecossistema unificado.

O desafio é garantir que sistemas e equipes trabalhem de maneira orquestrada, compartilhando dados e insights, de modo que o cliente tenha um atendimento personalizado e consistente em todos os pontos de contato. Por exemplo, um cliente pode receber recomendações online baseadas em visitas que fez à loja física, ou ser atendido na loja por um vendedor já ciente de suas preferências graças aos dados coletados em interações digitais anteriores.

Inovação no varejo

Algumas tecnologias já têm mudado a cara do varejo brasileiro – e uma das tendências que mais têm se popularizado é a implementação de displays digitais e totens informativos – também conhecidos como digital signage – e que vêm substituindo cartazes estáticos.

As telas exibem vídeos, ofertas atualizadas em tempo real e até conteúdo personalizado de acordo com o horário ou perfil do público, tornando a comunicação visual do ponto de venda muito mais dinâmica. Além disso, em grandes redes, a sinalização digital permite que a experiência do cliente seja a mesma, não importando se a loja visitada está em São Paulo, ou em Manaus, por exemplo.

Outra inovação que tem feito a diferença são os sistemas de etiquetas eletrônicas de preço, com pequenas telas instaladas nas prateleiras que atualizam automaticamente os valores dos produtos conforme ajustes no sistema central. Essa automação garante consistência de preços entre a gôndola e o caixa, elimina a necessidade de troca manual de etiquetas em promoções e permite estratégias de precificação mais ágeis (por exemplo, alterar preços de acordo com o horário ou nível de estoque).

Além dessas, há também o autoatendimento, que tem se popularizado. Essa tendência ganhou força nos últimos anos no Brasil e pesquisas apontam que sete em cada 10 clientes já priorizam os self-checkouts para finalizar suas compras quando essa opção está disponível​. Os motivos são claros: maior conveniência, filas menores e rapidez nas transações – benefícios especialmente valorizados após o contexto da pandemia de Covid-19, que acelerou a adoção dessas soluções​.

Outra frente de inovação crítica é a aplicação de Inteligência Artificial (IA) e análise de dados no ambiente de loja. Essas ferramentas funcionam “nos bastidores” para tornar operações e decisões mais inteligentes. Por exemplo, algoritmos de IA podem prever a demanda de produtos com base em históricos de vendas e eventos sazonais, otimizando os níveis de estoque em cada filial. Sensores IoT e câmeras inteligentes são usados para monitorar prateleiras e mapear o trajeto dos clientes pela loja, gerando dados semelhantes ao “analytics” de um site físico.

A IA também está revolucionando a prevenção de perdas e segurança: sistemas de visão computacional aliados a aprendizado de máquina detectam comportamentos suspeitos ou irregularidades, ajudando a reduzir furtos e quebras operacionais. De acordo com um estudo recente, 75% dos varejistas estão sob pressão para reduzir perdas e melhorar a experiência, e muitos veem na tecnologia uma solução – mais de 40% dos lojistas planejam implementar câmeras e sensores inteligentes de autoatendimento, visão artificial avançada e etiquetas RFID para controle de estoque nos próximos anos​.

Em conclusão, a digitalização das lojas físicas se consolida como um caminho sem volta para o varejo que deseja prosperar. A união harmoniosa entre os canais físico e digital – viabilizada por tecnologias inovadoras e por parceiros especializados – redefine a experiência do cliente, tornando-a mais prática, envolvente e personalizada. Lojas conectadas e inteligentes tendem a elevar a satisfação dos consumidores e a fidelização, ao mesmo tempo que otimizam os resultados do negócio. Nesse novo contexto phygital, quem souber equilibrar o toque humano com a precisão das máquinas e dados certamente estará um passo à frente na preferência do cliente e na competitividade do mercado.

*Paulo Moratore é Head da unidade de negócio Selbetti Retail Experience na Selbetti Tecnologia

Phygital: como integrar os dois ambientes de forma saudável

Shirlei Miranda Camargo (*)

Há alguns anos lembro de afirmações de que as lojas físicas iriam morrer, substituídas pelo e-commerce. Eu nunca acreditei nisso, sempre rebatia que não, mas que certamente elas precisariam se reinventar para sobreviver. E foi o que aconteceu: com o surgimento do Omnichannel (integração dos diferentes canais), a loja física voltou a fazer “parte do jogo”. No Omnichannel, por exemplo, o consumidor compra pela internet mas pode retirar o produto na loja física.

Esta facilidade inclusive ajudou resolver um dos “pontos fracos” das compras pela internet: o fato dos consumidores terem que esperar para ter em mãos o seu tão sonhado produto recém comprado. Agora o consumidor pode comprar no e-commerce da empresa e retirar até no mesmo dia o produto em uma loja física. Perfeito. Enfim, o mundo físico não foi substituído, mas sim integrado com o digital.

Essa integração fez surgir um novo termo do marketing: o phygital, que é a junção de experiências digitais com físicas. De acordo com o estudioso do tema Van Tichelen, o termo phygital nem é tão novo assim. Foi utilizado pela primeira vez ainda em 2013 por uma empresa de marketing australiana, a Momentun, que inclusive patenteou a palavra. Contudo é importante esclarecer que o phygital vai além da junção do mundo físico com o mundo digital: trata-se da fusão destes dois ambientes com o objetivo de criar uma experiência altamente personalizada e envolvente, gerando a fidelidade do cliente.

Vamos a um exemplo diferente de phygital onde a pessoa olha primeiro o produto no ambiente físico e depois compra. A rede de móveis Made tem um showroom onde o consumidor não pode comprar nada. Os produtos ficam expostos apenas para que os clientes possam vê-los e senti-los. Lá eles podem criar uma lista de desejos, usando as etiquetas digitais, e terminar suas compras mais tarde pela internet. Ideia sensacional e que evitaria vários dissabores.

Existem inúmeras possibilidades de como os ambientes físicos e digitais podem ser integrados, e com certeza novas formas surgirão. Outras áreas também estão se apropriando do conceito do phygital, como a educação (aulas híbridas) e a medicina (consultas virtuais).

Apesar de o conceito ser relativamente novo, principalmente aqui no Brasil, podemos seguir algumas diretrizes para criar um ambiente de vendas phygital. A primeira delas é interligar os dois ambientes e transformar o físico-digital em única experiência. Na sequência, as lojas devem buscar otimização e eficiência e abrir novas formas de entretenimento dentro do varejo, como a gamificação na loja (outra tendência). Os produtos deixam de ser protagonistas pois tudo impacta na experiência do cliente, desde a ambientação e design da loja até o suporte técnico. Isto porque o produto não será mais o foco que leva as pessoas a visitarem uma loja, mas sim o conjunto de experiências e emoções que os consumidores esperam viver.

A loja deve ser vista como espaço de comercialização de produto-serviço, um sistema híbrido que coletará dados em tempo real para entregar um serviço sob medida. Uma espécie de loja do futuro, que mais se parece com um lugar de pertencimento, com identidade própria, onde os clientes se sentirão em ‘em casa’. E por último, a era digital traz novas formas de interação homem-homem, homem-espaço, homem-produto. Dentro deste cenário, colaboração, codesign e cocriação serão a base de qualquer processo criativo para a integração de serviços personalizados capazes de melhorar a experiência de compra phygital.

A sociedade evoluiu, aliás, está evoluindo e nós teremos que aprender a conviver nesses dois mundos. Confesso que, para as pessoas que nasceram no mundo analógico, não é uma tarefa fácil, mas é necessária. Bem-vindo a uma nova era que surge: o mundo phygital!

(*) Shirlei Miranda Camargo é Professora Dra. em Estratégia de Marketing da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter