Coluna Branding: alma da marca

O big bang da propaganda
arte arison coluna
Tenho ministrado uma disciplina chamada aplicações de propaganda onde me deparei com um livro que faz parte da bibliografia e que relendo seu conteúdo me chamou muito a atenção. Propaganda de A a Z é o  manual de inserção ao aluno desde que tive esta matéria, com o Josué Brazil, em 1997. Percebi então que o tempo passou para mim, para professores e alunos, mas que a nossa ciência chamada propaganda parece não ter evoluído em teorias da mesma forma que evoluiu em prática.
Não que o livro não seja bom. É sim, muito! Mas já se tornou história. Não se vive mais os ensinamentos escritos lá!

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Em meus próximos artigos, nessa coluna, vou me dedicar a falar um pouco mais sobre os assuntos desse momento de transformação que vivemos no mercado. Cenário causado pela mudança dos paradigmas da era digital e que nós publicitários sentimos primeiro, porque vemos primeiro.
É o que estou chamando de Big Bang da propaganda! Vamos lá :
Devemos acabar com as agências de propaganda.
Um mal sempre morre pela raiz, e está no radical da palavra AGÊNCIA, o mau que vejo como desafio do mercado publicitário. A sua imagem de intermediador!
Em sua origem agenciar é um ato intermediador. Significa que publicitários nasceram como ”marchand”, desenvolvendo espaços que detinham talentos “guardados” sob seus tetos e disponibilizando o conteúdo dessas capacitações criativas para a comercialização em propaganda. De forma resumida o publicitário se originou como um profissional da intermediação de talentos, em um momento onde compreender e lidar com a genialidade artística era tão difícil quanto o artista conseguir se sustentar comercialmente.
Enfim, o publicitário se caracterizou por ser essa ponte entre a criatividade e o comércio, mas isso não se sustenta mais no novo mundo, onde tudo vira um simples wathsapp.  E é ai que a imagem do publicitário tem virado a do profissional do OPORTUNISMO. É isso o fator preocupante!
 As transformações da era digital estão criando um mundo onde produtores artísticos podem e serão consumidos sem o intermediador, portanto sem alguém que o agencie da maneira que conhecemos. É nesse momento, que os publicitários parecem estar perdendo o que faziam de melhor.
A reinvenção passa por aceitar essa transformação e por oferecer algo mais concreto. A Publicidade então, passa a fazer parte da ciência que estuda o consumidor e aplica técnicas criativas gerenciando resultados, o que Eduardo Simon, presidente da nova DPZ&T, chama de marketing em tempo real.
man-791049_640Para mim, também vejo que boa parte do mercado será incluído ao marketing ou a serviços de tecnologia, mas existem outros modelos mais criativos nessa fase, que estou chamando de “big bang” da propaganda, onde há uma pulverização das especialidades.
Vejo que no futuro breve todas as agências precisarão se posicionar sobre qual o serviço ela presta, com excelência, na realidade.  Uma coisa é certa a prestação de serviço precisará oferecer conhecimento e vantagens reais ao mercado. Não haverá mais espaços para o achismo, para a falta de ciência, para o experimentalismo e principalmente para o oportunismo.
Deveremos nos consolidar como especialista e com isso deixar a agência para trás, passando a ter escritórios, consultórios ou estúdios. Esse caminho é irreversível, quem não se adaptar vai fechar.
Mas vejo uma luz nisso tudo. Como intermediadores vivíamos parasitando as verbas de comunicação. Se elas eram boas, ganhávamos bem, se não, mal! Como especialistas podemos determinar um novo modelo de negócio. Incluindo valor ao serviço prestado. É a chance que esperávamos de recomeçar.
Nos próximos artigos continuarei tratando do assunto o big bang da propaganda, com temas ainda mais específicos.

Coluna Branding: a alma da marca

O que importa em uma marca

arte arison coluna

 

Nesse último mês fui bastante questionado sobre minha opinião a respeito da nova marca da operadora de telefonia Oi. Resolvi então deixar aqui a minha opinião a respeito, apresentando a vocês o que acho importante em uma marca.

Primeiramente, devo definir quais os princípios em que me baseio para analisar qualquer ação de comunicação e assim, parto da “construção simbólica” como pedra fundamental de uma análise. Devemos entender que construção simbólica é a capacidade de passar algum conteúdo a saber, através de alguma forma portadora, garantindo significado a todos os interlocutores.

Nisso muitos criadores de logotipos se perdem, quando tentam significar usando formas já reconhecidas com objetivo de facilitar a identificação, mas trazem em sua comunicação o que eu chamo de significados ocultos ao símbolo. É como se usássemos a jarra que estava cheia de leite para oferecer água aos convidados. Alguns sentiriam um gosto estranho de leite ao beber a água.

O segundo princípio que uso, vem da escola Bauhaus, “a forma é subordinada à função”. Aqui o problema está naquele que busca incansavelmente o inovador, pensando só na forma e não naquilo que quer transferir como conhecimento. É o erro comum dos amadores! É quando se deseja tanto ser diferente que se esquece da principal função da comunicação que é transmitir. Façamos o seguinte exemplo, use a panela de pressão para ferver o leite e ninguém irá bebê-lo pois não irão reconhecer que leite está dentro da panela de pressão.

Por fim, meu último princípio é o mais difícil de fazer acontecer e também o mais importante: “Um bom símbolo é aquele que porta a verdade.” Não se pode vender mentira em branding, pois mentira tem perna curta e a marca precisa fazer uma longa caminhada. Sua imagem deve ser sinônimo da verdade em sua identidade. É possível explicar até defeitos com verdades bem simbolizadas, mas nunca conseguiremos vender leite por água.

https://www.youtube.com/watch?v=qq5Ec_GCzGE

Quando aplicamos tais princípios à marca nova da Oi, vemos que o polêmico nessa marca está no querer usar mais de uma forma para conceituar sua identidade. Veja que essa técnica não é assim tão inovadora, pois já foi feito na identidade do Hopi Hari, que aos poucos foi cristalizando um símbolo principal, mas ainda hoje permite a flexibilidade da forma.

Forma está sujeita a função que se for bem-feita carrega o conteúdo sem problemas. Quantos de nós já fervemos o leite na panela ou então servimos o mesmo naquela jarra de suco, mesmo assim conseguimos resultado do que buscávamos.

A Oi tem condições de construir um conteúdo simbólico que se encaixe em muitas formas. Mas para isso é preciso ter intimidade com o consumidor, pois flexibilidade parece ser a palavra chave desta marca. A Oi é uma empresa que tende a ser mais próxima de seus usuários, até porque não consegue concorrer em outros diferenciais como qualidade técnica de sinal ou mesmo só em preço.

Pelo que percebo a marca quer retratar está verdade da empresa na marca. Basta agora deixar claro que o leite está na jarra de suco.

Quanto às cores está tentando a quebra da moda monocromática (flat), para apostar em degrades também tem a ver com falar em diversidade, de meios tons como diferencial da marca. Mas é preciso se aprofundar. Pois cor sempre carregam consigo os significados ocultos e aí o bicho pode pegar. Vamos esperar para ver.

Por hora o rebranding da Oi, não me encomenda tanto quanto incomoda os críticos do “eu acho.”

Coluna Branding: alma da marca

Mudando o Brasil – 1/2

arte arison coluna

Na cultura brasileira é depois do carnaval que o ano começa, então, já está na hora de tratar de assunto sério e polêmico nesta coluna. A mudança de cultura em uma nação.

Há poucos dias li uma carta aberta de um gringo, Mark Manson, que refletia sobre a cultura do Brasil, destacando principalmente nossas fraquezas culturais e concluindo que elas nos faziam reféns do tal jeitinho brasileiro. Em seu texto, Mark destaca a dificuldade de falar a verdade, a vaidade para agradar os outros, e o medo de ferirmos as pessoas com o que pensamos sendo os iniciadores dos nossos males, como a imortal corrupção.

Desde já digo que concordo em 30% com o pensamento de Mark. Isso porque uma cultura não é composta apenas de defeitos e não se pode analisar a marca de um país por um exemplo tão minimizado. Quando buscamos cultura, precisamos levar em conta todos os valores e defeitos, não há como separa-los ou pinçarmos apenas o que nos interessa, pois, isto não nos dará uma análise profunda. É preciso cruzar defeitos e virtudes.

Por exemplo, há um defeito que Mark não pontuou para o Brasil mas que historicamente nos prejudica, a síndrome de colonizado: Escândalos e problemas com injustiças políticas acontecem em todo o mundo, mas aqui ajudamos a desprestigiar nossos próprios símbolos. Veja o que foi feito com a Petrobras! Não é que deveríamos fechar os olhos para a o problema da corrupção. Ela precisa e parece estar sendo investigada pelas forças competentes, mas, a mídia em outros países teria um pouco mais de critério na difamação de um símbolo nacional, uma manchete pode ser: “escândalo de corrupção envolve políticos e empresários” ou “escândalos de corrupção envolve governo e Petrobras”.
Pensem como os americanos fariam essa matéria!

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Lembrem-se, faz pouco tempo em que os EUA foi acusado de espionagem por um de seus analistas da CIA. O que há hoje de matéria sobre isso? Cadê a imagem de governo que fere os direitos do cidadão ou de uma polícia que usa artifícios ilegais? Há sim uma imagem taxada ao analista, o Snowden é um inimigo público oficialmente declarado como traidor.

Isso é proteção às suas instituições! Mas, é realmente pensar no bem comum antes dos individuais? Tenho minhas dúvidas. Enfim, para o próprio Mark é importante perceber que não se pode analisar uma cultura sem levar em conta que uma fraqueza às vezes se torna força e vice-versa.

Mas é verdade que nossos problemas, assim como todos os problemas, estão enraizados em nossa cultura. E, a mudança não é algo tão impossível quanto parece. Vejamos o exemplo da Coreia do Sul, da Alemanha oriental ou até do nosso vizinho Uruguai. Todos estes passaram por processos de mudança de cultura, se uniram em um único propósito, fazer funcionar. O que acho que falta ao Brasil é um propósito único. O fim de uma disputa de poder, por poder. Não somos um país dos vermelhos ou dos azuis, somos uma única nação em verde e amarelo. Mas realmente não vejo um líder apresentado neste sentido.

De qualquer forma entendo ter 3 passos para a mudança de cultura, seja em uma pessoa, empresa, instituição ou país:

1 – Auto-análise. Este é o passo que Mark nos propõe, é uma etapa onde precisamos identificar nossas fraquezas e também nossas virtudes. Com estes dois elementos podemos ver cenários futuros que podem ser devastadores ou oportunos. É lógico que escolhemos sempre os oportunos, mas é importante conhecer os devastadores, pois, se eles aparecerem não ficamos batendo cabeça pra resolver e tomamos uma ação rápida. Vide exemplo do caso da CIA nos EUA.

2 – Vontade de mudar – é a fase difícil, a fase do empurrão inicial onde é preciso o exemplo heróico. Gosto de citar a difícil missão da primeira ministra alemã, que tem feito um grande esforço em prol da aceitação dos Sírios em seu país. Em um texto de 2015 (http://www.atributo.com.br/mudar-uma-marca-historica/) comentei o que penso ser uma grande oportunidade de mudança para a imagem deste país.

3 – O engajamento – é a fase de fazer os outros acreditar. Cito um exemplo mais pessoal. Quem não conhece a experiência de um amigo que começou a fazer um regiminho e se tornou atleta. É muito comum uma primeira atitude dar origem a uma grande mudança, pois, ela vai contagiando por comunicação.

Por hoje paramos por aqui, mas no próximo mês continuo com o assunto e vou falar sobre algumas técnicas de mudança de cultura que poderiam mudar o Brasil.

Comentem, compartilhem curtam ou não, mas vamos debater o assunto, pois como diz nossa cultura, filhos do Brasil não fogem à luta.

Serramar tem nova agência

Molotov é a nova agência do Serramar Shopping

A Molotov Propaganda e Branding é a nova agência do Serramar Shopping, localizado em Caraguatatuba (SP). O centro de compras faz parte do Grupo Serveng e abrange moradores de todo o Litoral Norte, além de turistas de todo o país, especialmente da região Sudeste.

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Com foco na versatilidade que o varejo proporciona, a Molotov será responsável por todas as frentes de comunicação do shopping, incluindo publicidade, branding, desenvolvimento de materiais gráficos, endomarketing, assessoria de imprensa e suporte para eventos.

Entre os primeiros trabalhos já desenvolvidos, desde dezembro de 2015, estão os materiais de fim de ano, campanha de Natal, peças institucionais e o novo layout e conteúdo do jornal interno. “A concorrência para a escolha da agência que atenderá a conta do Serramar Shopping começou com três opções: duas delas já tinham experiência em atender shopping e, por este motivo, a escolha não foi fácil. Acabamos tendo mais proximidade e pudemos experimentar o trabalho da Molotov que era a única que não tinha entrado no mercado de shopping, mas analisando sua performance no mercado e o interesse em pegar a conta do Serramar, fizemos um “job” como teste. Este, a colocou um passo a frente por sua atuação, trabalho em equipe, rapidez na resposta, conseguiram mostrar que estão totalmente aptos para desenvolver um trabalho excepcional junto ao Serramar Shopping e estamos muito confiantes nessa parceria”, conta a gerente de marketing do centro de compras, Giselle Arcos Cavalcante.

O Serramar Shopping  passa a ser atendido pela Molotov

O Serramar Shopping passa a ser atendido pela Molotov

Segundo o sócio e diretor de planejamento da Molotov, Fernando Griskonis, o foco para 2016 é o desenvolvimento do plano de marketing com novas estratégias de mídia, divulgação das atrações e atividades do shopping e elaboração de novos projetos para posicionamento da marca Serramar Shopping. “O Serramar Shopping é um hub que integra todo o Litoral Norte e exerce um papel fundamental no desenvolvimento da região. Com atrações e atividades para os visitantes durante os 365 dias do ano, o nosso desafio é integrar os diversos públicos ao Serramar Shopping através das campanhas e uma nova estratégia de comunicação”, afirma Griskonis.