Um modelo de negócio para chamar de seu

Por Josué Brazil

Nos últimos anos a complexidade do mercado de comunicação e marketing mundial e brasileiro abriu oportunidades para diversos e diferentes modelos de negócios. Há várias especialidades e disciplinas que acabam se tornando complementares e suplementares.

Imagem de Ronald Carreño por Pixabay

Não há um fórmula pronta para se determinar que modelo de negócios deve ser implementado. Cada empreendedor e/ou gestor deve buscar um nicho de atuação, uma brecha ou oportunidade e definir seu modelo de atuação.

Antes vamos tentar entender

Um modelo de negócios é uma estrutura que descreve a maneira como uma organização cria, entrega e captura valor. Ele define como a empresa opera, incluindo suas fontes de receita, os produtos ou serviços que oferece, seus canais de distribuição, sua base de clientes, e suas atividades e recursos principais.

Definição de um Modelo de Negócios

Um modelo de negócios pode ser definido por meio de componentes essenciais, muitas vezes representados pelo Business Model Canvas de Alexander Osterwalder, que inclui:

  • Proposta de Valor: O que torna a oferta da empresa atraente para os clientes.
  • Segmentos de Clientes: Quem são os clientes-alvo.
  • Canais: Como a empresa entrega seus produtos ou serviços aos clientes.
  • Relacionamento com Clientes: Como a empresa interage e mantém seus clientes.
  • Fontes de Receita: Como a empresa ganha dinheiro.
  • Recursos-Chave: Ativos essenciais para a entrega da proposta de valor.
  • Atividades-Chave: Principais ações que a empresa realiza para operar.
  • Parcerias-Chave: Rede de fornecedores e parceiros que ajudam a empresa.
  • Estrutura de Custos: Os custos associados ao funcionamento do modelo de negócios.
  • Definição de um Modelo de Negócios em Propaganda

Um modelo de negócios em propaganda descreve como uma agência de publicidade ou comunicação cria, entrega e captura valor no contexto da promoção de marcas e produtos para seus clientes. Isso inclui como a agência desenvolve e executa campanhas publicitárias, como se relaciona com seus clientes, e como gera receita por seus serviços.

Os componentes de um modelo de negócios em propaganda podem incluir:

  • Proposta de Valor: Pode ser a criação de campanhas criativas, a maximização de ROI (retorno sobre investimento) em publicidade, ou o desenvolvimento de estratégias de marketing integradas.
  • Segmentos de Clientes: Empresas de diversos setores que buscam promover suas marcas, produtos ou serviços.
  • Canais: Incluem tanto os meios tradicionais (TV, rádio, outdoor) quanto os digitais (redes sociais, SEO, SEM, e-mail marketing).
  • Relacionamento com Clientes: Pode envolver consultoria estratégica, gestão de contas, e serviços personalizados para atender às necessidades específicas de cada cliente.
  • Fontes de Receita: Podem incluir taxas por projeto, comissões sobre compra de mídia, honorários de consultoria, ou modelos baseados em performance.
  • Recursos-Chave: Talento criativo, ferramentas de análise de dados, plataformas tecnológicas, e parcerias com fornecedores de mídia.
  • Atividades-Chave: Desenvolvimento de campanhas, compra de mídia, análise de dados, gestão de contas, e pesquisa de mercado.
  • Parcerias-Chave: Parcerias com veículos de mídia, plataformas digitais, fornecedores de tecnologia, e influenciadores.
  • Estrutura de Custos: Inclui salários de equipe, compra de mídia, desenvolvimento de conteúdo, e custos operacionais.

Definir um modelo de negócios em propaganda envolve identificar e estruturar esses componentes de maneira que a agência possa criar valor para seus clientes e, ao mesmo tempo, operar de maneira eficiente e lucrativa.

Nos últimos anos

Nos últimos cinco anos, diversos modelos de negócios têm se destacado no setor de agências de publicidade e comunicação no Brasil. Aqui estão quatro modelos relevantes:

Agências Full Service:
As agências full service oferecem uma gama completa de serviços de comunicação e marketing, incluindo criação de campanhas publicitárias, planejamento de mídia, marketing digital, relações públicas, design gráfico, entre outros. Esse modelo é valorizado por clientes que preferem centralizar todas as suas necessidades de comunicação em um único fornecedor, garantindo consistência na mensagem e eficiência no gerenciamento de projetos.

Agências Digitais Especializadas:
Com o crescimento do marketing digital, muitas agências têm se especializado em áreas específicas do marketing online, como SEO (Search Engine Optimization), SEM (Search Engine Marketing), social media marketing, marketing de conteúdo, e-commerce, entre outros. Essas agências se destacam por oferecer serviços altamente especializados e atualizados com as últimas tendências e tecnologias digitais, ajudando empresas a maximizar sua presença online e engajamento com o público-alvo.

Agências de Influenciadores e Marketing de Influência:
O marketing de influência tem ganhado enorme popularidade no Brasil, com muitas agências focadas exclusivamente na gestão de campanhas com influenciadores digitais. Essas agências atuam na identificação e seleção de influenciadores adequados para as marcas, gestão de contratos, criação de conteúdo, monitoramento e análise de resultados. Esse modelo se beneficia do crescente poder dos influenciadores nas redes sociais para promover produtos e serviços de maneira autêntica e engajadora.

Agências de Consultoria e Estratégia de Marca:
Algumas agências têm se posicionado mais como consultorias estratégicas, oferecendo serviços de branding, posicionamento de marca, pesquisa de mercado, e desenvolvimento de estratégias de comunicação integradas. Essas agências trabalham mais próximo da alta gestão das empresas, ajudando a definir e implementar estratégias de longo prazo que alinhem a comunicação com os objetivos de negócio e a identidade da marca.

Esses modelos refletem a diversidade e a evolução do mercado de publicidade e comunicação no Brasil, adaptando-se às novas demandas dos clientes e às mudanças no comportamento dos consumidores.

Coluna Branding: a alma da marca

A definição da marca

Costumo dizer aos meus alunos que, ao apresentarem seus trabalhos a mim, definam o que suas criações nos contam. Este é um exercício de síntese que sempre é muito desafiador a todos eles, mas, que para mim diz muito sobre a capacidade do aluno em fazer design de logotipos.

A palavra “definir” por origem é a descrição do completo fim de um assunto (DE- completamente, FINIS -fim, limite).

É possível entender isso em 2 formas: o assunto está completo e, portanto, não há nada mais a entregar ou, o meu conhecimento sobre este assunto está por completo e se limita a este espaço.

É na hora que definimos uma criação, que vemos qual dos dois entendimentos estamos falando, principalmente na criação de um logotipo, e a maioria dos alunos pensa que deve entregar um assunto por completo, pois assim estará mostrando seu grande conhecimento, sendo mais digno de uma boa nota.

No entanto, entendo que o segundo entendimento é mais propício a um designer do que o primeiro.

Foto: Pixabay

Explico: As vezes criamos conceitos visuais que tem formas tão perfeitamente arranjadas que completam o sentido daquilo que se tem a dizer. São imagens cuja representação é sinônima da informação, e que não geram dúvidas a quem lê o seu trabalho. Nesses momentos, em muitas vezes DESCARTO ESTA IDEIA, pois entendo que um bom trabalho de design gráfico é aquele que contém o mistério.

O valor da criação está no mistério, nossa compreensão precisa ser fustigada e estimulada em busca de algo mais. Como já falei em outros textos, é necessária uma certa rebeldia criativa. Aquela vontade de não estar satisfeito, de querer dominar o assunto, sem ter o poder para isso.

O designer precisa ter apenas consciência da limitação da sua criatividade, mas esta precisa estar em expansão sendo ampliada pela interferência e uso do leitor. Deve poder ser retrabalhado, reconstruído e reestruturado com o tempo, por ter ganho mais corpo e mais significado. É como um filhote de pássaro que quanto mais cresce mais colorido fica.

Uma marca com estas características por mais misteriosa que possa parecer é também mais forte e definida, pois, os seus consumidores vão estar ansiosos por compreendê-la, e assim, também mais relacionados a ela.

Nós os designers de marca precisamos estar imersos nestes mistérios quando criamos. Percebendo o encantamento dele, para que este nos diga mais sobre o assunto, e para que seja possível dar novas formas.

Por fim, a resposta para esta prova que sempre faço aos meus alunos é saber que o designer, é aquele que alimenta sua criação como se esta fosse viva, e usa para isso, a poderosa intuição do criativo e a sua capacidade de formalizá-la, assim, aumenta a compreensão e a definição do seu trabalho.