Coluna Propaganda&Arte

A velha arte de renovar um grande sucesso

No cinema, eles chamam de remake. Na música, poderia ser uma releitura ou um cover. Na literatura, uma nova edição impressa com capa colorida e comentários inéditos. Não importa o formato, sempre estamos olhando para os grandes feitos e tentando emplacar novamente os mesmos personagens, mesmas histórias e roupagens na tentativa de resgatar o mesmo sucesso. Seria esse o melhor caminho para ser lembrado no futuro? Até quando vamos fazer tudo igual outra vez?

A propaganda imita a arte (e a vida também)

Estes dias a Pepsi fez o que ela sabe fazer de melhor: Propagandas de impacto que une estrelas. Já foi a vez de Britney Spears, Beyonce, Pink & Enrique Iglesias. Já tivemos comerciais memoráveis de grandes futebolístas como Ronaldo, Fenômeno e Figo. Desta vez, os influencers ganharam peso com a presença de nada menos que o Luva de Pedreiro e vários famosos no nível de Messi e Ronaldinho. Toda estética é bem parecida com a já conhecida movimentação e dribles divertidos da versão antiga, porém com mais efeitos e movimentos que antes não tinhamos como fazer. Confesso que dá uma certa nostalgia ver esse tipo de propaganda, que olha pra trás, faz reverência e tenta ser criativa sendo sempre parecida. Um baita desafio. Na verdade, é um baita risco.

Qual o problema de olhar pro passado?

Não tenho nada contra as pessoas nostálgicas que dizem que bom mesmo eram as bandas de antigamente. Ou que os grandes pintores e artistas estão somente no passado. Os clássicos. Os bons tempos. Os tempos dourados. Chame como quiser, eu te entendo, o tempo passa e tudo parece diferente demais pra gente. Esse olhar sempre pra trás na arte, entretenimento ou literatura está criando um monstro que não teremos mais como conter. Por medo de apostar e errar, as produtoras estão tentando investir no certo e, paradoxalmente, mesmo com medo de errar, continuam errando, estragando ideias e histórias mais do que acertando e não vão parar tão cedo. (Quantos anos são necessários para lançar um remake? Boa pergunta.)

Remakes e mais remakes (Spoiler: sem final feliz)

Nos últimos 10 anos, os cinemas foram inundados por uma onda de remakes. Até aí tudo bem. Se o filme for bom, eu assisto várias vezes. O problema é que na sua maioria é ruim. Acaba sendo uma estratégia apenas para levar público, tentando renovar audiência, mas não convence. Por exemplo, me fala se você gostou de verdade destes remakes aqui abaixo:

Karatê Kid (2010) com o Jackie Chan e o filho do Will Smith onde eles simplesmente lutam KUNG FU.

Ghostbusters (2012) com atrizes talentosas, mas que não conseguiram criar nada parecido com os tradicionais filmes dos Caça-fantasmas que marcaram os anos 90.

E nem vou citar uma sequência de filmes de super-heróis que simplesmente foram tentando fazer remake dos remakes e criaram algo que já nem sei mais se é bom ou ruim. O último Batman é bom? Preciso ver pra saber se acertaram dessa vez. E você? Na sua opinião, tem algum remake que se salva?

Obs. 1: Ah! Dá uma olhada no comercial novo da Pepsi se ainda não viu (que não por acaso tem uma trilha do Fat Boy Slim bem anos 90 – nada mais nostálgico que isso!): https://www.youtube.com/watch?v=fXbSirrXQ4U

Obs. 2: atenção no filme para o “HORSINHO” que aparece. Essa me pegou.

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Sim, estamos ficando velhos (a geração Z está dominando o mundo)

Em algum momento da sua vida, você vai experimentar isso, como se uma voz interior chegasse a uma retumbante conclusão: “sim, estou ficando velho”. Tudo bem, mas o que fazer com esse sentimento de forma mercadológica?

Cada um tem seu momento ou sua epifania para tal pensamento: seja algum esporte que já não consegue acompanhar como antes, uma nova tendência entre os jovens que você nem está sabendo sobre ou quando alguém na rua te chama de “tio”. Esse dia, para todos sem exceção, vai chegar e para mim chegou, olha que interessante!

Minha ficha caiu já na casa dos 30 anos (e pode cair em qualquer idade), quando fui escutar uma música que gostava muito na juventude (olha o papo de velho rs), e nos comentários do vídeo no Youtube uma pessoa dizia que seus pais colocavam aquela música para ela ouvir quando bebê, para dormir. Isso me deixou com uma pulga atrás da orelha. Comecei a calcular.

“Beleza, estou velho” – pensei. Mas continuei e refleti sobre o consumo dos diferentes públicos, gerações, perfis e como a Geração Y (minha geração) está passando o bastão pra Geração Z. Prova disso são os programas e séries cada vez mais voltados para os anos 90.

Ou seja, estes “caras” logo vão consumir arte e produtos como crianças diferentes ou já iniciaram suas vidas adultas. Aliás, o poder de compra de uma criança hoje subiu muito. Digo, o poder de consumo, acesso e argumentos, fator diferenciado de uma geração totalmente em sintonia com a internet.

Pensando nisso, já podemos vislumbrar um cenário futuro, para os publicitários e quem trabalha com tendências, em breve vamos entrar no mundo dos anos 2000, pois para essa turma será algo cada vez mais nostálgico, gerando consumo e conteúdo específico para eles. Com isso, teremos um regresso de sucessos de várias bandas nacionais, como: KLB, Sandy e Júnior (já tá rolando!), Capital Inicial, Falamansa, Marisa Monte, Wanessa Camargo e muitos outros. Sem falar nos internacionais: Britney Spears, Spice Girls, Backstreet Boys (esse também acho que já voltaram), Link Park e outros que vão retornar para o Spotify dessa turma e fazê-las pensar: “nossa, que nostálgico, véi!” (ou alguma outra gíria do momento).

E você? Quando caiu a ficha de que o tempo está passando? Como você está se atualizando?

Brinquedos antigos têm exposição em shopping

Brinquedos dos anos 80 ganham exposição no Via Vale

Exposição “Baú Encantado” reúne mais de 200 peças e pode ser visitada a partir desta quinta-feira, dia 23

Os anos 80 ainda remetem a saudade. Parece que foi ontem que essa década reinventava a moda, ousava no cinema, na música e nas brincadeiras que estimulavam o convívio com outras crianças. Quem cresceu nessa época vai reviver a infância na exposição “Baú Encantado”, que chega nesta quinta-feira, 23, ao Via Vale Garden Shopping.

Garimpando feiras de antiguidade Brasil afora, o Erik Rodrigo, um colecionador de São José Dos Campos, encontrou raridades esquecidas pela memória de meninos e meninas que cresceram e deixaram os brinquedos de lado e decidiu reunir a nostalgia numa incrível coleção.

Com mais de 200 peças encontradas ao longo dos últimos oito anos, autênticos exemplares da infância dos anos 80, entre brinquedos, jogos, games e discos, o acervo virou uma exposição.

Entre as peças, clássicos da infância como o “Genius”, um brinquedo que estimulava a memorização de cores e sons, exemplares da boneca Barbie dos anos 80, o “Pense Bem”, uma espécie muito tímida dos computadores atuais, o “Pula Pirata”, o simpático boneco “Fofão” e o enigmático “Cubo Mágico”, além de uma variedade de carros e bonecas que fizeram sucesso com a garotada na época.

Para os pais, a chance de mostrar aos filhos os brinquedos que fizeram parte da infância deles. E o colecionador garante que mesmo sem recursos tecnológicos as peças impressionam a criançada. “É incrível quando os adultos mostram os brinquedos para as crianças. Elas ficam encantadas. É uma descoberta para elas. Eu acho que a gente precisa resgatar essas brincadeiras de antigamente que proporcionavam uma interação maior entre as pessoas”, diz.

Para a gerente de marketing do Garden, Bruna Marcon, essa exposição permite que visitante que viveu na década de 80 recupere algo que acompanhou a infância dele. “Certamente, cada brinquedo vai remeter a um momento diferente. É reviver a infância, sem dúvida. E o mais bacana desse evento é mostrar para as novas gerações como o pessoal que cresceu décadas atrás brincava e se divertia”, diz.

O acervo fica em exposição até o dia 25 de setembro.

SERVIÇO

EXPOSIÇÃO BAÚ ENCANTADO

DE 23 DE AGOSTO A 25 DE SETEMBRO, DAS 10H ÀS 22H

VIA VALE GARDEN SHOPPING

ENTRADA: GRATUITA

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“Ah, eu tô maluco” com os anos 90 e você precisa ficar “antenado” nisso

É natural, a cada duas décadas a moda, os estilos musicais e a propaganda precisam relembrar alguns elementos do passado e, pelo jeito, chegou a vez dos anos 90.

O estilo despojado com muito jeans (saia, blusa e macacão), calças altas, camisas grandes e largas, cores chamativas e adereços como gargantilhas, estão de volta na moda. As playlists dos anos 90 estão em alta, os filmes da época estão ganhando remakes ou gerando conteúdos, e até alguns brinquedos estão ganhando novas roupagens. Isso tudo ainda é só o começo de um grande movimento de resgate aos anos 90 que deve aumentar ainda mais nos próximos três anos.
Como comunicólogos, precisamos ouvir de tudo: moda, música, filmes, literatura, comportamento etc. Ficar “antenados”, para não “queimar o filme” e nem “pagar sapo” na hora de criar uma propaganda “animal”.

Além dessas gírias que até hoje estão em alta, vemos um fenômeno interessante na internet, como o vaporwave, estilo que nasceu 100% on-line em 2010 e traz elementos de música e vídeo criados a partir de comerciais televisivos, videogames e computadores, que juntos lembram muito “sons de elevadores”. Alguns dizem que ao usar comerciais clássicos dos anos 90, o movimento visa criticar o capitalismo e o consumo, porém, o que vemos é uma mistura de referências na tentativa de criar algo novo e divertido, valendo inclusive adicionar elementos da cultura japonesa, afinal tudo é meio non-sense hoje em dia.

Para que você comece a estudar todos esses movimentos e inspire o seu próximo job, criei uma playlist especial. Dê o play e aproveite essa década que para mim “é o bicho”!