Coluna Propaganda&Arte

A publicidade alça voo: O futuro das mídias externas

Por R. Guerra Cruz

Em um mundo cada vez mais conectado e digital, as novas mídias emergem como um campo fértil para a inovação e a experimentação. As fronteiras da comunicação se expandem, desafiando os modelos tradicionais e abrindo portas para uma era de possibilidades ilimitadas.

Espaços Publicitários Externos em Drones:

Imagine drones que, além de entregar pacotes, servem como plataformas publicitárias em movimento. Telas LED vibrantes exibem anúncios personalizados, adaptando-se ao público em tempo real e criando uma experiência imersiva e dinâmica. Essa tecnologia abre portas para uma publicidade mais precisa e engajadora, mas é importante estar atento aos seus efeitos colaterais. Como nos alerta Marshall McLuhan em “Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem”: “o ‘conteúdo’ de um meio é como a ‘bola’ de carne que o assaltante leva consigo para distrair o cão de guarda da mente” (MCLUHAN, 1969: 33).

Espaços Publicitários em Carros Voadores:

Com a promessa de revolucionar a mobilidade urbana, os carros voadores também apresentam uma oportunidade única para o futuro da publicidade. Imagine painéis digitais integrados à estrutura dos veículos, exibindo anúncios direcionados e interativos. As possibilidades são infinitadas, e um exemplo concreto está se desenvolvendo bem próximo de nós: a Embraer, empresa brasileira referência na indústria aeronáutica, anunciou recentemente que Taubaté, no interior de São Paulo, será a sede da primeira fábrica de carros voadores do país. A previsão é que os primeiros modelos estejam prontos para voar a partir de 2026, abrindo um novo capítulo na história da aviação e da publicidade.

Outras Mudanças Relevantes:

● Realidade aumentada e virtual: A integração da realidade aumentada e virtual na publicidade proporcionará experiências imersivas e interativas, permitindo que os consumidores “experimentem” os produtos antes de comprá-los. Essa tecnologia oferece um enorme potencial para as empresas, mas é importante que seja utilizada de forma responsável e ética.
● Inteligência artificial: A inteligência artificial será fundamental para a segmentação precisa de anúncios, análise de dados em tempo real e criação de conteúdo personalizado. Essa tecnologia pode ser extremamente útil para as empresas, mas é importante que seja utilizada de forma transparente e que os dados dos consumidores sejam protegidos.
● Redes sociais e influenciadores: As redes sociais continuarão a ser um canal importante para a publicidade, com o crescimento do marketing de influenciadores e a ascensão de novas plataformas. As empresas que desejam ter sucesso nesse ambiente precisam estar atentas às últimas tendências e adaptar suas estratégias de acordo.

Um convite à criatividade e à experimentação

O futuro das novas mídias é um convite à criatividade e à experimentação, mas também é um chamado à responsabilidade. As tecnologias emergentes redefinem as possibilidades de comunicação, abrindo portas para experiências imersivas e personalizadas. Cabe aos profissionais da área explorar esse universo com visão estratégica e criatividade, adaptando-se às novas demandas do mercado e construindo uma comunicação mais relevante e eficaz, sem perder de vista os efeitos sociais e psicológicos da publicidade.

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A foto que a NASA tirou no dia do meu aniversário

Eu sei que o #trend é #old, mas essa frase inusitada que foi uma das mais buscadas no Google no início do ano nos faz refletir muito sobre a arte da fotografia, sobre o passado, sobre olhar pra trás, olhar pra dentro e, consequentemente olhar pra frente. Afinal, qual será o futuro da fotografia? Talvez a grande chave da descoberta esteja em mudar um pouco o “foco” das coisas. Bora lá!

Que fenômeno é esse?

Recentemente, tivemos um fenômeno astronômico interessante, a “lua de sangue” onde pudemos ver o eclipse da lua (se você ficou acordado e não estava nublado). Eu fui um dos que ficou acordado, na verdade, devo confessar que estava tentando dormir, mas meus filhos me acordaram para ver tal fenômeno no céu e eu fui lá todo feliz tentar captar a imagem com meu celular. Óbvio que minha tecnologia era limitada, quem eu achava que era tentando competir com as fotos da NASA, certo? Era tudo uma questão de luz (ou falta dela). Foto é puramente o domínio da luz. Isso eu lembro das aulas de Fotografia da faculdade e sobre esse conceito abstrato da luz muita coisa pode ser entendida. Por exemplo, por que “raios” a lua fica vermelha neste eclipse? Tal situação é facilmente explicada quando entendemos que o sol emite um espectro branco de luz (contém todas as cores unidas) que ao passar em um ângulo específico na atmosfera da Terra, sofre uma dispersão, separando as cores, resultando apenas nas cores de ondas maiores, que conseguem passar pela Terra e dar uma pequena iluminada na Lua, que como é branquinha, reflete bem essa luz, ou melhor, reflete essa faixa de luz vermelha/ alaranjada com maestria. Por tanto, fotografia é essencialmente a ciência à luz da arte (que trocadilho!) e ela não para de evoluir.

A fotografia evoluiu muito nos últimos anos e em campos específicos. Popularizou seu acesso com o celular, mas claro, com tecnologias limitadas ao seu uso. Hoje tiramos fotos nossas e de nossos parentes em instantes e com alta resolução, como se fosse algo comum, isso sim é um grande fenômeno. Antigamente, tirar foto era um evento, uma ocasião especial, tínhamos poses limitadas por filme e tudo era muito mais cuidadoso. Mas com toda essa evolução, uma coisa se mantém: olhar foto antiga é pura nostalgia! Seja digital ou impressa, pois ela simboliza essencialmente o passado. Nada mais justo, pois se tem uma coisa que nos faz refletir sobre o tempo é a compreensão filosófica e científica da luz, um mistério até hoje para muitos estudiosos.

Olhar pro passado e mudar o futuro

Os grandes fotógrafos, sejam comerciais, jornalísticos ou artísticos sempre irão se destacar, pois tirar boas fotos não é uma ciência fácil, nem acontece ao acaso. Porém, muitas vezes, as melhores fotos contam com o “momento certo” e “a história certa”. Isso, até os fotógrafos mais vaidosos são humildes em admitir. A foto tem um poder de síntese ímpar, pode substituir mil palavras e olha, com a velocidade da internet, podemos substituir essa máxima por mil caracteres, sem problemas! Então, rapidamente a foto se torna na comunicação uma arma imbatível para atrair, informar e provocar.

Geralmente, uma foto pode gerar uma reflexão, emoção ou até uma discussão social, que foi o caso dessa #trend que é o título desse texto. Essa foto que apareço ao lado foi tirada pela NASA no dia do meu aniversário. E como eu sei? A NASA fez um site onde eles colocam 1 foto por dia e só isso já foi motivo de alvoroço no Tik tok e Twitter, pois todos queriam olhar a foto da NASA no dia do seu próprio aniversário e postar uma reflexão sobre isso. O que explica esse outro fenômeno? Acho que uma mistura de ego, olhar pra si, mas também curiosidade e olhar pra fora, pro desconhecido, pois muita coisa está escondida lá fora (e muitas outras cá dentro de nós, né?). No final, a tecnologia vem só para potencializar o que somos e onde queremos chegar. Sozinha, não vai fazer nada.

Da próxima vez que for tirar uma foto, reflita sobre isso. A vida passa mesmo num flash!

Para você achar a foto da NASA no seu aniversário:
Exemplos de fotos poderosas que ganharam Pulitzer:

Dez empregos que surgirão até 2030 com o Metaverso

O impacto do Metaverso no mundo do trabalho e na área de Aprendizagem Corporativa

*por Tatiany Melecchi

Desde que o Facebook anunciou o investimento estrondoso nesta tecnologia, o que ocasionou a mudança do nome da empresa para META, o Metaverso se tornou “o grande hype do momento”, as pessoas passaram a se interessar pelo assunto e a se questionar: “O que é?”, “Como funciona?”

Depois da leitura de alguns artigos e entendimento mínimo do que se tratava, vieram outras inquietações:

Como essa tecnologia irá impactar o mundo do trabalho?
Como revolucionará a área de treinamento e desenvolvimento?
Quais são as empresas que já estão liderando projetos de aprendizagem com foco nesta tecnologia?
Mas, antes de tentar responder estas perguntas e compartilhar as pesquisas e insights, vamos entender melhor o que tudo isso representa?

O que é esse tal de Metaverso?

“Metaverso” é uma junção do prefixo “meta” (que significa além) e “verso” (universo). O termo é normalmente usado para descrever uma espécie de mundo alternativo digital.

Um mundo onde os usuários poderão criar seus próprios avatares, que serão suas representações nesse ambiente digital e, por meio deles, poderão aprender, comprar, trabalhar, socializar e se conectar com colegas de trabalho, amigos e familiares. Ou seja, essa tecnologia replica o que fazemos no mundo real, só que de forma 100% digital.

Sue Young, diretora de produtos do Facebook, fala que “ao invés de apenas olhar para a tela dos dispositivos, você estará nela”.

E qual o impacto do Metaverso para o mundo do Trabalho?

Faço um convite para você usar a sua imaginação. Feche os olhos e visualize-se usando um óculos de realidade virtual. Com seu próprio avatar, você começa a interagir com todo o ambiente corporativo da sua empresa: anda pelo corredores, cruza com os colegas quando vai tomar água, tirar dúvidas e trocar ideias nos corredores, pausa para um cafezinho ou conversa com outros colegas no almoço, tudo isso de forma virtual. Ou imagine outro cenário: você está na sua casa, usando seu óculos de realidade virtual e participando de feiras, eventos ou entrevistas de emprego dentro do Metaverso, onde praticamente todo o processo seletivo acaba acontecendo via realidade aumentada.

A Samsung e a Hyundai são bons exemplos de companhias que mesmo antes do lançamento do Facebook e todo o buzz do assunto, já se valiam da estratégia de adotar realidade aumentada nos processos de recrutamento e seleção de novos profissionais.

E aí, qual o seu sentimento?

Você pode estar sentindo um certo fascínio, curiosidade e vontade de vivenciar tudo isso logo, ou quem sabe sentindo algum tipo de insegurança sobre o futuro do seu trabalho e da sua profissão. Todos esses sentimentos e outros são completamente normais e esperados, pois o Metaverso propõe mudanças significativas e pode representar ameaças às nossas necessidades básicas como segurança, estabilidade e pertencimento.

Por outro lado, os especialistas comentam que essa tecnologia visa recriar o ambiente presencial no digital e proporcionar uma experiência de maior proximidade relacional, na qual o trabalho virtual será menos solitário e com relacionamentos mais espontâneos e naturais.

Como o Metaverso irá impactar a aprendizagem corporativa?

Durante a pandemia vimos muitas empresas criarem seus estúdios para gravação de minivídeos, lives e afins. Atualmente, já temos algumas empresas criando espaços de aprendizagem imersivos, nos quais os participantes e instrutores interagem uns com os outros com os seus avatares, navegando em simuladores de desempenho hiper-realistas por meio de headsets de realidade virtual, telefones, iPads e PCs com RV (realidade virtual), onde eles aprendem uns com os outros em simulações práticas.

As farmacêuticas Pfizer, Novartis e Bristol Myers Squibb são algumas das empresas que estão usando essa tecnologia para praticar habilidades essenciais, voltadas a salvar vidas em laboratórios de realidade virtual seguros.

Além disso, os profissionais da área comercial terão a possibilidade de percorrer o universo digital e aprender sobre seus produtos, fazer simulações de controle de objeção, interagir com os clientes, treinar abordagens, compartilhar os benefícios dos produtos, apresentar soluções e recursos adicionais sem custos de deslocamento e de forma realista.

O uso crescente destas tecnologias vai exigir muita adaptação e resiliência dos profissionais e das empresas, além de demandar uma série de novos conhecimentos, habilidades, condutas e dinâmicas sociais nos próximos anos. E nós profissionais de T&D temos de estar na vanguarda desta nova maneira de aprender, trabalhar e interagir. A Cult já publicou as novas profissões que já estão surgindo e irão ganhar espaço com o Metaverso. https://cult.honeypot.io/reads/10-metaverse-jobs-that-will-exist-by-2030/

10 empregos que existirão até 2030 no Metaverso

  • Cientista de pesquisa do Metaverso
  • Estrategista de Metaverso
  • Desenvolvedor de ecossistemas
  • Gerente de segurança do Metaverso
  • Construtor de hardware do Metaverso
  • Storyteller do Metaverso
  • Construtor de mundos
  • Especialista em bloqueio de anúncios

O Facebook Brasil anunciou seis vagas para trabalhar com Metaverso, ou seja, essa profissão já é uma realidade.

Sobre Tatiany Melecchi

Tatiany Melecchi é mestre em Marketing pela Massey University, Nova Zelândia, a primeira brasileira certificada como Professional in Talent Development pela ATD (Association for Talent and Development) nos EUA, Coach ACC pela ICF pela International Coach Federation e Facilitadora Internacional Certificada pela LTEN (Life Sciences Trainers & Educators Network) nos EUA e facilitadora Internacional certificada em Neurociência da Gestão da Mudança pela 7th Mind, Inc nos EUA.

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Quando os redatores serão substituídos?

A revolução do digital e das inteligências artificiais impactaram todos os negócios. Não seria diferente com os segmentos de criatividade, como as agências de publicidade que trabalham com comunicação em diversas formas: imagens, vídeos, textos etc. Mas será que os redatores, como eu, logo serão substituídos?

PROCURA-SE O EMPREGO DO FUTURO
A mudança repentina dos negócios está fazendo sumir alguns cargos que antes eram estáveis e fazendo surgir novas vagas de emprego. As agências tradicionais de publicidade e propaganda que se pautavam na criatividade como diferencial estão tendo dificuldades em serem ágeis, velozes e criativas (que ironia!) em seus próprios negócios, gerando a falência de muitas delas ou o enxugamento para sobreviverem em um cenário extremamente competitivo.

Aplicativos e programas hoje fazem o trabalho de muitas agências tradicionais, de forma mais rápida, simples, barata e intuitiva: editam vídeos, tratam imagens, fazem anúncios, propõem estratégias, mostram dados e, tudo isso, em tempo real. Será que o redator ou o gerador de conteúdo também está fadado a esse fim? Já estão criando Inteligências Artificiais que irão selecionar conteúdos para cada perfil e “criar” novos textos e conteúdos de interesse personalizado nesse nível? Para alguns setores, já existe algo semelhante, mas com textos pré-definidos e limitados (Ufa!).

OS ROBÔS SÃO NOSSOS AMIGOS
Hoje um profissional que escreve para web precisa se tornar amigo da tecnologia, buscar ferramentas de análise de dados para direcionar seu trabalho criativo, que em alguns momentos não se torna tão criativo, já que você acaba seguindo diretrizes e assuntos já estabelecidos e, muitas vezes, apontados pelos próprios robôs de que tanto estamos falando: mecanismos de buscas que dão resultados de assuntos mais relevantes, conteúdos com maior interação que merecem foco no plano, criações com data-driven (mais dados, menos intuição) e outras formas de uso de dados que parecem criar um caminho seguro para o marketing de qualquer empresa.

Com tantos parceiros tecnológicos que nos dão maior segurança para criar o nosso trabalho com estratégia, fico com certo receio e, me pergunto: quando serei substituído?

ESCREVA UMA NOVA HISTÓRIA
Como redator publicitário e também planejador para pequenos e médios negócios nas redes sociais, percebo que o lado humano nunca será totalmente substituído, pois alguém irá precisar analisar os dados de forma correta, precisará conversar e juntar as pontas entre empresas e tecnologias, precisará guiar tantas pessoas nesse mundo caótico da internet e das mudanças sociais tão repentinas. Uma máquina até poderá criar textos com começo, meio e fim, com forte SEO, relevância e estratégia para um público-alvo, usando CTAs (Call-to-actions) que farão mais efeito para aquela pessoa. Mas somente um humano poderá fazer uma leitura do cenário social e apontar importantes mudanças culturais nas empresas e marcas, poderá dizer se um tom e voz do discurso estão realmente coerentes e agradáveis ou apontar se alguma plataforma ou interface está mais ou menos humanizada e intuitiva. Essa sensibilidade, por enquanto, só nós humanos conseguimos ter.